33 ¦ oportunidade dourada

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#DeusesDeMetal

Sooyoung tinha sentimentos confusos sobre o que passou em sua ida a Bugjjog

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Sooyoung tinha sentimentos confusos sobre o que passou em sua ida a Bugjjog. No dia 5, ela, Seungwan e outros três voluntários do Centro atravessaram a fronteira em busca de ajudar, mas a tragédia estava muito recente. Quando a população conseguiu apagar o fogo do orfanato e das casas ao redor, era preciso achar os corpos para lhes dar o tratamento correto. Nas cidades muradas de Bugjjog, os mortos são enterrados nos arredores da estrada que leva ao portão principal e, como tradição, cada habitante que conhecia a pessoa coloca uma pedra sobre a cova; diziam ter se originado da preocupação em impedir que animais selvagens escavem a terra e comam os cadáveres.

A casa que era o suposto esconderijo dos rebeldes estava vazia e espalhou o fogo para três casas ao redor. Duas delas eram casas de família e a terceira era o orfanato. Haviam 11 órfãos, de bebês a adolescentes, que moravam no casarão pertencente a um casal que nunca teve filhos e decidiu dedicar a vida a crianças que não tinham pais. O fogo se espalhou rapidamente pelas moradas de madeira no meio da noite e ninguém do casarão sobreviveu. Nas outras duas casas, de apenas térreo, foi mais fácil para as famílias fugirem, mas alguns tiveram queimaduras horríveis e outros ficaram envenenados pela fumaça. Quando Sooyoung chegou à rua do incêndio, havia uns dez corpos enfileirados e os cidadãos ainda procuravam por mais.

Sooyoung viu dois dos voluntários ficarem muito afetados pela visão ㅡ uma mulher vomitou e um omem tampou os olhos com as mãos ㅡ, mas ela apenas observou com pena. Obviamente, pensou, depois de perder sua infância para um pai violento, ter seu corpo vendido antes mesmo que tivesse o primeiro sangramento e passar anos sendo usada como alguém sem sentimentos, tinha pouca coisa que afetava severamente Sooyoung. Foi isso que a fez ser a única voluntária levada por Seungwan a arregaçar as mangas e ajudar a procurar pelos corpos sem que alguém precisasse pedir.

Foi um trabalho pesado, grotesco e nada revigorante. Tirar um entulho e achar debaixo dele uma pessoa era terrível. Embrulhar os cadáveres em panos velhos doados era deprimente. Cavar dezessete novas covas na entrada da cidade era deplorável. No entanto, talvez o pior foi ver as covas fechadas e pouquíssimas pedras em cima daquelas dos órfãos. Eles eram crianças de ninguém e a maioria das pessoas que os conheciam estavam enterradas também.

Seungwan foi quem quebrou a expectativa de todos ao começar a colocar uma pedra em cada túmulo. Quando tentaram explicá-la que ela não deveria fazer isso porque nunca os conheceu, a ministra disse com naturalidade:

ㅡ Eu gostaria de tê-los conhecido. Para mim, isso basta.

No fim da tarde, todas as covas tinham dezenas de pedras em cima e os voluntários do Centro voltaram à Sarang. Seungwan dirigiu sem reclamar de cansaço ou tristeza enquanto aconselhava e acalmava os outros, e, pela primeira vez desde que começou a trabalhar com ela, Sooyoung entendeu porque aquela mulher tinha que extravasar sua raiva escondida. Ao contrário de Sooyoung, que era entorpecida para as coisas ruins, Seungwan precisava ser, senão ela não teria forças o bastante para sustentar centenas de vidas em suas costas.

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