05 ¦ céu perdido

3.2K 588 1K
                                    

#DeusesDeMetal

Cobre, 16 de Topázio de 121 d

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cobre, 16 de Topázio de 121 d.S.

— Inspira — disse Namjoon, e o garotinho puxou o ar com seu nariz, fazendo um pequeno chiado. — Agora expira. — Novamente o chiado.

O médico, ajoelhado de frente a ele, mantinha uma mão em seu peito e outra nas costas e sentia como tremia quando ele respirava.

— Está doendo muito, Yoseob?

O garoto assentiu com a cabeça, mantendo uma careta no rosto. A mãe, em pé ao lado da cama, estava roendo as unhas de tão preocupada, enquanto o pai andava pelo aposento inteiro, procurando algo. Namjoon tinha ideia do que poderia ser a doença e para ter mais certeza, checou as pernas de Yoseob, constatando que seus pés e tornozelos estavam um pouco inchados.

— Você consegue respirar quando está deitado?

— Não muito.

— Ele acordou aos pulos umas quatro vezes à noite — respondeu a mãe, balançando tanto a perna que seu corpo inteiro mexia. — Disse que sentia que estava se afogando. É água nos pulmões, não é, doutor? Eu já ouvi falar de tanta gente que morreu disso.

— Seu filho não vai morrer, Jungah. Sim, parece que ele tem água nos pulmões. É muito comum em Sarang por causa da inalação constante de fumaça. Mas eu tenho um remédio para isso e garanto que, se usar direito, Yoseob vai estar curado em poucos dias.

Namjoon também gostaria de dizê-la para não deixar mais o garoto ir engraxar sapatos na estação de trem, mas apenas de ver o estado simples e um pouco sujo do lugar onde eles moravam, viu que aquela família precisava de cada don que pudesse conseguir.

— Achei! — o pai gritou com o tronco do corpo praticamente enfiado em um amontoado de caixas no canto do apartamento. Ele voltou com um grande sorriso e entregou uma maleta de couro marrom surrada a Namjoon. — Aqui, doutor. O senhor não pode andar por aí com remédios tão preciosos em um pedaço de pano.

Parecia que a maleta podia se despedaçar a qualquer momento, mas Namjoon sorriu e a aceitou.

— Obrigado, Doyun. Eu vou usar com certeza.

Ele levantou e deixou a maleta na cama, ao lado da sua trouxa. Desatou o nó e expôs alguns frascos com líquido azul, recipientes pequenos de metal e envelopes contendo pó, além de ataduras limpas, linha de seda e invólucros contendo folhas azuis secas. Pegou um dos potes rasos que cabia na palma de sua mão e conferiu o conteúdo, vendo três pílulas azuis. Entregou-o a Yoseob, abaixando-se novamente para ficarem na mesma altura.

— Você precisa tomar um desses agora e outro assim que acordar amanhã, antes de comer. O terceiro você guarda para caso a dor voltar. Não pode mastigar, engula com água. Entendeu?

O garoto concordou e observou as pílulas, então Namjoon levantou-se novamente, pegou um frasco e um punhado de ataduras, entregando a mãe.

— Jungah, molhe isso com o líquido do frasco e enrole bem apertado nos pés dele. Yoseob vai poder andar sem sentir dor em pouco tempo.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora