#DeusesDeMetal
Ferro, 01 de Granada de 122 d.S.
Quando o relógio completou doze badaladas e os fogos de artifício iluminaram as nuvens de fumaça no céu de Sarang, as pessoas em todo lugar das pontes tiraram suas máscaras, comemoraram e abraçaram uns aos outros enquanto a rádio nas moradas e a orquestra no baile tocavam música alegre para o novo ano que começava.
Taehyung abraçou Seulgi e deu um aperto de mão em Yoongi e na Ministra das Torres, mas eles foram falar com outros convidados e o rapaz ficou sozinho no meio da multidão, olhando para sua máscara. Como de costume, sentiu saudade da sua terra. Em Bugjjog, eles não comemoravam o fim do ano, e sim o fim do inverno. Havia uma árvore especial na praça central de cada cidade que as folhas só nasciam no verão. Chamavam-na de Fartura, porque quanto mais folhas ela criava, mais o verão seria duradouro e mais plantações e animais Bugjjog teria. O primeiro ramo completamente verde iniciava as festas de fim de inverno. Taehyung queria voltar a tempo de ver isso.
Então pensou em sua missão fracassada, sua família perfeita, os novos túmulos nos cemitérios, os fanáticos obcecados e os olhos e ouvidos a cada corredor do castelo. Depois pensou se poderia sumir. Não morrer ou fugir, apenas nunca ter existido.
De canto de olho, viu uma figura prateada se aproximando dele. Jimin estava diferente de quando entrou pela passagem secreta: não usava sua capa prateada e estava de ombros baixos e calado. Também não havia tirado a máscara, e algumas pessoas ao redor sussurravam sobre como ele era o único ainda usando.
— Já passou de meia-noite — Taehyung disse a ele.
Jimin movia os olhos pelo saguão, como se procurando alguém.
— Eu sei.
— Você, supostamente, tem que tirar sua máscara.
Eles se entreolharam.
— Por quê? Eu não pretendo ser uma pessoa melhor esse ano. Não vou ficar vivo sendo bonzinho.
Taehyung não entendeu sobre o que ele estava falando, mas também não perguntou. Até concordava com ele, mas o caso do semideus era que ser bonzinho não faria seu povo ficar vivo.
A música parou de repente e eles olharam ao redor, buscando um motivo. Era Yoongi e Seulgi no topo da escadaria, sorrindo para seus convidados e querendo falar com eles.
— Feliz ano novo, meus compatriotas — disse o Ministro, abraçando sua esposa de lado o melhor que podia apesar da crinolina dela ser grande. — Estou muito satisfeito de começar mais um ano ao lado de vocês enquanto continuamos os sonhos dos nossos avós e bisavós de tornar Sarang o centro de tudo. O ano de 121 terminou sob circunstâncias assustadoras, estamos sendo ameaçados pelo nosso próprio povo e certamente é por falha nossa como governantes e classe mais privilegiada. Contudo, sei que podemos vencer esse desafio assim como vencemos todos os outros.
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imperfeitos: deuses de metal ; livro 1
FanfictionEm meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...