Em meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ouro, 30 de Turquesa de 121 d.S.
Quando o tiro soou, os trinta e dois participantes enfileirados na grande viga treliçada começaram a pular. As vigas eram afastadas entre si por dois metros e, olhando de fora, até podia parecer fácil pular de uma para a outra durante um percurso de sessenta metros, no entanto Jungkook discordava. Além das ondas que se formavam por causa dos pilares e deixavam o metal escorregadio e enferrujado, as vigas eram finas e havia pouco espaço para se apoiar. A área pequena fazia com que o corpo dele exercesse uma pressão maior no pé, por serem forças inversamente proporcionais, e, quando somado a fatiga muscular de suportar tanto peso e a força aplicada pelo impacto das ondas, era preciso apenas alguns centímetros de desequilíbrio para cair na morte certa.
Os holofotes virados para eles eram quentes e os gritos da plateia, perturbadores. Jungkook sentia-se tonto e totalmente despreparado para fazer aquilo, como se estivesse revivendo o tempo de novato no exército de Dongjjog e a primeira vez que se alinhou para marchar e massacrar uma vila.
No entanto, viu os outros pularem.
Ao menos a triangulação dava algum suporte; todas as vigas debaixo da ponte eram assim, uma vez que o triângulo possui nós com engaste total e os ângulos internos não podem mudar sem deformar a aresta, causando estabilidade estrutural por causa da grande capacidade do metal de suportar tração. Não que saber disso ajudasse Jungkook em alguma coisa, mas ele não conseguia não pensar nas diversas coisas que aprendeu quando teve um ensino exemplar como nobre.
Hoseok sempre lhe dizia que por ele pensar demais, as coisas davam errado. "É só fazer", e de fato, Jungkook viu os cabelos ruivos do amigo dançando enquanto ele pulava. Seu corpo esguio o permitia passar entre os grandes triângulos com facilidade e ele usava a energia da chegada como impulso para a nova saída. Enquanto isso Jungkook era o único que ainda estava na primeira viga.
Aquela era a Arena Macaco, onde além do objetivo ser chegar no final do trajeto, eles não podiam concluir de mãos vazias, pois espalhados no caminho estavam as "frutas", saquinhos coloridos que precisavam ser entregues na chegada. A utilidade deles era óbvia: não havia frutas para todos os macacos então eles precisavam ser mais velozes, mais fortes e mais sortudos que os outros se quisessem sobreviver.
Jungkook precisava se mover logo.
Foi quando viu com o canto de olho algo amarelo preso no pilar próximo. Era uma das "frutas". Ninguém a viu porque as luzes estavam apagadas quando eles desceram para ali e logo avançaram quando o tiro soou. A fruta era somente dele.
Jungkook, ao invés de pular para a próxima viga, andou pela primeira, agachado e semi-pendurado, evitando pisar nas partes diagonais que formavam os triângulos. Cada vez mais perto da plateia, o som foi ficando mais alto, mas poucas pessoas pareciam percebê-lo e essas estavam o insultando, achando que ele tinha desistido antes de jogar.
