Em meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...
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Estanho, 03 de Granada de 122 d.S.
Taehyung achou que com o escuro viria o silêncio, mas enquanto o chão gradativamente parava de tremer, as pessoas da sala de jantar conversavam entre si, um timbre de medo na voz de todos.
— Senhor, fique onde está — disse um dos guardas de Taehyung. — Iremos protegê-lo.
— Querida? — Era a voz de Yoongi.
— Estou bem — Seulgi respondeu. — Taehyung, se machucou?
— Não. O que aconteceu?
— Eu não sei.
No escuro pesado da sala de jantar, Taehyung percebeu que havia barulhos vindos da cozinha também, o cômodo ao lado, onde os criados pareciam estar mexendo em alguma coisa. Taehyung lembrou que eles tinham fogo aceso lá dentro.
O rapaz fechou os olhos e concentrou-se na luz azul no centro de sua testa, o ponto que havia escolhido para guardar o gatilho imaginário de sua magia. Ao se imaginar pegando essa luz com a mão, seus sentidos afloraram e ele pôde ouvir mais alto, cheirar mais forte, sentir mais frio e, quando abriu os olhos, enxergar mais claro. Ele demorou anos de treino para controlar aquela parte da masul. Isso porque foi criado como semideus, mas ele aprendeu que existiam semideuses por Daelyug que haviam sido criados como humanos e nunca despertaram seus poderes, que muitas vezes vinham a tona incontrolavelmente apenas em momento de fortes emoções.
No preto do ambiente, Taehyung viu tudo em cinza. Ali estavam seus dois guardas de espadas desembainhadas, sem saber muito bem para que lado apontá-las, e Yoongi e Seulgi bem pertos um do outro, ela com as mãos sobre a própria barriga e ele segurando os ombros dela por trás.
Não demorou muito até as portas da cozinha serem abertas e os cinco criados saíram carregando duas panelas cheias de carvão em chamas, segurando-as pelos cabos de madeira. As paredes e o chão refletiram o fogo, banhando os rostos de todos com laranja e sombras antinaturais da fonte de luz tremeluzente.
— O que está acontecendo, senhores? — uma cozinheira velha perguntou.
— Pelo que eu conheço sobre esse país — Yoongi começou, chamando a atenção de todos — e sobre o funcionamento da nossa energia, uma de suas fontes foi diretamente prejudicada, provavelmente por uma explosão de enorme proporção, se pudemos sentí-la aqui.
— O que isso significa? — um cozinheiro perguntou.
— Que não teremos luz elétrica essa noite. Se foi acidental ou não, ainda não tem como saber, mas é fato que precisamos nos preparar para o pior cenário.
— Alguém vir nos atacar — Seulgi completou por ele, assustada com a própria revelação.
Taehyung não pôde não pensar nos rebeldes. Depois da promessa violenta de justiça, aquilo só poderia significar que alguém estava em perigo, e Taehyung tinha plena certeza, pelo discurso da voz distorcida no rádio, que eram os habitantes de Jungsim.
