38 ¦ máquina voadora

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#DeusesDeMetal

22 de Ametista

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22 de Ametista

Madrugada

As noites em Sarang estavam sempre frias e era comum surgir uma neblina quando o vapor d'água acumulado durante o dia se condensava. A luz amarela dos postes não conseguia propagar naquela névoa, então, aos que se aventuravam sozinhos tarde da noite, ruas conhecidas poderiam se tornar lugares misteriosos, onde a mente de alguém se perdia naquilo que não podia ver e os nervos ficavam ansiosos pelo desconhecido.

Andando pela névoa, Jimin estava, mais uma vez, indo rumo à Jungkook. Sua última visita havia sido dia 16 e, desde então, ele remoia o que aconteceu, o desentendimento que deixou. Disse a Jungkook que iria ajudá-lo a trapacear em todas as arenas para que ele sobrevivesse e pudesse sair da cadeia, mas como não havia revelado sua verdadeira identidade, todas as desculpas que usava soaram forçadas. Como Prata, ele era um estranho que dizia ser amigo da família Jeon e surgiu do nada para ajudar Jungkook a recuperar o prestígio de seu nome e se redimir da tragédia em seu passado sem pedir algo em troca. Jungkook, de maneira sensata, começou a desconfiar que Prata estava com segundas intenções, porque Jimin não conseguia evitar de olhá-lo com afeto, dar-lhe presentes e, da última vez que se viram, fazer carinho em sua mão. Jimin havia caído no buraco que ele mesmo cavou e, mesmo assim, ainda se sentia exposto demais. A vergonha e a culpa de mentir para Jungkook e não poder negar que estava atraído por ele o fizeram demorar cinco dias para ir vê-lo de novo. Mas não sem antes tomar algumas taças de vinho.

Estava aquecido por dentro quando saiu da festa e andou pela neblina. Havia dispensado seu motorista e não estava confiante que conseguiria dirigir bêbado e com baixa visibilidade. Quando seu corpo esfriou, ele percebeu que estava perdido. Sua mente estava tão enevoada quanto as ruas e Jimin sentou no meio-fio gelado, desistindo de existir naquela noite. Talvez fosse melhor não ver Jungkook no estado em que se encontrava.

"Não pode ficar aqui, vai ficar com hipotermia", Yerim disse em sua cabeça. "Não que eu me importe como você morre, mas eu estou afim de uma segunda morte indolor."

Eles brigavam e se resolviam o tempo todo, como duas pessoas opostas que passavam tempo demais juntas e não conseguiam decidir se o outro era insuportável ou uma ótima companhia. Depois do último desabafo de Yerim, Jimin também se sentia culpado demais quanto a ela, mas, diferente de sua relação com Jungkook, ele queria ser honesto com ela desde o começo:

— Yerim, você me odeia por ter morrido?

Honestidade demais, ele pensou imediatamente, mas a bebida havia soltado sua língua.

"Eu nunca poderia odiar você por isso. Você não imaginava que isso iria acontecer."

Jimin não esperava que ela respondesse de maneira sincera, mas acabou se acalmando quando percebeu que os dois teriam uma conversa franca sobre esse assunto que ele evitou por tanto tempo.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora