Em meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...
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Mercúrio, 16 de Granada de 122 d.S.
Nesse dia em particular, o Centro Comunitário estava tão quente que as pessoas conseguiam ver o ar se mexer na frente de seus olhos. Tentaram encher todos os baldes, bacias e panelas disponíveis com água e ficaram jogados pelos andares, molhando o corpo quando se sentiam prestes a desmaiar.
Sooyoung estava dividindo uma leiteira com Subin e as duas estavam sentadas numa das mesas do refeitório. Haviam desistido de entregar panfletos naquele dia e eles estavam espalhados sobre a mesa.
ㅡ Quem em sã consciência aceitaria trabalhar de graça nesse calor? ㅡ Subin reclamou com a voz arrastada e depois jogou água no rosto.
ㅡ Quem em sã consciência aceitaria trabalhar de graça. ㅡ Sooyoung estava largada sobre a mesa.
A ruiva riu.
ㅡ Você já notou que não vai receber nada por trabalhar aqui, certo?
ㅡ Eu sei disso. Mas quem disse que eu estou em sã consciência?
A briga com Yerim e a separação de Jimin ainda apertavam seu peito e enjoavam seu estômago. Ela não conseguia parar de rever a conversa na mente e pensar no que poderia ter acontecido de diferente para que aquilo não doesse tanto.
Ela nem tinha conseguido usar as roupas de Yerim de tanta culpa, então estava com as de Jimin: uma camisa branca dobrada nos braços, suspensórios e calça que entrava nas botas. Preferia assim, de qualquer forma. Era mais confortável.
ㅡ Eu quero nossa banheira. ㅡ Gemeu. ㅡ E os lençóis frios da nossa cama.
ㅡ "Nossa"? Você tem um amante, Sooyoung?
ㅡ Não. Eu tenho um irmão. ㅡ Explicar quem exatamente era Jimin poderia ser complicado. De qualquer forma, ela não queria revelar muito sobre si mesma.
ㅡ Ah. Você pode ir pra casa hoje, todos vão entender. Eu não tenho pra onde ir, então vou ficar por aqui mesmo.
ㅡ Você vai ficar bem?
Subin sorriu, levando o cabelo para um dos ombros e deixando o pescoço exposto, onde ela passou água.
ㅡ Eu sempre fico bem.
Sooyoung respondeu com um "hmm". Cruzou os braços sobre a mesa e encostou o queixo neles, inflando as bochechas enquanto pensava. Depois olhou de volta para Subin.
ㅡ Você pode ir comigo hoje. Usar a banheira.
A garota olhou para ela com as sobrancelhas levemente arqueadas e Sooyoung sustentou seu olhar, mas quando Subin abriu a boca para responder, houve um baque perto delas.
Um velhinho tinha desmaiado no chão do refeitório. Sooyoung, a mais próxima, se levantou e foi checar sua condição, logo sendo cercada por outras pessoas. Ela primeiro percebeu que o peito não estava se mexendo e vagarosamente seus dedos foram até o pescoço dele, tentando sentir os batimentos. Nada.
