Cheguei

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Norman P.O.V

Despertei de um sono bom após o piloto dizer que já estávamos chegando,e ia se preparar para o pouso.
Uma aeromoça me explicou todos os procedimentos,embora eu já soubesse tudo de cor,dado a quantidade de vezes que escutei aquilo.

Olhei pela janela e de lá consegui ver a cidade, me perguntei onde será que Emma estaria.

Deveria ter perguntado para ela em que parte da cidade morava.

-Idiota- Me xinguei por isso,como não perguntei onde ela vivia deveria ter me atentado mais nisso.

Sai do avião cobrindo os olhos devido ao sol forte, retirei os óculos de sol do bolso e o coloquei descendo a escada logo em seguida.
Andei pelo aeroporto carregando minhas malas de rodinhas, e me sentindo um pouco incomodado com os olhares que me direcionava, alguns eram de curiosidade outros eram mais profundos...E não me atrevi a olhar para as mulheres que se direcionavam a mim.
Estava ali por uma só.

Me encontrei com o táxi que me levaria até o hotel, durante o caminho comecei a me entreter com um joguinho sem graça que havia em meu telefone, deveria agradecer a Sherry que o colocou ali para não morrer de tédio quando ia me visitar.
Acabamos por parar em no semáforo,no meio do trajeto, e resolvi tirar minha atenção do celular e olhar um pouco a cidade que ficaria por um bom tempo.
O semáforo não estava lá tão cheio,mas dava para ver que era uma cidade movimentada. Olhei para o carro ao lado do meu e  vi um garotinho moreno de olhos azuis conversando animadamente com a pessoa no banco da frente...Ele voltou ao local onde estava sentado e olhou para mim.

Me deu um aceno e sorriu,repeti o gesto enquanto ele cutucava a  menina ao seu lado para olhar também.
Tomei um susto ao ver o quanto a menina era parecida com Emma, ela me deu um "tchauzinho"com a mão e fiz  o mesmo.
O sinal abriu e antes que meu carro começasse a andar vi de soslaio a pessoa que estava dirigindo o carro.

-"Emma!?"-Minha mente gritou tentando adivinhar a identidade da mulher que era muito parecida com a que eu procurava.
Pensei em pedir para o táxi parar,mas aquilo nem poderia ser verdade, eu nem vi para onde o carro foi,seria desperdício de tempo seguir.
Paramos em frente  ao hotel e vi a enorme fachada de vidro que o cobria,e,os dois prédios enormes que ficavam conectados por um corredor do vidro onde as pessoas passavam despreocupada.
Desci as malas ,do carro,agradecendo ao homem,e lhe dando uma gorjeta gorda em troca.
Quando ele saiu minhas malas foram carregadas para dentro,por um funcionário. Assim entrei, vi que era maior por dentro do que por fora.
Uma mulher me guiou até o último andar onde ficava o quarto que reservei.
Durante o trajeto pelo elevador ela ficou ajeitando os cabelos morenos, passando a língua pelos lábios, o que me deixou desconfortável.
Quando as portas do elevador se abriram pude respirar aliviado.
Poderia entrar no quarto e cair na cama, dormir um pouco já que para mim essa palavra andava muito rara ultimamente.

-Obrigada-falei vendo ela abrir a porta e vendo que minhas malas já estavam dentro do quarto.

-O senhor deseja mais alguma coisa?-Ela perguntou entrando no quarto juntamente comigo.

-Não, obrigada mesmo assim-Falei vendo a se aproximar de mim.

- Tem certeza um banho? Uma massagem ou quem sabe um....-Ela se aproximava cada vez mais,porém, foi interrompida por pequenas batidas na porta.
-Amanda-Viu um garotinho parado na porta com o uniforme escolar azul,calça curta, tênis e blusa com casaco, e um mochila da escola.
A mulher bufou ao ver o menino e eu ,por outro lado, sentiu um alívio lhe percorrer o corpo.
-O que você quer Chris?-A mulher perguntou ríspida.
-Minha mãe me mandou procurar você para irmos até o centro comercial, quero comprar um presente para minha professora-Chris disse sorridente.
-Porque você precisa dar um presente para aquela imbecil, nem é aniversário dela-A mulher falou saindo de perto de mim e se colocando em frente ao garotinho,que não a olhava com uma cara boa.
-Ela estava triste hoje,meio pensativa...A professora não é assim,pensei que dar um presente pudesse alegrar ela-O menino colocou as mãos na frente do corpo e baixou os olhos fazendo uma carinha de pena. Aquilo me faz lembrar de Sherry quando queria algo...E ela sempre conseguia.
- Isso não é problema meu-Ela rebateu. Os dois continuaram conversando alheios a mim, que,curioso, prestava atenção em toda a conversa.
- Por favor quero fazer com que a professora Emma fique melhor-Chris  disse ainda fazendo a carinha. Naquele momento minha mente se  ascendeu.
Emma havia me  dito sobre o trabalho de professora,mas ela  não me falou  em que ramo de professora ela trabalhava...Resolvi tentar algo,entrando na conversa.
-Com licença...- Ele chamou a atenção dos dois que pararam de discutir para prestar atenção nele.
- Por acaso está falando da senhorita Emma Carter- Vi o menino concordar com a cabeça.
-Como sabe o nome dela?- Ele perguntou curioso.
-Sou um bom "Amigo" dela,por acaso vim a cidade a procura dela-Peguei o telefone do bolso procurando algo e lhe mostrando logo em seguida um foto minha e dela, minha mãe tirará durante a viajem,e que eu guardava com muito carinho.
-Então você pode me ajudar...Se a conhece pode entender o que posso dar para  deixar bem-Ele disse pegando na minha mão,e me puxando para fora do quarto enquanto a mulher nos olhava confusa.
-Não se preocupe...-Falei para a mulher que nos seguia.
-Irei com ele,mas prometo que o trarei de volta. Sou amigo se um dos sócios aqui, se os pais dele não acreditarem diga que Norman Ratri o levou para passear-disse para ela,que ficou boquiaberta enquanto Chris continuava a me puxar.
Passamos um bom tempo no centro comercial da cidade.
Chris acabou me contando que ele era filho de um dos donos do hotel,mas que seus pais não tinham tempo para ele, por isso sempre tentava aprontar algo para lhes chamar atenção.
Contou que Emma o ajudou a acabar com isso, e conseguiu restaurar um pouco do relacionamento com seus pais após um problema na escola.
Senti orgulho do que ele me contava sobre a ruivinha.
Acabamos comprando para ela um arranjo de girassóis e algumas coleções de livros, que(Segundo Chris)Ela já queria a um bom tempo.
-Ando com um pouco de dificuldade de encontrar a casa dela,já faz um bom tempo que não a visito-Mencionei colocando as compras no porta-malas do táxi.
Infelizmente, um dos meus carros que trouxe comigo,só chegaria pela manhã já que ele precisou passar por um revisão ao pousarmos.
- Ela mora em um apartamento-Chris falou entretido com um joguinho que havia comprado para si.
-Ja estive lá uma vez com o meu amigo,que é irmão da professora,foi para fazermos um trabalho...E ela nos ajudou-Chis mencionou sorridente.
-Sabe onde fica?-Perguntei sério tentando disfarçar minha empolgação.
- Sei é daqui a cinco quadras se eu não me engano-Ele explicou apontando com os dedos. 

Chegamos ao hotel e pedi para o táxi esperar um pouco enquanto ia deixar Chris até sua mãe que já o aguardava, um pouco preocupada,mas seu rosto se iluminou assim que nos viu.

Ela abraçou o filho e o repreendeu por ter saido com outra pessoa que não fosse a tal da Amanda. Olhou para mim e seu rosto ganhou um sorriso de orelha a orelha. 

-Ah você é mesmo o filho do James? É a cópia fíel dele-Comentou com a mão na bochecha enquanto me analisava dos pés a cabeça. Meu pais eram amigo de um dos sócios desse hotel, por isso havia sido muito fácil para mim encontrar um quarto...Além de que o senhor Smee já havia visitado várias vezes a nossa casa. 

-Ela mora na rua Bakerson...A 10 quadras daqui, em um apartamento, número 63 se não me engano-A mulher me explicou enquanto nos encaminhavamos para fora do hotel. Onde o táxista já aguardava, e pelo que percebi, estava um pouco impaciente. 

-Obrigada-Agradeci a ela que retribuiu com um sorriso. Me despedi pretendendo apenas conferir o endereço e falei para o táxi que, logo, deu partida no carro.

Senti a exitação crescendo dentro de mim, eu poderia estar certo sobre o local,mas também poderia estar errado.

"Como será que ela estava? Será que estava bem? Será que continuava tão animada e cheia de vida como quando a conheci? Como deveria estar seu trabalho ou sua família?"

Essas dúvidas rodopiavam pela minha cabeça, tanto que nem prestava atenção no caminho. Mas acho que a dúvida mais importante era: "Será que ela quer mesmo me ver?" 

Mordi o lábio inferior nervoso, nunca havia ficado assim. Nem mesmo quando fui assumir a empresa da família. Fui despertado de meus devaneios com o táxista avisando que haviamos chegado no local. 

Olhei pela janela e vi um pequeno condomínio com apartamentos bem separados. Dei o dinheiro ao homem que nem esperou eu me despedir, e já deu partida no carro assim que sai. 

Segui até a portaria olhando nome nos apartamentos resolvi perguntar ao porteiro se ela estava, ele concordou embora desconfiado. 

Disse que estava alí para uma visita supresa e ele liberou minha entrada, logo voltando a atenção para um programa que passava em seu rádio portátil.

Segui para dentro do condóminio vendo que as casas com algumas pessoa correndo enquanto andava por uma calçada de pedra. 

Olhei para um dos últimos apartamentos. Número 63. Eu finalmente havia achado!

Me aproximei e vi um grande portão de ferro que dava para a escada, o consegui destrancar com um clipe que trazia comigo e subi a escada com o coração batendo fortemente.

Parei em frente a porta de madeira sentindo uma linha de suor escorrendo pela minha testa. Que droga!  Porque eu estava tão nervoso. 

Respirei fundo,uma, duas, três vezes. 

-Por favor que você me queira aqui-Susurrei antes de meu dedo bater na campainha. Escutei latidos de cachorro e passos se aproximando, foi quando a porta se abriu...

-Olá Emma-Falei sorridente para ela. Ela estava mais linda do que nunca.

-Norman?-Perguntou incrédula me olhando do pés a cabeça. 

Sim, eu cheguei!

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