Tal pai, tal filho, tal Ratri

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Norman P.O.V


-E foi isso-Eu terminei de contar a história, enquanto colocava um pouco de gelo no olho roxo que havia ganhado, não durei nem dois minutos nas mãos do senhor Carter, se não fosse pelos guardas do parque amanhã teriamos um funeral na família.

Maldito físico fraco dos Ratri!

-Ah querido essas coisas acontecem-Minha mãe falou na tela do telefone, com as bochechas vermelhas, tentando segurar a risada.

Eu ergui a sombrancelha para ela, que não suportou e caiu na risada. Eu estava dentro do quarto, em um dos hoteis que ficava no parque. Disse a Emma para ir jantar em um dos restaurantes fabulosos da Disney, apesar de negar muito no começo, ela aceitou depois de tanta insistência minha. Acabei não indo junto por conta do olho roxo, mas prometi e ela que ficaria bem.

Agora aqui estava eu, deitado em uma cama King size com um olho roxo e algumas escoriações pelo corpo, enquanto minha mãe ria do meu sofrimento.

-Não sabe o quanto isso é horrível-Eu protestei vendo o rosto vermelho da minha mãe, com lágrimas brotando nos cantos dos olhos de tanto rir.

-Não sabia que seu futuro Sogro era tão...-Ela tentou encontrar uma palavra que o destacasse.

-Maluco-Sugeri.

-Protetor-Ela corrigiu, dando outra risada. Percebi pelo sofá em formato de "U" e os quadros emoldurados atrás dela,pelo ambiente que estava na sala da casa, onde ela e meu pai viviam, e onde eu morei por 19 anos, antes de sair de casa e alugar meu próprio apartamento, quando estava perto de terminar a faculdade.

-Puff, que maravilha-Eu ironizei, revirando os olhos.

-Ele só quer proteger o bem que é dele, quer se certificar de que você saiba que a Emma tem um protetor, e que não tente gracinhas com ela-Elizabeth me alertou levantando uma das unha pintadas de uma cor clara.

-Eu não tentaria gracinhas com ela-Me levantei um pouco ofendido por aquela acusação.

-Norman James Ratri de Louis-Ela me chamou pelo nome completo, sabendo que aquilo servia como alerta.
Sim, meu segundo nome era o mesmo do meu pai, e o segundo nome dele(James Harry Ratri) era o mesmo do meu avô, era uma tradição da família.
—Mãe, não faria isso com a Emma ela é incrível, e não teria coragem de machuca-lá. Só não sei por que o senhor Carter não confia em mim?-Passei as mãos pelo cabelo, com um suspiro de frustração.

-Tal pai, tal filho-Minha mãe mencionou,revirando os olhos.

-Como assim?-Arqueei uma das sombrancelhas para ela, confuso.

-Seu pai disse a mesma coisa quando estavamos namorando-Me contou.

-Ele disse: "Não sei por que o seu pai não confia em mim. Não teria coragem de te mahucar"-Ela engrossou a voz tentando parecer com do papai.

-E ele compriu com a palavra dele-Falei fortemente.
Em vários anos de casamento, jamais vi minha mãe chorar e se afastar do meu pai, ou mesmo brigas intensas deles.

-Aí é que você se engana-Minha mãe balançou a cabeça, e fiquei um pouco surpreso.

Ela estava preste a me contar algo.

-Seu pai já fez uma burrada tão  grande que por pouco você não chegava querido-Ela colocou mão na bochecha, com uma expressão pensativa. Eu conhecia essas expressão.

-Como assim?-Indaguei, já sabendo o que ela faria a seguir.

Senta que lá vem a história.

-Você provavelmente não deve se lembrar,já que só tinha cinco anos. Mas sabe o porquê de seus avós paternos terem ido fazer aquela viagem que causou o acidente-Neguei com a cabeça, nunca foi realmente esclarecido para mim sobre o acidente, eu apenas me lembrava do meu pai chorando até tarde da noite no sofá, e mamãe tentando consola-lo, do olhar vazio do Peter toda vez que o via na mansão Ratri aos domingos, e do velório, frio e depressivo.

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