𝐃𝐈𝐆𝐀 𝐐𝐔𝐄 𝐍𝐀𝐎 𝐈𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐑𝐓𝐈𝐑 [𝐒𝐮𝐧𝐚 𝐑𝐢𝐧𝐭𝐚𝐫𝐨𝐮]

𝑻𝒉𝒊𝒓𝒕𝒚 𝑺𝒊𝒙

Você estava sentada no banco de trás do carro e Kita dirigia o veículo, Suna estava encostado contra o seu corpo, você acariciava o rosto dele, o moreno tinha os olhos abertos mais não conseguia falar nada e nem se mover. Você estava aos prantos, as lágrimas ainda se faziam presentes, não conseguia segura-las, doía demais ver a pessoa que ama daquela forma, era de fato uma experiência traumática, suas mãos estavam meio tremulas e uma falta de ar insuportável se fazia presente, cravou a unha na palma da mão na tentativa de ficar mais calma, o que resultou em várias feridas mas não ligava, apenas queria que a dor interior que sentia diminuísse.

Assim que chegaram no hospital Suna foi atendido às pressas, os médicos disseram que por pouco ele não teve uma overdose, mesmo assim iria precisar fazer uma lavagem gástrica e ficaria internado por um tempo, provavelmente por uns dois dias, já que ele precisaria ficar no soro. Você e Kita teriam que ficar aguardando na sala de espera até que o moreno fosse para o quarto do hospital.

—Ele vai ficar legal, [Nome], já pode se acalmar. —Kita falava calmamente esquanto olhava para você, suas mãos ainda tremiam e você continuava a pressionar as unhas sobre a palma, o acizentado segurou suas mãos e o que te fez encara-lo. –Por favor, se acalma, odeio que fique se machucando desse jeito.

—Ele falou pra mim que só ia entregar uns papéis e voltava a tempo do jantar, ele falou que estava bem... então eu fico me perguntando o motivo dele ter feito isso, e eu não sei porque, mas sinto que a culpa é minha. –Sua voz se misturava em meio ao choro e uma dor enorme crescia em seu peito.

—Para de falar isso, você não tem culpa nenhuma, deve ter acontecido alguma coisa na empresa com o pai dele...

—Ele me ligou várias vezes e eu ignorei, eu falei que iria estar la pra quando ele precisasse e eu não estava, ele poderia ter morrido e eu sinto que se tivesse atendido a merda do celular nada disso teria acontecido. –Você falava mais alto do que de costume, mas foi interrompida pelo celular do acinzentado tocando.

—Merda, é o pai do Suna, já volto, [Nome]. –Kita se levantou e foi para o lado de fora do hospital voltando quase vinte minutos depois com uma cara não tão boa.

Ele explicou que o pai de Suna havia descoberto sobre o hospital por conta do plano de saúde de Rintarou, o mais velho estava preocupado com o filho, mas Shinsuke o acalmou dizendo que ele já estava bem, e quando o outro perguntou se podia ir vê-lo o acinzentado apenas disse que não era uma boa idéia, pois as probabilidades de Suna acordar de mal humor eram grandes.

Algumas horas se passaram e você cochilava apoiada no ombro de Shinsuke, chorar por tanto tempo sem parar havia te deixado cansada. Acordou em um pulo ao ouvir a enfermeira chamando por Kita, vocês dois foram até ela e a moça informou que Suna estava bem, ele ainda estava inconsciente porém estava bem e já podia receber visitas, ela informou o número do quarto onde Suna estava e você e Kita logo trataram de ir até lá, assim que entraram no quarto deram de cara com Suna deitado na maca dormindo tranquilamente, as vezes você pensava que ele só se sentia em paz dormindo, era duro ter que encarar a cena dos aparelhos conectados ao corpo do moreno, você sabia que eram apenas aparelhos de monitoramento e soro e que ele não corria mais nenhum risco, mesmo assim sentia algo ruim no peito, era agonizante. Kita se sentou em um sofa que ficava próximo a janela, já você se sentou em uma poltrona ao lado de Rintarou, segurou a mão dele que estava próxima de si e ficou o encarando.

—Lembra aquela vez que a gente tirou uma foto junto e você colocou uma musica que dizia "Eu estava no escuro, você me iluminou"? você falou que foi eu que te iluminei mas eu acho que foi ao contrário, antes de você aparecer eu não lembrava o que era ser feliz, o meu sorriso havia se perdido a um bom tempo e eu pensava que nunca mais ia conseguir amar de novo, mas eu tava errada, eu te amo como nunca amei ninguém. –Suna não podia te ouvir mas você precisava falar então apenas deixou que as palavras saíssem.

As horas passaram novamente e já era manhã, você havia adormecido com a cabeça encostada na maca e ainda de mãos dadas ao moreno, Kita mexia no celular tranquilamente até ouvir a voz falha de Suna.

—Você ta péssimo –Kita disse se levantando e se aproximando do moreno que apenas soltou um riso fraco.

—Eu mereço, fiz muito merda e ainda envolvi a [Nome] nisso, não queria que ela chegasse a me ver assim e também... não queria que você me visse assim de novo.

—Suna eu vou ser bem sincero com você, acho que deveria ir pra clínica. Vai ser bom pra você e bom pra [Nome] também, eu não sei o que te levou a fazer isso, mas tem que entender que sempre que você surta corre direto pra drogas porque de certa forma te faz esquecer, e acabou se tornando seu porto seguro, precisa ir pra um lugar onde não possa correr direto pro seu "porto seguro" sempre que tiver um surto. A [Nome] não pode ficar passando por isso, ela não deve ter te contado, até porque faz tempo, mas quando Oikawa foi embora pela primeira vez e as coisas na casa dela estavam ruins ela ficou com ansiedade e tinha crises quase todo dia, na época eu praticamente morava com ela e mãe dela, quando ela ganhou o apartamento as coisas melhoraram, já que ela não tinha mais que encarar a pressão que a mãe jogava encima dela, não comprir com as espectativas da mãe a machuca mais que qualquer outra coisa porque mesmo a mãe dela a humilhando nas palavras, ela ainda sente a necessidade de dar orgulho a mãe, e de certa forma por ter crescido no mesmo meio Oikawa a ajudava com isso, por isso que a [Nome] ficou tão mal quando ele foi embora, o que eu quero dizer e que –Kita percebeu que você estava prestes a acordar então apenas finalizaria com o que dizia rapidamente –Olhe a mão dela que você descobre, eu vou dar um tempo pra vocês conversarem, acho que vão precisar –O acinzentado saiu do quarto e Suna olhou a palma da sua mão, vendo as feridas deixadas pela sua unha, ele respirou fundo e acariciou seu rosto com a mão que estava livre dos aparelhos, o que te fez despertar de vez e abrir os olhos.

—A quanto tempo você ta acordado? –Voce disse se sentando corretamente na poltrona, o que fez Suna cessar com o carinho.

—Tempo suficiente pra te ver babando enquanto dormia na minha cama. –Você e Suna deram um pequeno riso, o clima tava estranho –Vem cá, deita comigo. –Você fez o que Suna pediu tomando todo cuidado possível para n esbarrar em nada, se aconchegou no peitoral do moreno enquanto ele te envolvia em um abraço.

—Por que fez isso, Suna? Fiquei preocupada.

—Eu tive uma briga com o meu pai e ele falou da minha mãe, isso me afetou mais do que eu pensei e ai fiz besteira —Suna não iria comentar que viu você e Semi juntos, ele sabia que se contasse você se culparia.

—A culpa é minha, você tentou me ligar e eu ignorei completamente, a verdade é que o Semi voltou à cidade e ele queria falar comigo, então eu fui, quando chegamos apenas tomamos café e ficamos falando sobre coisas aleatórias, ele falou bastante sobre a namorada dele, ela parece ser bem divertida, também falei de você pra ele, ele disse que realmente estou apaixonada e que meu olho brilha de uma forma inexplicável quando falo de você, isso me deixava tímida antes mas agora eu até gosto que reparem. Me desculpa por não ter dito nada, eu achei que você iria ficar bravo comigo ou algo do tipo. –As lágrimas rolavam pelo rosto de Suna e você não havia percebido por estar de costas para ele, aquelas lágrimas carregam uma culpa enorme, ele tinha duvidado de você sem motivos e a tinha feito sofrer por suas escolhas erradas, e isso doía muito.

—Desculpa. –O moreno deu um leve selar no topo da sua cabeça, você sentiu as lágrimas mais não comentaria nada, não queria tocar mais no assunto, por enquanto fingiria que tudo está bem.

—Gente me desculpa por ter sumido do nada, eu real tava tentando escrever mais não saia nada.

—Enfim ja postei a fic do Atsumu vão lá ler, prometo que ela vai ser mais tranquila que essa ksksksksk.

—Foi isso não achei que o cap ficou muito bom mais espero que tenham gostado, ate o proximo.