Capítulo 17

9 3 0
                                    

Com os gritos de dor de Matteo, os policiais subiram para o segundo andar e nos abordaram. 

Explicamos que estávamos procurando Cecília e que não fazíamos ideia de quem era o corpo no pequeno quarto, mas, mesmo assim tivemos que acompanhá-los até a delegacia. Cecília havia fugido, e não tínhamos outra opção a não ser obedecê-los. 

Tentamos explicar que estávamos ali por acaso e que não tínhamos nada haver com o sequestro, com a fuga da Cecília ou com o corpo brutalmente esquartejado, mas o puto do policial parecia não ligar para nada do que dizíamos. 

— Eu fui sequestrada, olha os meus pulsos machucados. Você acha que eu vou ficar em uma cela depois de tudo que passei? - já estávamos na delegacia. 

— Ei, calma. - Matteo disse pondo a mão em meu ombro.

— Calma, nada, e eu tenho direito a uma ligação. - relutante, o rude policial me permitiu usar o telefone. Liguei rapidamente para Ana que me contou sobre Kath, me tranquilizando. 

Algumas horas depois, Ana chega juntamente com Pedro, o secretário de Cecília que segundo ela, se ofereceu para ajudar já que era advogado. 

Pedro falou com a polícia e fomos liberados.  Eu estava prestes a sair em direção do hospital para ver Kath, quando avistei Matteo e Pedro entrando no carro. Antes que Pedro pudesse entrar no carro, toquei seu ombro chamando sua atenção. 

— Ana me contou que você chamou a polícia e se ofereceu para nos ajudar. Obrigada. 

— Não foi nada. Eu não sabia sobre seu sequestro e se soubesse, com certeza faria de tudo para impedir. 

— Eu... Tenho certeza que sim. Você tem ideia de onde a Cecília pode ter ido? - seu semblante logo mudou para uma expressão triste. 

— Infelizmente não... Mas, assim que encontrá-la, não hesitarei em te dizer. Então eu vou indo, Vic.

dei-lhe um sorriso e acenei me despedindo. 

Ouvi-lo me chamar pelo apelido soava muito familiar, era como se fôssemos íntimos. Não entendo porque ele fez isso se ele é tão devoto à Cecília. Mas, isso não é importante agora... Estava amanhecendo e eu precisava ver Kath. 

Katherine

Meu corpo estava mole, eu estava super cansada e havia descansado por muitas horas. Abri meus olhos lentamente sentindo a suave luz do sol da manhã bater em meu rosto, até ouvir a porta do quarto de abrir e uma voz ecoar. 

— Está na hora dos medicamentos, querida. 

Aquela voz era muito familiar. Virei minha cabeça lentamente para o lado de onde aquela voz vinha e o desespero tomou conta. Era Cecília, que sorria diabolicamente enquanto injetava algo em minhas veias. 

A tentativa de gritar era falha, eu estava totalmente imóvel gritando, implorando por socorro. Fechei meus olhos para evitar ver o que acontecia e tornei a abri-los vendo Vic me chamar. Eu estava morta? 

— Kath... Kath... Kath, você está me ouvindo? - sua voz saía como um eco. Meu Deus, eu estava mesmo morta? 

Acordei em um sobressalto e ofegante, era tudo um sonho? A cobra Cecília não estava aqui? Soltei um suspiro de alívio e logo Vic me acordou dos meus pensamentos com um estalo de dedos. 

— Você está bem? Como se sente? - perguntou 

— É… Estou bem... E você? O que aconteceu? 

— Nada... Eu só fui levada pra delegacia depois de ver um corpo esquartejado naquele prédio imundo e... 

— Você voltou no galpão? Porque? Ficou louca. - Ana a interrompeu. 

— Ela atirou na Kath, voltei pra matar aquela louca e acabar com isso. - Ana revirou os olhos e Vic mostrou a língua para ela. 

— E então... Conseguiu? - perguntei animada. 

— Não, ela não estava mais lá. - Vic disse triste. 

— Eu acabei de buscar você na delegacia, vê se sossega.- Ana disse, e Vic sorriu. 

—E você - apontou para mim - olha seu estado, você foi baleada. 

— Mesmo em uma cadeira de rodas, eu quebraria o pescoço dela e faria as unhas ao mesmo tempo. 

Disse e Vic sorriu. 

— Estou orgulhosa de você. - ela disse. 

— Ai meu Deus, essas pirralhas... - Ana balançou a cabeça negativamente. 

— Vocês duas não tem jeito mesmo. Eu preciso ver a Megan, não aprontem nada, ok? 

— O que tá rolando entre vocês? To vendo que andam bem próximas... - Vic perguntou. 

— Estamos... Deixando as coisas fluírem. 

— Nossa, eu jurava que ela gostava de mim. - Ana franziu o cenho e cruzou os braços. 

—É brincadeira, calma. - Vic olhou com desdém sentando na poltrona do quarto enquanto Ana saía ainda com os braços cruzados.  

— Afinal, onde estão Anastácia e Thomas? - ela perguntou. 


Sede de Vingança: Máfia FemininaOnde histórias criam vida. Descubra agora