𝐓𝐄 𝐕𝐈 𝐍𝐀 𝐑𝐔𝐀 𝐎𝐍𝐓𝐄𝐌 ; hinata shoyo

0.5

   //desculpem a demora:)

   A música estava tão alta que por uma fração de segundos você pensou ser possível que o chão tremesse em seus pés, tinha um copo de uma bebida extremamente rosa em sua mão, sentia algumas gotículas de suor se acumularem em sua testa enquanto algumas pessoas lhe empurravam mais o seu corpo contra o do ruivo que soltou um riso alto, os olhos castanhos caíram sobre você, ele arqueou uma das sobrancelhas segurando seus ombros.

   — Céus, esse lugar é lotado.

   Ele disse elevando o tom para que sua voz se fizesse presente por entre a música alta, você riu antes de encolher os ombros, aproximou os lábios do ouvido do ruivo.

   — Bem, é a VJ, seria no mínimo estranho se não estivesse lotada.

   — Eu acho que ainda prefiro a gaiola.

Ele disse de forma simplista, levou o próprio copo colorido até seus lábios dando um gole, fez uma careta, não fazia a mínima ideia do que era aquela bebida rosa, mas bem, era a bebida mais barata da VJ, por isso havia comprado. Você sorriu antes de lamber os lábios os umedecendo, olhou ao redor, Anna e Hadassah haviam simplesmente sumido de vista, suspirou, aquilo sempre acontecia, bem, afinal elas eram namoradas, se Hinata não estivesse ali provavelmente você estaria procurando uma pessoa qualquer para fazer amizade, volteou os olhos na direção do ruivinho.

   — Você já foi na gaiola?

   Ele sorriu antes de assentir.

   — Forcei meu colega de quarto a me levar um dia porque eu queria conhecer, ele não olhou na minha cara por dois dias porque não gosta dessas coisas.

   — Da próxima vez me chame pra ir com você, eu nunca fui.

   — Nunca?!

   — É minha primeira vez no Rio, ruivinho, eu só fui nos da Zona Leste.

   Murmurou abrindo um sorriso curto por entre seus lábios, outro empurrão, soltou um gritinho fino, seu corpo se chocou com mais força contra o do ruivo, você respirou fundo o sentindo levar as mãos até sua cintura quase que de imediato lhe segurando ali, levantou o rosto o encarando, Shoyo respirava de maneira pesada lhe encarando ali, abaixou o rosto em sua direção curvando o corpo suavemente, aproximou os lábios até seu ouvido, conseguiu sentir a respiração quente do homem se chocando contra a pele de seu pescoço, seu corpo se arrepiou por completo.

   — Quer ir para um lugar mais calmo?

   Ele perguntou com a voz baixa ao pé de seu ouvido antes de afastar o rosto devagar, seus olhos se encontraram com os castanhos do ruivo, você engoliu em seco, assentiu devagar, ele sorriu, deslizou os dedos por seu antebraço até sua mão a segurando de modo delicado entrelaçando os dedos aos seus para que você não se perdesse dele no meio da multidão. Andaram por entre a multidão até um dos lugares menos movimentado do baile, ali a música não era tão alta, suspirou aliviada ao não sentir mais sua cabeça vibrar com a batida violenta, recostou o corpo contra a grade.

   Abaixou o olhar para sua mão, ainda permanecia junta a de Hinata, os dedos entrelaçados, tentou conter um sorriso que queria crescer em seus lábios antes de levantar o rosto novamente até o homem que tinha os olhos fixos a suas feições, ele sorriu, arqueou uma das sobrancelhas, você chiou baixinho, ele simplesmente ficava lindo demais com um delineado.

   — Posso fazer uma pergunta?

   Ele indagou com a voz baixa, você assentiu devagar, o sentiu passar o polegar pelas costas de sua mão.

   — Pode.

   — Até onde você planeja chegar com esse negócio de namorados de férias?

   Shoyo perguntou de maneira sussurrada, você sentiu suas bochechas queimarem, engoliu em seco antes de encolher os ombros de maneira quase que tímida, desviou o olhar, Hinata era realmente um achado e tanto, era bonito, engraçado e ainda por cima um jogador incrível... justamente por isso você não poderia fazer aquilo, sempre acontecia algo ruim quando ficava com alguém legal demais.

   — Acho que... estamos bem sendo namorados de férias desse jeito — murmurou com a voz baixa, respirou fundo —, só segurando as mãos e saindo juntos, eu acho você incrível, Shoyo, mas sempre que eu beijo alguém parece que eu estrago tudo que envolvesse aquela pessoa a mim, não quero que você se afaste.

   Você murmurou, ele riu, jogou seu copo no lixo, apertou a sua mão mais forte entre a sua, assentiu devagar.

   — Está bem.

   Ele disse simplista, você arregalou os olhos de modo surpreso, entreabriu os lábios.

   — Você não está irritado?

   Shoyo franziu o cenho de maneira confusa ao escutar suas palavras, negou com a cabeça devagar.

   — Por que eu estaria irritado com isso? Acho que a única coisa que eu deveria fazer aqui é respeitar sua decisão, não? — ele murmurou com a voz fraca, levou uma das mãos até seu rosto, colocou uma das mechas de seu cabelo por trás da orelha, correu os olhos por suas feições, sorriu — Eu só posso apostar quinze reais com você que ainda vai mudar de ideia.

   Você riu ao escutar o que o ruivo disse, cutucou a bochecha com a ponta da língua.

   — Quem diria, você é competitivo, ruivinho?

   Ele arqueou uma das sobrancelhas, pendeu o rosto para o lado.

   — Mais do que você imagina, mocinha.

   Shoyo murmurou com a voz levemente rouca, você sentiu seu corpo se arrepiar de leve, piscou devagar.

   — Não me chame de mocinha, eu perco minhas estruturas.

   Ele riu alto enquanto assentia devagar, passou a mão livre sobre os fios ruivos e levemente úmidos pelo suor os colocando para trás, sorriu.

   — Bem, é exatamente isso que eu estou tentando fazer.

   Você revirou os olhos de maneira divertida ao escutar suas palavras o vendo pegar o copo de sua mão o levando até os próprios lábios, você arqueou uma das sobrancelhas.

   — Hinatinha, quem diria você é um galã?

   Indagou elevando a voz em tom divertido por entre um riso baixo, o homem de cabelos ruivos se engasgou com a bebida, um jato rosa escapou por entre suas narinas, tossiu de maneira desesperada, você riu alto soltando a mão da de Shoyo, bateu a mão na coxa, sentia que o ar simplesmente não chegava em seus pulmões, ele passou a mão sobre os lábios quando se acalmou por fim, levou os olhos castanho até os seus.

   — Pelo amor de deus, pare de fazer piadas quando eu estiver bebendo, já é a segunda vez, planeja me matar?

   Ele perguntou cerrando os olhos, você revirou os olhos, ergueu a coxa ainda com os leves arranhões.

   — Você não pode reclamar, ainda estão machucadas.

   — Pare de ser dramática, nem deve estar doendo.

   Shoyo disse, deixou um tapa fraco e estalado contra sua coxa, você grunhiu em dor, socou sua costela de automático, ele gritou desesperado curvando o corpo sobre o seu.

   — Meu deus, me desculpe!

   Gritou por entre o riso, ele bufou, levantou os olhos castanhos em sua direção, sorriu.

   — Agora estamos quites.