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   No fim não haviam saído para jantar, optaram por ficar em casa deitados no sofá gigantesco da sala assistindo um filme de animação qualquer que havia sido escolhido a dedo por Aurora, talvez aquela já fosse a terceira vez que assistiam o poderoso chefinho repetidas e repetidas vezes, a garota de cachos ruivos havia virado uma verdadeira ditadora mirim; estava sentada no carpete felpudo da sala, os olhos castanhos estavam fixos na televisão, completamente brilhantes pelo desenho, você suspirou de maneira preguiçosa enquanto se afastava dos braços de Shoyo praticamente deslizando para fora do sofá, andou devagar em direção a cozinha, o balde de pipoca vazio em suas mãos, o deixou sobre a bancada, escutou som de passos por trás de você, riu baixinho ao sentir dois braços fortes rodearem a sua cintura por trás, um selar suave contra sua nuca, sua pele se arrepiou de leve.

   — Eu estava pensando — ele começou com a voz baixa, a respiração quente do homem se chocava contra a sua pele, você murmurou um "Hum?" baixinho enquanto abria a panela enchendo a bacia com mais pipoca, ele continuou antes de deixar mais um beijo fraco contra sua nuca —, depois que acabarmos o caso podemos levar a Orie no santuário de pandas, ela vai ficar feliz.

   Shoyo sussurrou, você riu baixinho antes de concordar com a cabeça, girou o corpo suavemente em direção ao homem, seus olhos se encontraram, os castanhos dele praticamente brilhavam em contato com os seus, tocaram seus narizes com cuidado de forma tão delicada que fazia cócegas contra sua pele.

   — Ela iria amar, eu também iria amar, sempre quis ver um urso de perto.

   Ele riu alto ao escutar suas palavras, deixou um beijo fraco contra seus lábios.

   — Acho que já sabemos de quem ela arrumou essa obsessão então.

   O homem de cabelos ruivos murmurou contra sua boca fazendo com que você revirasse os olhos de maneira divertida, se beijaram novamente, ele acariciou a curvatura de sua cintura com o polegar lhe segurando de maneira firme ali, você suspirou contra os lábios do mais velho tentando se afastar dele sem sucesso.

   — Sho... eu preciso... rever os documentos do caso... a audiência é amanhã — disse com a voz pausada por entre os estalos dos beijos que o ruivo insistia em deixar sobre seus lábios, ele riu de maneira rouca contra sua boca fazendo com que sua pele se arrepiasse de leve —, por favor?

   Pediu com a voz fraca, ele mordiscou seu lábio inferior o puxando devagar o sugando por entre os próprios lábios antes de o soltar em um estalo baixo, respirou fundo pressionando a testa contra a sua, ficaram daquele modo por alguns segundos, ele levou os olhos castanhos em direção aos seus.

   — Posso te contar um segredo?

   Ele disse de maneira tão fraca que fez com que seu estômago ficasse gelado, engoliu em seco antes de concordar com a cabeça devagar, levou os braços ao redor do pescoço do homem os rodeando ali.

   — Pode, não vou contar para ninguém.

   Murmurou com a voz baixa, ele correu os olhos castanhos por seu rosto, quase como se quisesse gravar cada um de seus traços para si, quem sabe assim pudesse lhe ver em sua própria mente quando você não estivesse mais perto, Shoyo correu os lábios por sua bochecha beijando sua pele com cuidado até sou ouvido, deixou um selar suave contra sua têmpora, ficaram daquele modo por alguns minutos, ele entreabriu os lábios devagar.

   — Eu sou perdidamente apaixonado por você a exatos três anos, mocinha — ele sussurrou, você engoliu em seco sentindo seu coração bater quase que desesperado contra o próprio peito, ele continuou —, eu poderia facilmente dizer que amo você se eu quisesse.

   Ele disse com a voz mais baixa ainda, você entreabriu os lábios de maneira surpresa, afastaram seus rostos devagar, os olhos castanhos voltaram a cair sobre os seus, ele tinha uma expressão levemente assustada em seu rosto, sua testa estava franzida, quase como se tivesse medo de sua reação, você engoliu em seco, sentia as pontas de seus dedos dormentes, respirou fundo, nunca havia se entregado tanto a alguém como se entregava para Shoyo, aquilo lhe assustava ao ponto de fazer seus ossos doerem.

   — Então diga.

   Balbuciou de maneira trêmula, seus olhos corriam pelo rosto do homem, ele respirou fundo, subiu uma das mãos em direção ao seu rosto, acariciou sua bochecha com o polegar.

   — Eu amo você, deveria ter dito isso antes de ir embora do Brasil — ele murmurou, você engoliu em seco, o ditado de borboletas na barriga nunca havia feito tanto sentido como naquele momento, você sentiu seus olhos completamente marejados, não sabia o que dizer, agarrou sua camisa o puxando para mais perto de maneira quase que violenta, seus lábios se encontraram de maneira afoita, o homem de cabelos ruivos arfou baixinho contra sua boca empurrando mais ainda o rosto contra o seu —, eu amo você, eu amo você, eu amo você.

   Você suspirou contra o beijo, afastou seus lábios em um estalo baixo, respirou fundo levantando os olhos até o homem, se encararam de maneira fixa por segundos demorados, você entreabriu os lábios.

   — Eu também amo você.

   Murmurou por fim, fechou os olhos com força por dizer aquilo, aquelas palavras nunca saíram tão facilmente como naquele momento, se aquilo não desse certo sabia que nunca mais se recuperaria, nunca havia se entregado tanto a alguém, nunca havia amado tanto alguém, precisava que aquilo desse certo, seu psicológico implorava para que aquilo desse certo. Ele riu baixinho, deixou um beijo forte contra sua testa.

   — Mamãe, esqueceu a pipoca!

   Aurora gritou da sala, você sorriu de maneira divertida, puxou Shoyo para mais um beijo, seus lábios se encontraram de maneira delicada.

   — Leve a pipoca para ela, eu vou para o quarto rever os documentos, está bem?

   Disse com a voz baixa afastando seus lábios de maneira delicada, ele concordou com a cabeça devagar lhe soltando pouco a pouco.

   — Vou colocar ela para dormir quando acabar esse filme, não precisa se preocupar.

   — Obrigada, ruivinho.

   Murmurou de maneira carinhosa, o beijou uma última vez antes de o soltar por fim andando em direção a mesa pegando todos os documentos que usaria, subiu as escadas rapidamente até o quarto, se jogou sobre a cama, seus olhos caíram sobre as páginas de papel, respirou fundo.

   Precisava fazer aquilo dar certo.

𝐓𝐄 𝐕𝐈 𝐍𝐀 𝐑𝐔𝐀 𝐎𝐍𝐓𝐄𝐌 ; hinata shoyoOnde histórias criam vida. Descubra agora