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   Uma semana havia se passado e Shoyo simplesmente não respondia nenhuma de suas mensagens, você nem sabia ao certo quantas havia mandado, estava desesperada; respirou fundo de maneira desanimada se encolhendo mais contra a cama macia do apartamento de Oikawa que ficava localizado na parte mais movimentada de Tokyo, logo depois que o homem de cabelos ruivos foi embora você apenas ligou aos prantos para o mais velho, ele deixou a Argentina praticamente no mesmo instante e pegou o primeiro voo para o Japão. Escutou uma batida na porta, fungou baixinho voltando a esconder o corpo debaixo da coberta.

   — Mamãe? — Orie chamou com a voz baixa, escutou os passos pequenos da garota andando em direção a cama, ela tinha um tom levemente choroso, fungou baixinho — A gente pode ver o papai hoje, por favor?

   Ela murmurou de maneira quebradiça, você engoliu em seco sentindo seu peito pesar, quis chorar mais ainda, o quarto estava completamente escuro, não queria ver luz, apenas queria ficar sozinha no escuro. Retirou o rosto de dentro dos cobertores com cuidado, seus olhos cansados caíram sobre a silhueta de Aurora, fungou baixinho.

   — Orie, meu amor, a mamãe não está se sentindo muito bem agora, vamos conversar sobre isso outra hora, está bem?

   Disse com a voz quebradiça, a garota de cachos ruivos chiou irritada antes de bater o pé no chão, conseguiu escutar o choro alto se fazer presente, bufou, Orie nunca foi o tipo de criança que fazia birra ao menos que estivesse muito magoada ou irritada.

   — Eu quero ver o papai!

   Ela exclamou, você respirou fundo antes de voltar a se esconder debaixo das cobertas, sentiu as mãos pequenas da garota começarem a bater contra suas costas sem força alguma enquanto ela continuava a chorar; escutou a porta se abrir novamente, Orie parou de chorar pouco a pouco, se afastou de você antes de fungar baixinho.

   — Orie, o Kyo está lá na sala, vá brincar um pouquinho com ele, está bem?

   A voz de Oikawa se fez presente, a garota apenas assentiu antes de andar para longe do quarto por fim, você suspirou pesadamente, o escutou fechar a porta enquanto andava em sua direção, o lado da cama onde você estava se afundou de leve, ele se deitou ali retirando o cobertor de seu rosto, puxou seu corpo para mais perto lhe acomodando por entre os próprios braços, aquele foi o estopim para que você começasse a chorar de maneira quase que desesperada, apertou forte a camisa que o homem vestia tentando parar de chorar, ofegos sofridos escapavam de seus lábios enquanto seu corpo tremia com força.

   — Não aguento mais isso, Oikawa, não aguento — disse de maneira fraca por entre o choro, sentia que entraria em uma enorme crise de pânico a qualquer instante, nunca sabia como lidar com seu corpo quando aquilo acontecia, o homem de cabelos castanhos abraçou mais forte seu corpo, suspirou pesadamente —, preferia nunca ter conhecido ele.

   — Quer que eu tente conversar com ele? Ele apenas deve estar se sentindo culpado de tudo, não deve estar pensando direito — o homem murmurou com a voz levemente mau humorada, respirou fundo —, para ser bem sincero minha maior vontade no momento é ir socar a cara dele.

   Ele disse por fim arrancando um riso fraco de seus lábios por entre o choro devagar, secou os olhos molhados contra a camisa do homem, respirou fundo antes de negar com a cabeça devagar.

   — Não precisa conversar com ele, se é isso que ele realmente quer não posso fazer nada — murmurou de maneira trêmula, girou o anel de noivado por entre seu dedo, ainda não havia tido coragem de o tirar, engoliu em seco sentindo seu coração se apertar —, podemos comer pizza de salada de frutas hoje?

   Você indagou com a voz fraca esfregando a bochecha molhada pelas lágrimas no peitoral do homem a secando em sua camisa, ele riu baixinho antes de fazer uma careta.

𝐓𝐄 𝐕𝐈 𝐍𝐀 𝐑𝐔𝐀 𝐎𝐍𝐓𝐄𝐌 ; hinata shoyoOnde histórias criam vida. Descubra agora