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   — Meu deus, não acredito que vocês realmente conseguiram! — Anna murmurou de maneira animada do outro lado da linha, conseguiu escutar o som de alguma coisa de vidro cair no chão, ela bufou mau humorada — Hadassah, já disse para não deixar esse gato em cima da bancada, ele vai quebrar todos os meus vasos!

   Você se engasgou com a bebida que tinha em mãos ao escutar suas palavras, estava sentada em uma das poltronas que ficavam na sala de estar de Shoyo, o sol já se punha a distância, a música do lado de fora da casa continuava completamente alta, fazia o chão vibrar suavemente, Miya e Bokuto haviam decidido de última hora que precisavam fazer uma festa para comemorarem o caso que havia sido ganho. Você cerrou os olhos de maneira confusa, entreabriu os lábios.

   — Gato? Vocês adotaram um gato?

   — Na verdade a Had apenas chegou ontem a noite com ele aqui em casa, disse que encontrou em uma caixa, eu tentei faze-la devolver ele, mas ela disse que eu seria um monstro sem coração.

   — Típico da Had — você disse por entre um riso baixo, estava com saudades, estava morrendo de saudades para ser mais exata, não era acostumada a ficar muito tempo sem ver os rostos daquelas insuportáveis —, estou com saudades de vocês.

   Murmurou com a voz fraca, fungou baixinho, conseguiu ouvir a Anna suspirou pesadamente antes de soltar um resmungo baixo por entre seus lábios, provavelmente por Hadassah estar jogando o seu corpo contra o da loira.

   — Também estamos com saudades, pimpolha, estamos pensando em tirar alguns dias de folga e irmos te visitar aí, Had está vendo alguns hotéis em Tokyo.

   — Meu deus, sério?! Vocês vão vir para cá! A Orie vai enlouquecer de alegria.

   Você disse de modo completamente animado sentindo sua alma praticamente se revirar de alegria, elas riram do outro lado da linha, Hadassah bocejou.

   — Pimpolha, temos que desligar, são sete horas da manhã aqui, preciso ir para o hospital e deixar a Had na escola de dança, nos falamos mais tarde, está bem?

   — Está bem, amo vocês. 

   Disse por fim as escutando responder rapidamente antes de encerrar a ligação por fim, você jogou o celular sobre a poltrona esticando os braços se espreguiçando, um bocejo alto escapou de seus lábios, fechou os olhos por uma fração de segundos, sentia seu corpo completamente acabado, toda aquela tensão do tribunal havia lhe deixando com os ombros e nuca doendo; abriu os olhos devagar ao escutar o som baixo de risos e logo em seguido passos correndo em direção as escadas, você respirou fundo ficando sentada por mais alguns segundos, se sentia completamente indisposta naquele momento, talvez dormisse por dias.

   Se levantou por fim andando em passos preguiçosos em direção a escadaria de madeira, segurou o corrimão subindo os degraus devagar, o som alto da música ficando mais longe a cada novo passo que dava, se infiltrou em meio ao corredor cumprido, a porta de seu quarto estava semiaberta, suspirou pesadamente andando nas pontas dos pés para não fazer barulho, aproximou o rosto devagar da fresta, provavelmente Kyo e Orie deveriam estar bagunçando o cômodo inteiro, abriu a porta de uma vez.

   — Nem pensem em fazer bagunça no meu... — gritou, sua voz foi se abaixando pouco a pouco ao ver quem estava ali, entreabriu os lábios sentindo seu rosto queimar de vergonha, os olhos assustados dos dois correram em sua direção, um deles estava sem camisa, você colocou a mão sobre os olhos rapidamente — eu sinto muito, por deus, fiquem a vontade.

   Murmurou prestes a fechar a porta quando um deles agarrou seu pulso lhe puxando para dentro, você arfou baixinho ao ter suas costas empurradas contra a parede, afastou a mãos dos olhos devagar encarando o homem de cabelos pretos e cacheados a sua frente, as orbes escuras pareciam assustadas ele engoliu em seco, você sentiu seus ombros tremerem de leve, levou a atenção até Atsumu que também parecia completamente aflito ali.

   — Não conte para ninguém, está bem? É completamente secreto, ninguém pode saber que estamos juntos — Sakusa murmurou com a voz baixa, correu os olhos escuros por seu rosto, prensou os lábios —, por favor.

   — Ela não vai contar para ninguém, Omi, fique tranquilo — Miya disse se levantando da cama devagar, andando até vocês, você engoliu em seco sem saber muito bem o que falar, concordou com a cabeça devagar por fim, o homem de cabelos loiros sorriu —, viu? Vamos solte ela, você está assustando a garota.

   Ele balbuciou com a voz calma pousando a mão sobre o ombro do homem de cabelos cacheados que engoliu em seco antes de concordar com a cabeça, soltou seus ombros por fim lhe desencostando da parede devagar, respirou fundo andando até sua cama se sentando na ponta do acolchoado, você piscou devagar dando dois passos para trás em direção a porta.

   — Não vou contar nada para ninguém, prometo.

   Sussurrou antes de deixar seu quarto em passos rápidos fechando a porta logo em seguida, sentia suas bochechas completamente vermelhas de vergonha, andou até as escadas descendo os degraus rapidamente, sua cabeça doía como o inferno, era quase como se seu estômago estivesse queimando, não se sentia bem, chegou no andar debaixo, estava suando frio quando bateu suavemente contra alguém, fechou os olhos rapidamente abaixando o rosto.

   — Me desculpe, me desculpe eu não...

   — Mocinha, você está bem?

   A voz de Shoyo se fez presente em um tom preocupado, você engoliu em seco antes de levar o rosto em direção ao homem se detendo com os fios ruivos levemente bagunçados, ele levou a mão que não segurava o copo de bebida em direção ao seu ombro lhe segurando ali, os olhos castanhos lhe fitavam de modo cauteloso, você engoliu em seco antes de concordar com a cabeça devagar.

   — Sim... só estou cansada, não acho que foi uma boa ideia fazer uma festa justo hoje — murmurou com a voz baixa, respirou fundo, curvou o corpo sobre o do homem repousando a testa contra seu ombro, respirou fundo ali sentindo seu cheiro, ele deixou o copo sobre um dos móveis antes de lhe abraçar com força, deixou um beijo fraco contra o topo de sua cabeça —, onde está a Orie?

   — Brincando com o Kyo e o Bokuto, não se preocupe, quer que eu acabe com a festa? Posso jogar a água gelada da mangueira nos convidados, sua saúde vem em primeiro lugar — ele disse com a voz divertida arrancando um riso baixo de seus lábios, negou com a cabeça devagar, respirou fundo, ele suspirou antes de lhe abraçar mais forte —, quer fugir?

   Ele balbuciou de maneira baixa, você afastou o rosto de seu ombro devagar levantando o olhar confuso em sua direção, piscou devagar.

   — Fugir para onde, Sho?

   — Eu conheço um lugar perfeito.

𝐓𝐄 𝐕𝐈 𝐍𝐀 𝐑𝐔𝐀 𝐎𝐍𝐓𝐄𝐌 ; hinata shoyoOnde histórias criam vida. Descubra agora