capítulo 7

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O beijo lentamente se tornava mais quente, incendiando o corpo normalmente gélido do vampiro sardento. Era como estar no meio de um incêndio do qual não sabia se fugiria ou não. A sensação de ter seu corpo em chamas era algo novo, ao mesmo tempo que era revigorante também lhe parecia assustador. 

A língua alheia o conduzia e o guiava para onde bem entendesse, as mãos apertavam sua carne fazendo-o ofegar pelo prazer que o envolvia naquele ato, naqueles toques abrasadores. Os dedos se embrenhando em seus fios negros e levemente desgrenhados pareciam deixar trilhas em brasa em seu couro cabeludo, enviando deliciosos choques de prazer. 

Uma parte de si parecia gritar para que saísse dali, dizendo o quão perigoso era se deixar levar por aquela boca. Outra parte queria se entregar, desvendar aquelas sensações, sentir aquelas mãos continuarem a apertar seu corpo frio, estranhamente o aquecendo.

Um grunhido baixo saiu dos lábios do moreno ao ter seu lábio inferior sugado com volúpia pelo loiro, sentindo os dentes mordiscarem suavemente a carne. 

Quando deu por si estava em pé, sendo pressionado contra uma parede irregular, sentindo seu corpo preso entre o loiro e o frio gelado do muro. As mãos deslizando por baixo de sua camisa, incendiando cada parte da epiderme por onde passava. 

Seu interior gritava sobre o perigo, mas a voz de seus instintos era abafada pelos gemidos que começaram a escorregar por seus lábios. Podia ouvir sua Besta interior lhe dizendo para fugir, mas tudo o que fazia era retribuir aqueles toques e beijos, deixando-se ser domado com facilidade pelo outro. 

Não demorou muito para sentir seu baixo ventre fisgar, ansiando por um prazer que o moreno nunca antes ansiara de forma tão intensa. Suas mãos seguiram quase hipnotizadas para os fios dourados, agarrando-se ali enquanto o loiro deslizava sua boca para o pescoço sensível, distribuindo beijos e suaves mordidas que embriagavam cada vez mais a mente do sardento em puro prazer.

Aos poucos sentia seu corpo se render e ceder mais e mais, inundar-se com aquelas sensações, sentindo um prazer incomum desabrochar em seu interior. 

"Abra seus olhos, Ace" pediu o resto de sua sanidade, aquela voz fraca que ainda tentava puxá-lo para longe daquele perigo ao qual o moreno se perdia em cada beijo e toque. Um suspiro deixou os lábios do sardento ao sentir os lábios quentes sugarem sua pele sensível. 

— Eu não posso... — murmurou o moreno em um tom baixo, respondendo a si mesmo, sentindo o ar da respiração alheia bater em sua epiderme.

— O que você não pode, Ace? — questionou o loiro aproximando sua boca da orelha do moreno, dando uma leve mordiscada ao sussurrar aquela pergunta. 

— Abrir os olhos... — respondeu o sardento deixando um gemido arrastado sair de sua boca com o arrepio que percorreu seu corpo com a voz alheia tão perto de si, ecoando e reverberando em cada canto de seu interior.

— Você não precisa abrir seus olhos, apenas me deixe prová-lo um pouco mais — murmurou o loiro deslizando sua língua pelo pescoço alheio, dando alguns beijos em seguida.

Um gemido manhoso se fez presente quando Ace sentiu seu corpo ser ainda mais pressionado contra a parede, a coxa alheia encaixando-se entre as suas, forçando seu membro desperto em uma carícia prazerosa.

Ace sentiu sua Besta interior urrar dentro de si, um grito alto que o fez abrir os olhos assustado, suas mãos se espalmando no peitoral largo e forte do outro, suas orbes olharam ao redor em confusão, quando eles haviam saído do bar para aquele beco desconhecido? 

Sua mente girava, tentando refazer o que aconteceu desde o primeiro beijo até aquele momento, mas apenas se lembrava dos toques, dos beijos, do calor que estranhamente sumira.

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