Seja meu.
Aquelas palavras rondavam sem parar a mente do sardento. Pareciam ecoar e ressoar no fundo de sua alma. Seus olhos vagavam sem realmente ver, perdidos em pensamentos em torno daquelas duas palavras.
Ace se considerava muitas coisas, se via ser outras tantas, mas nenhuma envolvia ser de alguém. Nunca se imaginou como um pertence ou ligado a alguém que não fosse seus irmãos. O moreno era livre em sua vida, mas por que aquelas simples palavras pareciam tão intensas e sem uma resposta clara?
Não entendia porquê não conseguia negar muito menos aceitar aquela proposta, como se algo o impedisse de dizer qualquer coisa. Algo que supôs ser seu orgulho que não o permitia aceitar aquela situação, mas por que não conseguia negar? Essa era sua grande dúvida.
O loiro terminou de vestir sua camisa e voltou sua atenção para o menor. Havia notado que o outro estava em silêncio há um bom tempo, o que não era muito comum pelo que conhecia do moreno. Além da expressão séria e pensativa que certamente não combinava com ele.
— O que tanto te incomoda, Ace? Está começando a me assustar de tanto que está pensando — comentou Marco em um tom entre o divertido e o provocador, sabia que o moreno lhe daria mais atenção se o provocasse, se o instigasse a querer contrariá-lo.
— Eu não... Você... Não você... A culpa é sua, idiota — retrucou o sardento franzindo o cenho.
— Minha culpa? Fiz algo que não gostou?
— Você... Por que disse aquilo? Por que quer que eu seja seu? Eu não sou um objeto ou qualquer merda do tipo.
— Eu sei que não é um objeto, Ace — disse o loiro rindo da cara alheia, vendo-o se emburrar mais ainda — não foi nesse sentido que eu quis dizer, não quero que me pertença, eu quero que esteja ao meu lado, entende? Como meu companheiro, meu amante.
— E você quer que eu adivinhe isso? Como eu iria saber se você não fala com todas as palavras? — reclamou o sardento cruzando os braços em frente ao peito — eu não...
Marco revirou levemente os olhos e segurou o rosto do menor entre suas mãos, o puxando para si e selando seus lábios aos do moreno, evitando que mais reclamações escapassem do menor rabugento e de pavio curto.
— Você fala demais, senhor irritadinho. Só me diga se quer ou não — pontuou o loiro se afastando levemente — não precisa me responder agora, você pode pensar a respeito.
— Eu... Vou pensar — disse o moreno pausadamente, enquanto desviava o olhar um tanto envergonhado e emburrado, tanto pelo apelido que o maior usara consigo quanto pelo beijo sem precedentes que ele lhe dera.
— Mas não pense demais, você franze as sobrancelhas quando pensa muito, vai ficar com rugas — brincou o loiro tocando seu dedo na testa do menor, fazendo uma leve massagem na região.
— Eu não faço isso — rebateu o sardento inflando levemente as bochechas em irritação.
— Faz sim, mas continua uma gracinha mesmo assim.
— E-eu não sou uma gracinha, eu sou mau — afirmou o menor mostrando as presas pontiagudas como uma ameaça, o que só fez o loiro rir ainda mais.
— Fofo. Quem sabe em outra vida você seja mau.
— Eu não sou fofo, eu sou mau, já disse e posso provar.
— Então prove se puder e tiver coragem — instigou o loiro em um tom debochado e cínico.
— Ora seu... — o moreno pulou sobre o loiro, o derrubando contra o chão, apoiando suas mãos sobre os ombros do maior, seus dentes pontiagudos despontando sobre seus lábios, a expressão irritadiça se delineando em seu rosto.
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nearby enemies
FanfictionO mundo dos vampiros é dividido por clãs, alguns são aliados, outros inimigos, mas todos conhecem a regra "mantenha seus aliados perto e seus inimigos mais perto ainda". O único porém é que Ace levou a regra ao pé da letra.