nearby enemies

capítulo 21

Um silêncio ameaçador se seguiu depois da fala e da atitude de Ace, uma tensão densa que nem a mais afiada faca ou espada poderia cortar. 

Alguns prenderam o ar hesitantes, temendo pelo que se seguiria daquele confronto. Era evidente nas expressões de cada um o que esperavam daquilo. 

Do lado dos Lasombra podia se ver uma enorme presunção, como se aquela briga já estivesse vencida há tempos, exceto por Law que tentou manter uma expressão imparcial, a mais neutra possível, contudo, não conseguiu controlar sua reação involuntária de arregalar sutilmente os olhos. 

Enquanto do lado dos Brujah todos aparentavam tremendo espanto e receio. De todas as coisas que poderiam ter saído do controle, aquela era de longe a pior das possibilidades. 

Aquele silêncio perdurou por longos segundos, até que a risada de Doflamingo a cortasse, tal qual uma linha com cerol cortando o ar e tudo o que aparece em sua frente.

— Você tem coragem, pirralho. Vou deixar essa passar como um presente pela nossa recém-aliança — comentou o loiro alargando seu sorriso ainda mais — mas não serei benevolente se tornar a se repetir. 

— Não irá se repetir, peço desculpas por isso — falou Koala antes que o sardento pudesse retrucar qualquer coisa — por que não esquecemos isso e aproveitamos o banquete? 

— Claro, é uma excelente ideia, bom apetite — afirmou Doflamingo se levantando para poder alcançar o pescoço do humano ao seu lado.

Em questão de segundos, todos se preparavam para iniciar o banquete. Koala e Marco trocaram rápidos olhares antes de voltarem suas atenções para os Lasombra. Uma enorme tensão voltando a rondar os presentes. 

O clima parecia tenso e pesado, principalmente para o lado daqueles que se opunham ao poder vigente. Os caninos afiados se aproximavam cada vez mais da epiderme humana, chegando a triscar a pele frágil.

De repente um estrondo ecoou, alto, seco e duro, um baque forte contra a parede. O líquido carmesim jorrando por todos os cantos, manchando o chão, o teto e a mesa. A cabeça humana que fora decepada com violência agora jazia destruída próxima a parede a qual colidira. 

Os olhos de todos se arregalaram com aquela ação, logo procuraram o causador de tamanho alarde, encontrando Doflamingo segurando o corpo sem cabeça em suas mãos enquanto inspirava o ar ao redor. 

— Vocês pensam que somos quem? Algum bando de idiotas? — zombou o loiro jogando o corpo sobre a mesa, o enorme sorriso ainda presente em seu rosto — não sejam ridículos. Não cairemos nesse truque estapafúrdio de vocês. 

— Truque? Do que está falando? Não acha que foi um pouco demais em suas ações? — comentou Marco tentando manter a calma em sua voz e tomar o controle daquela situação, visto que a castanha ainda estava em choque pelo que aconteceu em tão poucos segundos. 

— Vocês acham mesmo que eu acreditaria que vocês querem fazer uma aliança conosco? E ainda pensam que podem me ludibriar mostrando suas habilidades para que eu não percebesse? — complementou o vampiro ajeitando seu manto sobre seus ombros e virando o rosto para o lado ao ouvir alguns baques contra a mesa, vendo alguns dos seus caídos inertes. 

— Eles estão mortos — anunciou um dos vampiros ao averiguar os caídos — foram envenenados. 

— Tsc, que seja, nos livramos dos corpos depois — disse o loiro rangendo os dentes ao mesmo tempo em que mantinha seu sorriso, seu rosto logo se voltou para Koala — acha que eu não perceberia que você é uma Assamita? Achou que podia me enganar mentindo sobre sua verdadeira natureza? — Doflamingo subiu sobre a mesa, enfiando as mãos em seus bolsos e dando largos passos em direção a vampira — sabe, vocês Assamita tem habilidades impressionantes, mas tem uma fraqueza muito grande, o tempo. Quantos segundos seu veneno pode ficar em contato com o ar antes de evaporar e perder completamente o efeito? 10? 5? — o loiro se curvou sobre a castanha, se aproximando ainda mais — outro problema é que vocês são péssimos em um confronto frente a frente, optando por truques sujos e emboscadas, típicos de um assassino. Em uma guerra vocês são massacrados — pontuou Doflamingo retirando as mãos de seus bolsos, as aproximando da castanha que recuou ao ver a movimentação alheia.