nearby enemies

capítulo 18

Tédio. O mais puro tédio resumia aquele dia em que Ace e Sabo se encontravam. Estavam deitados encarando o teto da tenda, enquanto ora ou outra trocavam algumas palavras ou piadas. Já estavam daquela forma há um bom tempo, havia uma tranquilidade longa pelo clã. Outros vampiros que foram incubidos de seguir outros clãs já haviam voltado e, pelos relatos, não precisariam se mudar tão cedo.

Aquela tranquilidade até os levava a pensar mais seriamente em tudo o que viveram, suas escolhas e atitudes, perdendo-se naquele enorme mar de "e se" que se seguia durante seus pensamentos. 

Se passaram algumas boas e longas semanas após o dia em que os irmãos estiveram juntos depois de seguirem seus rumos para completarem suas missões. Já se tornara um tanto comum aquele momento pensativo ou silencioso entre os dois, afinal, a presença enérgica e agitada de Luffy acabava se dividindo entre estar ali e encontrar Law.

Os dois ficavam ali aguardando o acaso agir, que algo acontecesse para ter qualquer tipo de movimentação, até mesmo haviam gastado os assuntos aleatórios que vinham em suas mentes.

O loiro virou para o lado, ficando de frente para que pudesse olhar o sardento deitado, as orbes negras pareciam completamente perdidas em pensamentos. 

Achava um tanto cômico determinados momentos em que Ace balançava a cabeça para os lados em negação, abrindo e fechando a boca como se resmungasse algo, em seguida voltando-se para o teto e seus devaneios.

— No que está pensando? — questionou o loiro esticando a perna para cutucar o irmão.

— No que você está pensando? 

— Eu te perguntei primeiro.

— N-nada demais. Agora sua vez. 

— Nada demais também. 

— Que mentiroso.

— Você também mentiu, até gaguejou. Aposto que estava pensando no namorado.

— E você estava pensando na baixinha. 

— Ha, te peguei no pulo. Não negou que o Marco é seu namorado e nem que estava pensando nele.

— Você também não negou e ele não é meu namorado. 

— Então assume que estava pensando nele? 

— Eu não... Ah... Talvez estivesse...

— E no que estava pensando? Desde aquele dia ele não apareceu por aqui. Está com saudades, é? Por que não vai atrás dele? — provocou o loiro dando uma risada — ouvi certos comentários pelo clã sobre alguns barulhos indecentes vindos daqui... 

— Eu não estou com saudades... Eu só... Ele está esperando uma resposta minha... Eu não sei o que fazer sobre isso... C-comentários? Olha, isso foi... Hm... 

— Sinceramente não me importo com o que faça ou deixe de fazer com ele ou o que dizem por aí, desde que você esteja feliz com isso... E resposta sobre o que? 

— Sobre... Ele perguntou se eu... Queria ser dele, como um amante... 

— E qual o problema? Parece óbvio a resposta, não? 

— Parece? 

— É. Você gosta dele, não é? E ele não parece esconder que também gosta de você. 

— Então... Eu deveria querer? 

— Você não quer? 

— Eu... Quero. 

— E então? O que te deixa tão pensativo sobre isso?

— Eu... Não quero me tornar o meu pai.