Após a saída dos dois vampiros, um curto período de silêncio seguiu no calabouço. Koala nada disse a princípio, hesitando se dirigir ao loiro que a observava imóvel. O sangue das feridas recém-curadas ainda era fresco contra sua pele pálida.
A castanha se aproximou lentamente, seus dedos vacilando em tocar os resquícios do líquido carmesim. Primeiro, seus digitos tocaram e esfregaram o sangue das bochechas, limpando-as da melhor forma que podia, em seguida os passou na barra de sua camiseta, tornando a limpar as manchas rubras dos braços.
— Não pretende dizer nada? — questionou a castanha após aquele período estranhamente silencioso.
— Você me lembra uma pessoa — comentou o loiro em um tom baixo, quase em um sussurro para si mesmo — você disse algo sobre revolução... O que pretendem fazer?
— Pensei que os Gangrel não se importavam com política — comentou a castanha mantendo sua atenção as manchas rubras.
— No geral não nos importamos... Mas eu tenho meus motivos — pontuou o loiro fechando os olhos ao ver a castanha aproximar a mão de sua sobrancelha, limpando a região — você não precisa fazer isso, não me importo em estar sujo de sangue.
— E que motivos seriam esses? Não vou deixar você sair daqui assim, o cheiro de sangue em você atrairia outras criaturas perigosas que rondam por aí.
— Se quer saber algo sobre mim, me diga algo sobre o que eu quero saber e ficamos quites — falou o loiro dando um pequeno sorriso vitorioso ao ver a castanha revirar os olhos e suspirar.
— Você é realmente teimoso e insistente.
— É de família — brincou o de madeixas onduladas — e então? Trato feito?
— Você sabe como estão as coisas agora? — o loiro balançou a cabeça para os lados negando, o que fez a castanha suspirar novamente — certo, então vou resumir o contexto atual. Quem está no poder agora são os Ventrue, eles são um clã extremamente organizado e poderoso, tanto em influência quanto em força bruta, mas eles só estão no domínio porque tem aliados também fortes e perspicazes como os Lasombra.
— Eles são tão fortes assim?
— Eles são extremamente fortes, sinceramente não imagino que os venceremos pela força — comentou a castanha em um tom levemente desesperançoso — muitos dos nossos sucumbiram ao poder deles, perdemos vampiros demais guerreando com eles... Sem contar os tantos outros que desapareceram nos períodos entre guerras...
— Você acha que esses clãs fizeram algo com os do seu clã?
— Tenho certeza que foram eles. Por causa das minhas habilidades, fui designada para procurar alguns e os encontrei mortos, seus corpos estilhaçados e espalhados por aí. As carnes sendo comidas por outras criaturas e animais. Foram cenas horríveis de se ver até mesmo para mim que já estava acostumada a ver torturas e mortes... Por causa dos Assamitas.
— Eu... Sinto muito por isso, é algo que muda completamente o que pensamos e acreditamos — comentou o loiro ao notar as expressões da vampira se tornarem amargas e desagradadas, como se a mera lembrança a afetasse — quer um abraço?
A castanha franziu o cenho ao ouvir aquela pergunta e direcionou seu olhar para o Gangrel, vendo-o abrir os braços para si. Koala soltou uma baixa risada, achando inusitado aquela proposta.
— Você não bate bem da cabeça — comentou a castanha.
— Você também não — rebateu o loiro segurando o braço da mulher, a trazendo para mais perto e a envolvendo contra seu corpo — quando eu era humano e estava triste, um abraço sempre me deixava um pouco melhor. Não se sente melhor assim?
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nearby enemies
FanfictionO mundo dos vampiros é dividido por clãs, alguns são aliados, outros inimigos, mas todos conhecem a regra "mantenha seus aliados perto e seus inimigos mais perto ainda". O único porém é que Ace levou a regra ao pé da letra.