capítulo 13

277 43 27
                                    

Após a saída dos dois vampiros, um curto período de silêncio seguiu no calabouço. Koala nada disse a princípio, hesitando se dirigir ao loiro que a observava imóvel. O sangue das feridas recém-curadas ainda era fresco contra sua pele pálida. 

A castanha se aproximou lentamente, seus dedos vacilando em tocar os resquícios do líquido carmesim. Primeiro, seus digitos tocaram e esfregaram o sangue das bochechas, limpando-as da melhor forma que podia, em seguida os passou na barra de sua camiseta, tornando a limpar as manchas rubras dos braços.

— Não pretende dizer nada? — questionou a castanha após aquele período estranhamente silencioso.

— Você me lembra uma pessoa — comentou o loiro em um tom baixo, quase em um sussurro para si mesmo — você disse algo sobre revolução... O que pretendem fazer? 

— Pensei que os Gangrel não se importavam com política — comentou a castanha mantendo sua atenção as manchas rubras.

— No geral não nos importamos... Mas eu tenho meus motivos — pontuou o loiro fechando os olhos ao ver a castanha aproximar a mão de sua sobrancelha, limpando a região — você não precisa fazer isso, não me importo em estar sujo de sangue.

— E que motivos seriam esses? Não vou deixar você sair daqui assim, o cheiro de sangue em você atrairia outras criaturas perigosas que rondam por aí.

— Se quer saber algo sobre mim, me diga algo sobre o que eu quero saber e ficamos quites — falou o loiro dando um pequeno sorriso vitorioso ao ver a castanha revirar os olhos e suspirar.

— Você é realmente teimoso e insistente.

— É de família — brincou o de madeixas onduladas — e então? Trato feito? 

— Você sabe como estão as coisas agora? — o loiro balançou a cabeça para os lados negando, o que fez a castanha suspirar novamente — certo, então vou resumir o contexto atual. Quem está no poder agora são os Ventrue, eles são um clã extremamente organizado e poderoso, tanto em influência quanto em força bruta, mas eles só estão no domínio porque tem aliados também fortes e perspicazes como os Lasombra. 

— Eles são tão fortes assim? 

— Eles são extremamente fortes, sinceramente não imagino que os venceremos pela força — comentou a castanha em um tom levemente desesperançoso — muitos dos nossos sucumbiram ao poder deles, perdemos vampiros demais guerreando com eles... Sem contar os tantos outros que desapareceram nos períodos entre guerras... 

— Você acha que esses clãs fizeram algo com os do seu clã? 

— Tenho certeza que foram eles. Por causa das minhas habilidades, fui designada para procurar alguns e os encontrei mortos, seus corpos estilhaçados e espalhados por aí. As carnes sendo comidas por outras criaturas e animais. Foram cenas horríveis de se ver até mesmo para mim que já estava acostumada a ver torturas e mortes... Por causa dos Assamitas.

— Eu... Sinto muito por isso, é algo que muda completamente o que pensamos e acreditamos — comentou o loiro ao notar as expressões da vampira se tornarem amargas e desagradadas, como se a mera lembrança a afetasse — quer um abraço? 

A castanha franziu o cenho ao ouvir aquela pergunta e direcionou seu olhar para o Gangrel, vendo-o abrir os braços para si. Koala soltou uma baixa risada, achando inusitado aquela proposta. 

— Você não bate bem da cabeça — comentou a castanha.

— Você também não — rebateu o loiro segurando o braço da mulher, a trazendo para mais perto e a envolvendo contra seu corpo — quando eu era humano e estava triste, um abraço sempre me deixava um pouco melhor. Não se sente melhor assim?

nearby enemiesOnde histórias criam vida. Descubra agora