capítulo 11

280 45 12
                                    

O castelo era frio e repleto das mais diversas plantas trepadeiras em suas paredes pedregosas. Em seu entorno estava uma densa floresta de árvores enormes e verdejantes, as raízes eram grandes e fortes e saiam da terra como se pedissem por ajuda, buscando mais espaço para si.

Não demorou muito para que o trio de vampiros chegasse lá, atravessando a longa floresta a passos rápidos. Durante o trajeto não trocaram muitas palavras, apenas alguns olhares irritados e raivosos  por parte de Ace que eram correspondidos por outros de desdém. 

Em breve, desciam para o subsolo do castelo, uma parte ainda mais fria e úmida do local. Naquele calabouço subterrâneo, Ace viu e sentiu a fraca presença de seu irmão. 

Não foi necessário muito para que o moreno desatasse a correr e se aproximasse do loiro. Seu corpo estava repleto de cortes e sangue seco, os olhos cansados e os fios de cabelo desgrenhados já eram o suficiente para que o sardento ficasse em total fúria. 

— Olha aqui, sua desgraçada, eu nunca vou te perdoar, entendeu? Quem você pensa que é para tratá-lo desse jeito? — questionou o moreno deixando sua raiva ficar evidente em sua voz, a cada palavra sua fúria aumentava mais e mais. 

Seus pés avançaram em direção a castanha, suas presas e garras prontas para atingi-la e fazê-la pagar pelo que fora feito contra Sabo. Estava decidido a atacá-la, quando ouviu a voz fraca de Sabo o chamar, fazendo-o estancar no lugar, sem saber se retornaria para o lado de seu irmão ou se a golpearia antes. 

— Ace... Espera... O que está fazendo aqui? — questionou o loiro em um fio de voz, um tom fraco e cansado, cada palavra saindo arrastada como se lhe fosse difícil pronunciá-las.

— Vim te salvar, não é óbvio? Oh tampinha, cadê as chaves dessas correntes? — insistiu o sardento se abaixando para ficar na altura do irmão, evitando tocar nas correntes, enquanto analisava os ferimentos alheios. 

— Meu nome é Koala. E não vou lhe dar as chaves, já fiz muito em te trazer até aqui — pontuou a castanha cruzando os braços em frente ao corpo — agora trate de dizer o que vocês dois querem bisbilhotando outros clãs. 

— Você acha que eu me importo com qual seja o seu nome, nanica? Olha o que você fez com o meu irmão, a última coisa que me interessa é te chamar pelo seu nome. Você quase o matou — reclamou o moreno rosnando irritado — não vou te dizer nada também.

— Dei a ele a mesma recepção que daria para qualquer um que invadisse o nosso território sem permissão, além do mais ele está vivo, não está? Sei o limite que posso chegar — a castanha colocou a mão em seu pescoço puxando um colar com uma pequena chave pendurada — me diga o que quero saber e eu lhe dou a chave.

O moreno grunhiu irritado e bufou, erguendo seu olhar pelo local escuro e frio, buscando uma forma de roubar a chave e sair dali, porém as chances de êxito pareciam mínimas, tanto pelo fato de estarem em um território desconhecido quanto pelo fato de que para fugir teria que carregar Sabo, o que diminuiria sua velocidade e limitaria seus movimentos.

— Quanto antes você falar, mais rápido podemos ir embora — pontuou Marco se aproximando da castanha e pegando a chave para si, em seguida se dirigiu até os dois irmãos, desacorrentando o loiro menor — não há porquê mantermos algo em segredo quando poderíamos nos ajudar.

— Você é muito mole, Marco. Está lhes dando a chance de escapar de mão beijada... 

— Ele não está em condição de fugir, Koala... — afirmou o loiro afastando as correntes do corpo alheio, vendo-o suspirar levemente aliviado — seu irmão vai ficar melhor depois de se alimentar, agora fale o que ela quer saber — pediu Marco repousando sua mão sobre os fios negros, os afagando suavemente. 

nearby enemiesOnde histórias criam vida. Descubra agora