capítulo 16

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Os passos tranquilos logo os levaram até o clã dos Gangrel. Por boa parte dos vampiros do clã estarem ocupados com seus próprios afazeres e missões, não foi difícil passar sem ser questionado, afinal, todos já reconheciam a presença e cheiro do sardento. Apesar de uma completamente nova o acompanhar, não acharam necessário interpelar ou fazer algo a respeito.

Tal fato foi um tanto inusitado para o loiro, não imaginava que seria bem recebido em um clã totalmente diferente do seu, mas também não imaginava que não fosse ser questionado ou interpelado sobre sua estadia ali. 

— Ace... É sempre assim por aqui? — questionou o loiro em baixo tom, olhando os demais vampiros ao redor, vendo-os o encararem por curtos segundos, mas voltarem suas atenções para qualquer outra coisa em seguida. 

— Assim como? 

— Eu sou um total desconhecido e ninguém fez nada desde que chegamos ao território de vocês.

— É só porque você está comigo, se estivesse sozinho eles teriam atacado sem pensar duas vezes. 

— Eles já estão acostumados que traga outros vampiros por aqui sem mais nem menos? 

— Algo assim... Quando trouxe o Luffy e o Sabo para cá pela primeira vez foi um caos... Achei que eles fossem matá-los e os confrontei, depois disso eles pararam de implicar e aceitaram o Sabo no clã, o Luffy não sabe dessa parte — explicou o sardento caminhando em direção a uma das tendas, puxando o tecido para dar passagem ao loiro — não há tantas coisas como em sua casa, mas é confortável o suficiente.

Marco adentrou o local, passando os olhos por cada canto, notando apenas os locais que os três usavam para descansar e nada mais além disso. Sabia que o clã do sardento era nômade e que vivia se mudando, por isso só tinham o mínimo necessário para ficarem e ser fácil o suficiente para levar nas mudanças de região.

— Aceitaram o Sabo? E o Luffy? Eles não o aceitaram de primeira? 

— O Luffy era humano quando o trouxe para cá. Só entrou para o clã depois de um tempo, quando decidiu por ser transformado e viver conosco.

— Pensei que não gostasse de humanos e que os matasse sem pensar duas vezes...

— E não gosto... Ele é diferente... Diferente dos outros humanos... Ele foi o primeiro que não me olhou com nojo ou raiva... — disse o moreno entrando na tenda logo em seguida, sentando-se no chão e deitando sem titubear — eu não... Podia matá-lo quando seus olhos me viam como uma salvação e não como uma maldição ou uma aberração... 

— Que fofo, você realmente tem um lado bem humano apesar de fingir que não — comentou o loiro em um tom divertido, até podia imaginar como as bochechas alheias estariam avermelhadas naquele momento se ele não fosse um vampiro.

— N-não tenho nada, pare de dizer bobagens... 

— Não tem porque se envergonhar de ter algo humano, de agir com empatia ou desejar ajudar alguém que mal se conhece — disse o loiro se aproximando e sentando ao lado do menor — é essa parte humana que nos mantém sãos, nos faz sentir vivos de alguma forma... Você não se sentiu bem quando o ajudou? 

— Acho que sim... Quer dizer... Eu não sei como deveria me sentir... É confuso nunca ter sido humano... Não sei se me senti bem como você se sentiria bem nessa situação ou como qualquer outro se sentiria...

— Acho que não deve ser tão diferente, você só não sente todas as reações em seu corpo — Marco tocou suavemente no braço alheio, atraindo a atenção do menor para si — quer experimentar como são as sensações se fosse humano? 

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