capítulo 14

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Law os levou para uma clareira mais ao longe da floresta, sendo ora ou outra cutucado pelo moreno menor que lhe perguntava a cada cinco segundos se estavam chegando até realmente chegarem no local. O que o fez aquietar quanto às indagações.

Após isso, o de orbes douradas se voltou para os três que o aguardavam dizer algo, era possível observar uma enorme tensão no olhar do tatuado, como se algo o incomodasse profundamente ali, como se temesse algo.

— Nenhum de vocês deveria entrar nessa região. Sabem o risco que estão correndo por estarem no território dos Lasombra? — questionou o moreno em um tom sério e um pouco alto pelo evidente temor em sua voz.

— Não se preocupe com isso, Tral. Nós somos fortes o suficiente para lidar com o que quer que seja — pontuou o moreno menor, abrindo seu enorme e resplandecente sorriso — chutamos a bunda de quem vier. 

— Não é esse o ponto... Não importa o quão forte vocês sejam. Se Doflamingo os pegar será tarde demais — afirmou o de orbes douradas e vacilantes direcionadas entre os três ali presentes — não deveriam se meter nisso, vão acabar se tornando brinquedos na mão dele, assim como eu...

— Covardes não deveriam dizer o que devemos ou não fazer — provocou Ace, vendo as orbes douradas se tingirem por uma irritação evidente, não acreditava que o sardento lhe direcionava aquelas palavras ríspidas sem ao menos ouvir completamente o que tinha para dizer — se quer continuar do jeito que está, ótimo, nós vamos embora e você segue a sua vida. Não tenho nenhum motivo para ficar aqui vendo um bebê medroso choramingando. Se não tem coragem o suficiente para mudar, então não temos porquê fazer algo a respeito.

— Ace, pare com isso, você não está sendo rude demais? — questionou Marco tocando no braço alheio, puxando-o mais para si, tentando evitar de alguma forma uma possível discussão ou briga entre os dois  — você mal o conhece e já o ofendeu de umas cinco maneiras diferentes.

— Mas já sei que ele é um bebê chorão e eu detesto bebês chorões — rebateu o sardento olhando diretamente nas orbes douradas, vendo-as tremeluzir por diversos sentimentos, desde raiva até temor — tem algo a dizer, Tral? — perguntou o sardento falando o apelido em um tom mais alto e um tanto provocativo — ou prefere continuar calado onde está? Como um cachorrinho acorrentado que só sabe ladrar? 

— Eu não sou um bebê chorão — retrucou o moreno tatuado em um tom irritadiço e raivoso, suas presas se mostrando sobre seus lábios, um rosnado saindo de sua boca — você não sabe o que é estar no meu lugar, não entende o que é ter passado pelo que passei, ter perdido o que eu perdi, as coisas que vi e sofri. Não sabe o que é ter que estar a disposição, sem escolha alguma para agir sobre sua própria vida — falou o tatuado, cada palavra saindo como um rosnado por sua garganta.

— Posso não saber boa parte do que passou, mas isso não muda o fato de que não tem nenhuma convicção em você — afirmou o sardento se livrando das mãos de Marco, se aproximou do outro moreno, o suficiente para vê-lo vacilar pela proximidade tão rápida de outro vampiro — você quer ser livre ou não, Law? 

— Eu... Não posso fazer nada para ser livre.

— Não foi isso o que perguntei. Você quer ou não? — repetiu o sardento dando mais um passo para frente, vendo-o recuar. Um estalo irritado saiu dos lábios do moreno de fios ondulados que logo segurou com firmeza os panos das vestimentas alheias — responda e não fuja. Medo sem ação não serve para nada.

— Ace, você está passando dos limites — comentou Marco se adiantando para parar o sardento, mas foi parado por Luffy que o interpelou com um sorriso tranquilo em seu rosto.

— Deixe ele, Abacaxi. Está tudo bem.

— Eu quero — disse o tatuado rangendo os dentes, escutando o sardento lhe questionar o que havia dito pela maneira baixa e um tanto hesitante com que lhe respondera — eu quero ser livre, mas eu não posso fazer isso sozinho — falou com mais convicção em alto e bom tom, erguendo o rosto para encarar o outro vampiro. 

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