A densa escuridão da noite recobria os passos não tão silenciosos, mas velozes o suficiente para não serem acompanhados pelo olhar desatento.
Luffy passava rapidamente pelos arredores do castelo dos Lasombra. Embrenhando-se pelas profundezas obscuras daquele local. Seus olhos e ouvidos mantinham-se atentos aos arredores.
Estava ciente de que fora percebido e era seguido pelas sombras dos objetos. As via tremeluzir em seu encalço, dançando atrás de si.
Era óbvio para si que ele o seguiria, mesmo que mantendo uma distância razoável entre eles. Podia sentir aquelas orbes intensas e âmbares cravando em suas costas, acompanhando seu trajeto por dentro das sombras.
Em um pulo rápido se agarrou em um dos galhos e esperou. Seus olhos que refletiam o próprio breu presenciaram as trevas se unirem e do âmago da escuridão surgir o brilho dourado que o atraia tal qual um corvo fascinado pelo vislumbre de um objeto reluzente.
Luffy sabia que o vampiro — de inusitadas orbes amareladas e envolto nas trevas e mistérios — apareceria em algum momento.
Havia voltado outras vezes para aquela floresta e em todas elas sentia o outro lhe seguir. Nas primeiras vezes o acompanhava de longe, envolvido totalmente pelas sombras. Logo passou a se aproximar mais e mais a cada vinda, como se aos poucos fosse se permitindo envolver em sua curiosidade.
O moreno menor sentia aquela aura disforme que o outro emava aos poucos se moldar em formas e sentimentos cada vez mais distintos e assentados. A raiva que antes o transbordava junto ao medo eram vagarosamente substituídas pela curiosidade e receio.
Em seguida, o corpo tatuado e recoberto por camadas e mais camadas de tecidos se ergueu das sombras, deixando-se estar totalmente aparente.
Luffy desceu de onde estava assim que as sombras se dissiparam. Seus pés se encaminhando até se aproximar do tatuado, o suficiente para distinguir em seu cheiro ou presença qualquer mínima mudança em seu ser.
— Você é realmente teimoso — afirmou o tatuado em um tom sério, mantendo-se fechado e distante — não deveria ficar voltando aqui tantas vezes.
— Ainda tenho muitas coisas que quero saber, não vou desistir até descobrir o que quero — pontuou o menor dando uma baixa risada.
— E o que mais você quer descobrir? Já não lhe disse o suficiente da outra vez?
— Você não me contou quase nada, Tral. Eu não sei nada sobre você.
— E eu também não sei nada sobre você, estamos quites.
— Touché — brincou o menor dando alguns passos em torno do tatuado — você sabe meu nome, meu clã, minhas habilidades... Já é bastante coisa... Façamos assim: você me dá algo que eu quero saber e eu te dou algo que você quer saber.
— Não me parece nem um pouco vantajoso. O que eu poderia fazer com alguma informação sobre você?
— Vamos, Tral, não seja chato. Nem tudo precisa ter alguma vantagem. Estamos só nos conhecendo.
— Depois disso você deixa de vir para cá? — questionou o tatuado, recebendo como resposta um dar de ombros e um pequeno sorriso — o que quer saber?
— O que te assusta em vampiros? Ou o que te deixa com raiva do que somos?
— É uma longa história. Iria te entediar.
— Tenho a eternidade para ouvir — afirmou o menor sentando-se encostado em uma árvore — e se irá me entendiar ou não, não é você quem decide.
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nearby enemies
FanfictionO mundo dos vampiros é dividido por clãs, alguns são aliados, outros inimigos, mas todos conhecem a regra "mantenha seus aliados perto e seus inimigos mais perto ainda". O único porém é que Ace levou a regra ao pé da letra.