irritated pervert.

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Depois que uso o banheiro, desço as escadas e assim que chego na sala, olho para o relógio. São meia noite, e o meu corpo já está mole de sono e cansaço. Mas está na cara que Carolina e Arthur ainda pretendem ficar aqui por um bom tempo, pela maneira de como estão entusiasmados.

Decido não reclamar do horário, até porque, tenho uma aventura para contar para Carolina sobre o tarado irritadinho do andar de cima...ou não, já que a mesma se encontra ocupada com a boca de Arthur.

E a tocha olímpica deve chorar no banho, porque estou mais acesa que ela.

Me enfio em um lugar vago no sofá, ao lado de Arthur e Carol, enquanto tento me entrosar dentro da conversa do pessoal.

— Babi, a gente nunca te viu por aqui...é a primeira vez que você vem em uma festa? — pergunta Marcos, vendo meu entusiasmo em beber.

Balanço a cabeça negativamente.

— Não, mas é uma das primeiras que eu bebo. — dou risada.

Dá pra ver claramente que estou alterada depois de quatro copos e meio de bebida. Acho que isso não é muito normal para eles.

Mob solta um gemido como quem está reprovando a situação.

— Sério Crusher? Levando a mina para o mal caminho? — ele provoca.

— Ela bebeu porque quis, mas não exagera não viu, Babi? — diz Arthur, arqueando a sobrancelha ao ver minha postura meio desajeitada por conta do álcool.

Faço que sim com a cabeça, encarando meu copo. Acho que é bom eu parar por aqui. Já devo ter experimentado todos os tipos de sabores, mas nem me lembro.

— Aí está ele! Onde é que estava o sumido? — Mob e Gilson se levantam para cumprimentar alguém.

Quando forço a vista, vejo que é o mesmo garoto idiota no qual eu esbarrei à vários minutos atrás. Sinto vontade de ser engolida pelo sofá. Dou uma afundada, mas não é o bastante para ele não me ver.

— Pegando algumas, sabe como é né? — diz ele, alargando a camiseta e ajeitando o cabelo.

Reviro os olhos por dentro e ignoro, dando mais um gole na minha bebida. Claro que ele tinha que ser vaidoso.

— Coringa, essa é a Carolina, e essa é a Bárbara. — Arthur nos apresenta.

Quando o tal Coringa passa o olhar por mim, suas sobrancelhas se levantam e seus olhos se acendem levemente.

Seus lábios se formam em um sorriso maldoso.

— Ahh, então é você, rosa! — ele move a cabeça levemente, me olhando de cima à baixo, com um sorrisinho estampado na cara.

O fato dele me chamar de rosa me deixa irritada. Como se qualquer estranho que eu conhecesse pudesse me chamar assim...e que droga de apelido ridículo é esse?

— Então é você, Coringa. — falo igualmente.

A fim de me fazer parar de beber, me levanto do sofá e seguro meu equilíbrio até a cozinha. Quando me preparo para despejar todo o líquido na pia, esbarro em alguém, deixando o líquido escorrer em toda a minha blusa.

— Seu filho da... — encaro o miserável, e não demora muito para eu perceber que é o Coringa.

Ele fica observando a minha camiseta suja. Não exatamente suja, afinal, fui esperta em escolher uma camiseta preta. Porém, isso não diminui o odor de álcool na minha roupa. Muito menos a mancha ensopada que molha minha barriga.

Olho para ele da maneira mais fria que consigo e dou um tapa em seu ombro.

— Não foi nada, olha só... — ele desiste de argumentar, olhando minha blusa molhada enquanto contém um riso.

Paro para tentar pegar um pano na pia, mas sem querer, esbarro mais uma vez em uma garrafa, e ela não só molha mais minha camiseta, como molha minha saia também.

Coringa gargalha da minha cara, e eu fico boquiaberta com o estrago que fiz. Nem preciso mencionar que sou um desastre ambulante.

— Rosa, você é muito burra... — ele diz rindo.

Rendida, ando até a ponta da escada e logo me sento, apoiando o cotovelo em minhas pernas e o rosto nas mãos, suspirando de cansaço. Eu quero ir embora, literalmente.

Coringa para do meu lado na escada, e fica me encarando.

— Ei, é só uma camiseta. — ele diz.

— Um: não é só uma camiseta. — olho para ele. — Dois: eu molhei ela por sua causa. E três: por quê você ainda está me seguindo?

— Foi mal pela blusa... — ele baixa o olhar. — E pela saia. E eu só ia pegar uma bebida, não estava te seguindo. — ele diz e depois se senta ao meu lado, olhando para frente com uma expressão neutra.

Seus olhos castanhos claros se abaixam, e ele esconde os lábios em uma linha reta.

— O que foi? — ele pergunta, e de repente, percebo que estava ocupada demais o encarando para perceber que ele percebeu.

— O que foi o quê? — questiono de volta.

Sua cabeça se inclina levemente para o lado, antes de ele abrir um sorriso instigador. Uma efervescência surge em minha barriga, e eu desvio o olhar, coçando a sobrancelha.

Por que é que eu estou tendo todas essas coisas? Nunca fui de reparar na cor dos olhos de alguém além da conta, tampouco na boca.

Mas seus olhos são meio cor de mel, e seus lábios parecem ter sidos milimetricamente desenhados à perfeição. Por quê eu reparei? É melhor pôr a culpa no álcool.

— Sei lá, você está com essa cara estranha. — digo tentando mudar de assunto, sem olhar para ele.

Logo o mesmo solta uma risada abafada.

— Preocupada comigo, rosa? — ele pergunta, num tom de voz baixo e lento.

Se eu estivesse o olhando agora, a sensação viria de novo. Porém, dessa vez o que está fazendo esse efeito estranho na minha barriga é a voz dele.

— Não! — nego imediatamente, fazendo uma cara incrédula para ele.

Um silêncio se estabelece por meio segundo no lugar, até que outra música começa. Fico observando a pista de dança se encher cada vez mais.

Eu estou molhada, desnorteada, cansada e com sono. Ótimo.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora