Victor Augusto: Convencido, festeiro e orgulhoso. Sem dúvidas é um cafajeste de carteirinha...até conhecer Bárbara Passos: Doce, mas vibrante. Tímida, mas determinada. A garota que em uma só noite conseguiu virar a vida de Victor de cabeça para baix...
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— Quero conhecer outras Bárbara's para ver se todas elas são burras desse jeito... — Carolina começa uma sessão de risos estrangulados.
Todos ao redor fazem a mesma coisa enquanto eu recupero meus batimentos cardíacos pelo susto.
— Não tem graça, gente. Eu estava prestes a perder o rosto ou ser esmagada no asfalto.
— Foi mal, rosa. — Victor se desculpa. — Mas eu vou estar sempre aqui para te salvar, então não se preocupa. — ele brinca, lançando uma piscadela para mim e estendendo os braços, ostentando os músculos que saltam deles quando ele os tensiona.
— Ih, alá...esse aí mal aguenta uma caminhada. Para falar a verdade, nem sei da onde esses músculos vieram. — Arthur ri, balançando a cabeça.
Coringa ergue uma sobrancelha, ameaçando arrebentar Arthur na porrada depois.
Me agarro ao braço de Victor para olhar para trás. Não vejo nada além de um amplo campo, árvores e uma pista que parece ser interminável.
Sinto-me fora da civilização, tirando as vaquinhas que aparecem ao longe em algumas montanhas. Também não há sinal de carros atrás da gente.
— Arthur, onde fica esse lugar mesmo? — pergunto.
— Fica em uma espécie de chácara. Por isso fica no meio do nada. — ele responde.
Geralmente, conjunto de chácaras são feitos em lugares mais isolados. Nunca entendi o porquê, mas sinal fraco, estrada de barro e insetos são coisas típicas de lugares assim.
— Rosa, se quiser limpar meu rosto é só falar, não precisa de limpeza natural. — Victor diz.
Quando me viro, percebo que os fios do meu cabelo estavam batendo no rosto dele como uma cortina de vento.
Dou uma risada e me desencosto de seu ombro para prender meu cabelo.
— Foi mal. — prendo meu cabelo em um coque.
Talvez tenha sido uma péssima idéia tê-lo deixado solto. Não vai demorar muito para ele entrar em estado de choque. Tipo, de choque mesmo. Como se eu tivesse colocado o dedo em uma tomada.
— Não falei para tirar a cabeça daí. Estava brincando. — ele diz, inclinando minha cabeça de leve na direção da curva de seu pescoço.
Me encosto lá de novo, sentindo meu corpo ouriçado e o cheiro de sabonete de côco e algodão do Coringa. É como se todas as minhas células se esquentassem sempre que toco nele.
Sinto que deveria contar a ele sobre meus sentimentos. Contar que sinto falta de deitar em sua cama e de ele me abraçando. Que eu quero fazer coisas com ele que nunca desejei fazer com ninguém. Que gostaria de me inclinar agora e receber um beijo dele.
Mas ainda sim, uma parte de mim sabe que somos um pouco opostos. Victor Augusto continua sendo o mesmo.
Não duvido nada que ele queira dar uns pegas nessa festa. Com outras garotas, obviamente.
A diferença, no entanto, é que nós conseguimos criar um vínculo de amizade. Só que não sei ele, mas eu não quero só amizade. E não faço idéia de como dizer ou expressar isso, porque o que eu estou sentindo não é algo que sempre senti.
Na verdade, acho que nunca senti.
Existe uma grande diferença em você achar alguém bonito e em querer que esse alguém te toque e te beije.
Antes que eu pudesse pensar em mais conclusões, Arthur vira o carro e entra naquelas típicas entradas de terra das chácaras. Ele entra dentro de um longo portão, e em seguida, um belo casarão se ergue sobre nós.
Do lado de fora - de onde entramos - há uma multidão espalhada por todos os cantos. O barulho alto do som está misturado com risadas e conversas que enchem o lugar.
Uma fumaça que trás um forte aroma de carne na grelha faz minha barriga rugir de fome.
Arthur estaciona o carro debaixo de uma árvore, e então logo nós descemos do mesmo.
Coringa estende a mão para me ajudar a levantar, e então somos envolvidos por um mormaço de fritar a pele. Estava pensando em não entrar na piscina, mas é impossível não entrar com um calor desses. Por sorte, há mais de uma piscina no lugar, a julgar pela quantidade de pessoas.
Pequenas piscinas borbulhantes se espalham em alguns cantos e outras - maiores - estão repletas de pequenos grupos espalhados pela água.
Caminhamos pela parte de fora até entrarmos no casarão. O grêmio deve ter conseguido bastante arrecadação para investir em uma festa dessa.
O lugar é bem iluminado e refrescante por dentro, do contrário do lado de fora.