rose full of thorns.

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Dou de ombros enquanto pego um copo d'água, logo Arthur e Carol vão para o quarto de hóspedes no fim do corredor.

Depois de tomar bastante água para dissolver o álcool do corpo, vou em direção ao quarto de Victor, indo para seu banheiro tentar limpar minha camiseta.

— Não vai sair. — Coringa aparece na porta, me fazendo pular de susto.

Ele logo se inclina, apoiando o corpo na porta e cruzando seus braços nus e cheios de tatuagens.

— Tá louco? E se eu estivesse pelada? — pergunto.

— Daí só Deus sabe. — ele me lança uma piscadinha, fazendo meu corpo ter uma série de arrepios incontroláveis.

— Tá bem, agora sai daqui. — falo esfregando papel higiênico na minha blusa.

Coringa sai, mas depois volta, jogando uma blusa em cima de mim.

— Idiota. — murmurro, considerando a idéia de enfiar a cabeça dele dentro da privada.

— É para você vestir, rosa. — ele diz.

— Para de me chamar assim.

— É que você parece uma rosa...só que cheia de espinhos. — ele diz, encostando novamente seu corpo na porta.

Olho para a camisa escura que ele me deu.

— Anw...quantas garotas peladas vestiram isso aqui? — ergo a camisa com a ponta dos dedos.

Pensando melhor, ele nem deve saber o número exato de garotas.

— Veste logo! — ele diz irritado, estalando a língua no céu da boca.

— Se você saísse daqui! — rebato.

Ele sai da porta e eu a fecho, tirando minha blusa e pondo a dele, que ficou um vestido em mim. Coloco as mãos na borda da saia e logo a tiro também.

Solto meu cabelo e junto minhas roupas em uma sacola, fazendo um enxágue com água na boca, para evitar o gosto de álcool.

Saio do banheiro e entro de volta no quarto dele. Que é um lugar escuro, cheio de pôsteres de mensagens em inglês e de jogos.

Passo os dedos pelos papéis, tentando ler o nome e identificar os jogos, enquanto ele está deitado na cama com o celular em mãos.

— Vem que tá miado. — ele grita frustrado, causando um salto pelo susto em mim.

Ele ri da minha cara, mas continua concentrado no jogo.

— Ok. Coringa, onde é que eu vou dormir? — pergunto, mas não obtenho respostas. — Coringa! — grito, mas ele está prestando atenção demais no jogo.

Vou até ele e pego o celular de suas mãos. Ele se levanta na hora, parecendo estar desesperado.

— Não Bárbara! Eu vou perder ponto! — ele grita, tentando pegar o celular da minha mão.

Me viro de costas e vejo o que é. Um jogo de arminha. E pelo visto, o carinha que eu controlo...ou melhor, o carinha que o Coringa controla, está morrendo.

Coringa tenta pegar o celular, mas desvio de todas as suas tentativas.

— Vai logo Bárbara, eu vou morrer! — ele fica irritado.

Quando a palavra "morte" aparece na tela, eu devolvo o aparelho, como lição por ele ter me ignorado.

Ele olha para o celular e morde a língua com raiva quando vê as palavras anunciadas na tela. Minha risada começa silenciosa, até se explodir em gargalhadas semelhantes à um gralha. Dou risada até ficar vermelha e não conseguir me manter de pé.

Ele fica de braços cruzados e se joga na cama, colocando seus cabelos para trás com a mão.

— Isso foi para você aprender.

— Eu perdi setenta e cinco pontos Bárbara, você sabe o que são setenta e cinco pontos? — ele diz, explicando com a mão em forma de coxinha — Voltei para platina três, platina três!

— E eu lá vou saber o que é isso? — falo.

Ele se levanta e puxa um colchão de baixo da cama, enquanto eu subo na parte de cima. Coringa anda até ao guarda roupa e pega duas cobertas.

— Toma. — ele estende o cobertor para mim e eu pego o tecido.

Meus olhos se fixam em seu abdômen definido e seus braços musculosos, tentando ler as mensagens escritas nele.

— O que significam todas elas? — pergunto tocando em sua pele.

Vejo seu corpo enrijecer e tremer, arrancando uma leve risadinha minha. Ele se vira.

— São de todas as minhas conquistas. — ele diz, estendendo o cobertor no colchão e sentando em cima do mesmo. — Incluindo as do free fire. Por exemplo, essa daqui significa mais alto, mais visado. — ele aponta para uma que fica em seu pulso.

Deslizo meu dedo indicador pelas letras em sua pele.

— Humm...e que diabos é free fire? — pergunto retirando meu dedo.

— Resumindo, é um jogo de ataque e sobrevivência. — ele diz e eu balanço a cabeça, indicando que entendi, logo me viro para dormir, algo que já deveria estar fazendo a muito tempo.

Um vento forte bate na janela, fazendo eu me levantar e me inclinar para fechar a mesma. Por minha altura e estatura pequena, não consigo fechá-la.

Coringa aparece atrás de mim, e seu corpo quente se curva contra o meu, encostando em minha pele por poucos segundos.

Confusa com a forma em que meu corpo se amoleceu com o contato dele, volto para a cama. Ele logo fecha a janela e volta para o colchão.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora