cuddly and insistent.

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Depois de colocarmos tudo para cozinhar, eu abro o armário e me estico para pegar os pratos com que vamos comer. Tateio a parte de cima do armário e tento pegá-los, mas Victor aparece atrás de mim e os pega com facilidade, por ser maior que eu.

Ele solta uma risadinha e beija minha testa.

— Que tal a gente escolher um filme? — Natasha pergunta, se sentando no sofá junto com Carolina e Arthur.

Termino de arrumar a mesa, posicionando os pratos em um montinho com talheres e copos ao redor.

— Sim, vamos. — Carol concorda, apertando o controle para colocar na Netflix.

Deixo um selinho nos lábios de Victor, já que ele e Crusher resolveram ir para o quarto jogar, e vou até as meninas.

— Uhu, noite nossa! — Carol comemora enquanto eu me sento no sofá e as duas ficam no outro.

— Ok, que filme vocês vão querer assistir? — Natasha pergunta. — Vamos de romance?

— Humm, eu e a Babi geralmente gostamos de assistir filmes de ação, principalmente da Marvel. — comenta Carol.

— Afe, eu não gosto de filmes de ação. — resmunga Natasha.

Então vai tomar no cu. Penso em dizer, mas calo minha boca.

É isso que ela faz? Reclama de tudo, é uma falsa e ainda dá em cima do esquema dos outros? Bem tóxica.

— Então vamos ver terror!

— É, pode ser, terror é legal. — Natasha responde Carolina e coloca em um filme na qual nunca vimos, mas parece ser bem legal e sinistro.

Eu me posiciono no sofá para começar a assistir.

— Nat, o você fez no dedo? — Carolina pergunta, ao ver Natasha com o dedo enfaixado no controle.

— A Bárbara me cortou enquanto estava cortando o frango...

Automaticamente, uma descarga de raiva sobe pelo meu corpo.

— Corrigindo, você colocou o dedo lá para se cortar. O que é uma idiotice, considerando que ninguém faz isso, a não ser que queira chamar a atenção e se fazer de vitima para certas pessoas. Você sabia muito bem que eu estava mexendo com a faca e mesmo assim enfiou o dedo lá. — as palavras saem de maneira alta e rápida.

Ela demora para responder, mas se vira e revira os olhos antes de falar:

— Vai falar que eu só coloquei meu dedo lá para você me cortar? — ela diz, com um deboche estampado no rosto.

De repente, sinto vontade de partir para violência.

— Sim. Para se fazer de vítima coitadinha pra cima do Victor.

— Meu Deus, você por acaso está se escutando? Eu nunca faria isso, só se eu fosse maluca.

— Ah, e não é? — rebato.

— Eu já entendi que foi sem querer e aceito suas desculpas, mas colocar a culpa no Victorzinho por isso...

— Eu não pedi suas desculpas. Mas, já que você está afirmando não ter colocado a mão lá, pode me dizer o que ia me falar quando chegou perto de mim na hora? — questiono.

Ela demora para responder.

— Eu ia pegar o limão em cima da pia, algo super normal, e sem querer coloquei a mão lá, satisfeita?

— Desde quando se usa limão no strogonoff? Pelo amor de Deus, use uma desculpa mais convincente. — não consigo evitar soltar uma risada debochada. — Quer que eu peça desculpas mesmo assim? Tudo bem. Desculpa por ter cortado seu dedo, mas toma cuidado da próxima vez que supostamente você colocar a mão lá.

— Gente, sem essa, vamos parar...o filme até já começou! — Carolina aponta para a TV, onde o filme já está rolando.

[...] Depois de vinte minutos, Carol percebe que Natasha está concentrada no filme e me chama no corredor.

— O que foi?

— O que foi aquilo? — pergunta ela, quase num sussurro.

— Você viu. Primeiro, fica querendo detalhes da minha relação com o Victor. Segundo, por eu ter cortado o dedo dela, ela quis que ele mostrasse para ela onde ficava o banheiro, sendo que eu havia explicado onde era, e terceiro...ela está se intrometendo em tudo! — digo.

— Você não acha que ela só quer te conhecer ou tem alguma admiração por vocês dois? — Carol pergunta.

— Não. Ela queria que o Victor mostrasse onde ficava o banheiro, queria saber o que eu sou do Victor, e chamou ele de bonito na cara dura. Tudo indica que sim, ela me odeia e está querendo roubar meu...enfim, está interessada no Augusto.

Carol faz uma cara de desconfiada, mas mesmo assim, não parece acreditar em cem por cento do que eu estou falando.

— E não foi você quem cortou o dedo dela?

— Tecnicamente sim, fui eu. Mas ela literalmente meteu a mão na tábua para que eu o cortasse e depois...

— Ela quis que Coringa sentisse dó dela. — Carol completa.

— Sim. E eu não estou falando que não quero ser amiga dela e não tenho respeito por ela, mas se ela continuar assim...sinto muito, mas ela vai levar. — admito.

— Para falar a verdade, ela sempre foi assim Babi. Bem mimadinha e insistente. Sempre foi acostumada a ter tudo o que quer, e quando não tinha, fazia escândalo para ter. — ela comenta.

— E como é que você não me falou isso antes?

— Eu não ia dizer na cara do Art, afinal, é a prima dele, e também porque eu queria ter a oportunidade de, talvez, fazer amizade com ela. Mas acho que não rolou e nem vai rolar. Ela só fala de marcas e garotos. — Carol diz, com desdenho.

Nós duas rimos.

Voltamos para sala e depois de um tempo, vou no quarto de Victor chamar ele e Arthur para jantar.

— Gente, já está pronto! — abro a porta do quarto, onde encontro a duplinha sentada na cama, com os celulares na mão e o barulhinho do jogo.

Eles resmungam alguma coisa entre si e se levantam. Eu os deixo passar pela porta, mas Vic para e me dá um beijo no canto da boca.

— Será que rola uma rapidinha antes do jantar? — ele provoca, enlaçando minha cintura.

Dou-lhe um tapinha na nuca.

— Claro que não, seu tarado. — sinto sua risada abafada no meu pescoço, e nós fomos para a cozinha.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora