sudden parental call.

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Acordo com o meu típico barulinho de ligação no celular. Olho por cima da tela e não reconheço o número, por isso continuo a dormir. Depois de um tempo, o mesmo número me liga novamente, então decido atender, irritada.

— Alô? — atendo, sem muita paciência.

— Bárbara Passos! Quando nós te ligarmos, não é para você recusar! — a voz estridente de uma mulher ecoa do outro lado da linha.

Logo reconheço a voz familiar, e dou um sorrisinho.

— Mãe?

— Mãe? — Vic, ao meu lado, pronuncia a palavra com a voz rouca e preguiçosa.

Faço um sinal de silêncio para ele, mas já é tarde demais. Minha mãe já ouviu e soltou um suspiro surpreso.

— Bárbara? Adinan, vem aqui! — ela grita, chamando meu pai de maneira entusiasmada.

Ah, maravilha. Logo, a vizinhança inteira estará sabendo.

— Adinan, tem um homem no quarto da sua filha!

— Finalmente desencalhou. — meu pai murmura, com a voz grossa.

— Pai! — eu o repreendo.

— E quem é? Você pode vir aqui nos apresentar ele! — minha mãe sugere.

— Mãe...

— É óbvio que ele pode vir para cá! Já voltamos da Alemanha e agora estamos em Nova York, então você virá de qualquer forma para o Natal. Não vai fazer diferença trazer seu namorado para cá.

Meu Deus.

Meus pais são assim. Depois de meses sem entrar em contato comigo, de repente, me ligam e estão com o mesmo bom humor de sempre.

— Claro, eu vou sim. Agora, a questão do namorado...vou ver. — respondo.

Não sei se Vic iria querer ir comigo. Talvez ele tenha alguma tradição no Natal também, com os pais de Crusher.

Eu o pego sorrindo de forma boba ao meu lado.

— Mas não sei se ele tem condições de ir até Nova York.

— A gente paga tudo! — minha mãe diz.

Sei que ela está exagerando, mas não posso impedir nada. Quando minha mãe coloca algo na cabeça, é difícil convencê-la do contrário.

— Vocês podem vir daqui três dias. Quero que passem no mínimo uma semana aqui em casa, para o Natal e o Ano Novo! — ela se entusiasma.

Eu concordo e deligo o celular antes que ela invente de comprar uma casa para gente se mudar para lá. Coloco o aparelho em cima da cômoda ao lado.

— Viu, minha sogra já me ama. — Augusto se gaba, com um sorriso orgulhoso no rosto.

Ele começa a me puxar e fazer cosquinhas na minha barriga.

— Para! — eu grito, dando risada. — Minha mãe só me ligou para saber se eu vou pro Natal. — falo, enquanto ele para e apoia o rosto na mão para me ver contando tudo.

— Humm...vou sentir saudades quando você for. — ele dá um meio sorriso, colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

Tenho certeza que minha aparência não está nada bonita.

— Aí é que está, ela te convidou também.

— Ah, é? — ele abre um sorrisão de novo, com um brilho extremo nos olhos.

— Minha mãe sempre quis que eu arranjasse alguém, e você foi o primeiro premiado, então, ela está maluca para te conhecer. — falo. — Vou ficar muito feliz se você for, mas não vou te impedir e nem quero que você deixe de fazer suas coisas também.

— Que coisas? Eu passava o natal em festas. — ele diz. — Vou ficar muito feliz em passar o Natal com você. — ele sorri, me dando um selinho e depois um beijinho no nariz e na testa.

— É em Nova York. — revelo.

Ele arregala os olhos.

— Eu nunca fui para Nova York.

— Sério? Dez horas daqui de avião.

— Vai ser minha primeira vez, então.

— Ela quer que a gente vá daqui três dias.

— Tudo bem.

— E precisamos comprar blusas de frio, porque lá neva.

— Você quer mesmo que eu vá? — ele brinca, com sua risada ecoando pelo quarto.

Dou-lhe um tapinha no ombro e um beijo nele.

— Claro que eu quero.

— Então eu vou. — diz ele, deixando um beijo na minha testa e se levantando para ir ao banheiro.

[...] Depois de eu tomar uma ducha e me arrumar, volto para a cozinha para ver o que Victor está fazendo.

— O que você vai querer hoje? — ele pergunta, dando a volta no balcão e se apoiando nele.

— Não sei, podíamos almoçar fora, o que você acha? — pergunto.

Ele dá um sorrisinho e concorda com a cabeça.

— Você não acha que eu cozinho mal e por isso está fugindo da minha comida, está, rosa? — ele pergunta.

— Claro que não, besta. Até você sabe que é o melhor cozinheiro que eu tive o prazer de conhecer. Depois da minha mãe, claro.

— Sua mãe cozinha bem?

— Ô se cozinha. Ela faz o frango assado mais gostoso do mundo. E meu pai faz o melhor churrasco do Universo, mal posso esperar para te levar lá. — digo.

Ele finge uma cara meio chateada, e dou risada da cara dele.

— Você está me humilhando. — ele murmura.

Vou até lá e dou um abraço nele.

— Você faz coisas melhores. — falo, na intenção de enaltecer outras coisas que ele faz bem, mas ele me lança aquele olhar malicioso que tanto conheço. — Não foi isso que eu quis dizer. Você sabe, outras coisas.

— Você está falando que eu sei te foder bem? — ele arqueia uma sobrancelha.

Eu arregalo os olhos pelo vocabulário tão direto dele, e Augusto ri. Não sei como ele pode ser tão romântico e carinhoso e, ao mesmo tempo ser tão direto e safado.

— Não...quer dizer, você sabe, mas... — eu me atropelo nas palavras e acabo desistindo.

— Tá bom, agora vamos logo. — ele diz, pegando a chave da moto.

Como já estou acostumada com ela, não tenho mais tanto medo assim. O céu está acinzentado, me fazendo fechar a blusa com que estou no corpo e segurar bem firme na cintura dele.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora