i'm admitting i like the asshole.

6.6K 431 74
                                    

𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Quando chego na República, Carolina não está lá. Deve ter ficado na casa de Arthur, e inclusive ter se arrumado lá. Tomo um banho rápido, me arrumo e pego minha mochila para ir andando até o colégio.

[...] — Babi! — Carol me dá um abraço assim que entro no colégio.

— Como foi sua noite? — pergunto.

— Hum...acho que você não vai querer saber... — um lento rubor cor de rosa se espalha no rosto de Carol.

Balanço a cabeça para me impedir de imaginar a cena de Carol e Arthur fazendo sexo.

— E a sua? — ela redireciona a pergunta pra mim.

Me lembro de tudo aquilo que aconteceu, com vontade de reviver cada momento.

— Ah, foi boa... — digo, sentindo meu rosto esquentar.

Abaixo a cabeça e deixo que um sorriso bobo se espalhe de maneira espontânea em meu rosto.

Nunca pensei que um garoto, ainda mais como Victor, fosse me fazer sentir assim.

— Bárbara? — Carol arregala os olhos e pega meu pulso, me levando até os bancos da quadra de fora.

Quando nos sentamos, sem entender nada, ela diz:

— Vai, pode falar. — ela diz e eu olho para trás, sem entender.

— Falar o que? — pergunto.

— Você sabe, não se faça de boba. Me fale sobre você e o Coringa... — ela mexe as mãos me induzindo a falar, com um sorrisinho curioso no rosto.

— O que? Não! Quer dizer... — arrumo uma mecha do meu cabelo. — Certo, talvez tenha uma possibilidade... — começo a dizer, mas sou interrompida pelos gritinhos clássicos de Carolina Voltan.

— Oh meu Deus... — ela para e reflete. — Continua.

— Sabe, nunca fui de reparar tanto em detalhes de uma pessoa. Nem de sentir sensações tão fortes assim no meu corpo. Mas eu sei lá, quando o Victor fica perto de mim...ele me torna vulnerável. Com meus sentimentos à flor da pele. E me faz desejá-lo de um milhão de formas. — sinto meu rosto queimar de vergonha quando percebo que disse tudo isso em alto e bom som.

— Deixe-me te explicar...isso significa que você está apaixonada. — ela explica com calma. — Quando você... — assim que ela continua explicando, o sinal toca, indicando o começo das aulas.

Nós nos levantamos e eu aperto a mão dela como uma forma de dizer "obrigada pela compreensão". Enquanto ando até a sala de aula, fico pensando na Bárbara que estou me tornando.

Eu...apaixonada? Se voltassem no tempo e me dissessem isso...eu indicaria um tratamento psicológico para a pessoa.

Essa palavra estava fora do meu vocabulário esse tempo todo. Mas quando vejo Coringa, o desejo cada vez mais. Quando estou longe dele mais ainda.

E quando estou com ele, observo cada pedaço seu. Os músculos, o sorriso, as tatuagens, o risquinho na sobrancelha, seus olhos castanhos da cor de mel, sua covinha quando sorri, sua voz me chamando de rosa e sua aparência quando acorda.

Enfim, quando chego na sala de aula, todos ainda estão de pé e conversando. Chego em minha mesa, e vejo que há um garoto sentado no lugar de Victor. Me sento ao lado dele, meio que esperando que o mesmo saia, mas isso não acontece.

— Oi...tem gente sentada aí. — digo da maneira mais educada possível.

Ele olha pra mim e arqueia uma sobrancelha, me analisando de forma descarada.
 
— Hm, tudo bem. Agora eu estou aqui, gata. — ele fala dando um sorrisinho e eu o lanço uma cara de deboche. — Ah, foi mal. Meu nome é Bruno, mas pode me chamar de Nobru. Eu sou conhecido bastante por ser bom em um jogo... — ele diz querendo puxar assunto, mas eu logo o corto.

— Não quero saber...Bruno. Mas obrigada pela informação. Agora, tem gente que vai sentar aí. — falo.

— Na verdade, estou muito bem no lugar em que estou sentado. — ele diz, com uma malícia nojenta na voz. — Inclusive, eu sou novo aqui, você não quer me mostrar o colégio? — ele pergunta, e eu balanço a cabeça negativamente.

— Não. Agora, se não se importa, tem gente sentada bem aí. — digo e ele continua com um sorriso bobo. — É sério, sai daí!

— Ela mandou você sair. — a voz grossa de Victor preenche meus ouvidos, causando um sobressalto de susto em mim.

O tal Bruno olha para o lado, levantando o olhar, e o encara. Não acho que vai ser uma boa idéia ele se apresentar agora.

— O que? — ele pede para Victor falar de novo, como se desacreditasse das palavras que saíram de sua boca.

Victor tira a mochila das costas e bota em cima da mesa onde Bruno está sentado.

— Ela pediu para você sair. Então vaza. — ele repete.

Bruno vai se aproximando dele como uma maneira de provocar ou chamar alguém para uma briga, mas desiste e pega sua mochila, indo se sentar em outro lugar.

Mesmo que ele já esteja do outro lado da sala, Coringa ainda o olha friamente.

— Otário. — ele murmura. — Ele te fez alguma coisa? — pergunta se sentando ao meu lado.

— Não. — balanço a cabeça. — Obrigada. — dou um sorriso.

— O que ele te disse? — pergunta, mantendo os punhos cerrados.

— Calma, Victor, ele não fez nada, só não queria sair daqui, apenas isso. — garanto a ele.

Balanço a cabeça e pego em sua mão, desfazendo o punho dela.

— Ele não fez nada. — digo novamente.

— Se ele ou qualquer outro garoto te provocar de novo, me chama okay? Não quero ninguém pagando de babaca para cima de você. — ele diz num tom frio e sem emoção.

Colo meu polegar em seu queixo, e o faço olhar para mim. Um brilho se acende no fundo de seus olhos, e sua expressão se derrete em algo que desconheço. Sinto aquela sensação de desejo de me protejer, de preocupação em relação a mim.

O que é engraçado, já que há quatro dias atrás, ele era o babaca para mim. E agora, estou admitindo que gosto do babaca.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora