one of her best sleeps.

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

— Aqui faz muito frio? — pergunto deitada e, surpreendentemente sem sono.

Ouço Coringa se ajeitar no colchão antes de responder:

— É...mas no verão é bem quente. As estações aqui são bem definidas. — ele diz com sua voz mais rouca do que o normal, acho que é sono.

Ergo o cobertor até o peito, olhando para o teto.

— Sério? Então você mora aqui desde que nasceu?

— Não, eu vim para cá quando tinha três anos. — ele diz.

— Ah, e seus pais eram de onde? — pergunto.

— Por que está fazendo todas essas perguntas, hein? — ele diz, meio irritado.

Me repreendo internamente por ter ultrapassado todos os limites e me intrometer na vida dos outros. Porém, depois de alguns segundos, ele diz:

— Não conheci meus pais.

Sinto uma pontada de culpa no peito, torcendo para que eu jamais tenha dito aquilo na minha vida. Devo ter o machucado ainda mais.

Logo inclino minha cabeça para baixo, onde ele está deitado.

— Desculpa. — peço e ele dá uma risadinha abafada, colocando seu dedo indicador em meu rosto.

Ele desliza seu dedo pela minha bochecha, causando mil estalinhos de fogos de artifício dentro do meu peito.

Não protesto, já que acabei de falar uma grande merda.

— Tudo bem, rosa. Você não sabia. — ele sorri.

Devolvo-lhe outro sorrisinho e me viro, meio anestesiada com seu toque em meu rosto.

— Mas a família de Arthur me acolheu, então nunca me faltou nada, eles me fizeram muito feliz. — ele diz.

Nossa. É incrível como você pode conhecer um pouco da pessoa e de sua história de uma hora para outra. Em um minuto, eu estou gritando com um desconhecido numa festa, e no outro, torço para que não tenha o ferido com minhas palavras.

— Mas eles?...

— Não. Eu acho. Eu só nunca vi eles. Passei uma parte da minha infância e adolescência em um orfanato. — diz ele.

Não posso nem imaginar como deve ser a vida quando se mora em um asilo.

— Nossa...sinto muito. — falo tentando ser compreensiva, mesmo que nunca tenha passado por algo assim.

— E você? Onde estão seus pais? — ele pergunta apoiando seu cotovelo no colchão e o rosto na mão.

— Estão fora do Brasil, na verdade. Eles estão ocupados demais com o trabalho. — falo sentindo um leve incômodo ao acrescentar que eles sempre foram presentes na minha vida - com exceção agora pois os pais do Coringa nunca foram, ele nem os conheceu.

— Ah. — ele diz afundando o rosto no travesseiro.

Pego no sono e horas depois, quando eu acordo, sinto algo quente embaixo de mim

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Pego no sono e horas depois, quando eu acordo, sinto algo quente embaixo de mim. Como acho que é o cobertor, me contorço entre ele para ficar mais quentinha. Mas logo percebo que o que eu estou em cima não é um cobertor. É algo duro, musculoso.

Abro os olhos. Quando percebo que estou em cima do Coringa, com a cabeça escorada em seu peito. Me movo imediatamente, sentando em seu colchão e esfregando os olhos, desacreditada.

Ele começa a rir...simplesmente começa a rir.

Olho para a situação desacreditada. Como diabos eu vim parar aqui? Em um momento, estava em cima da cama, e no outro, de repente vim parar em cima dele.

— Você estava acordado? — dou um tapa nele, não muito forte, mas o suficiente para parecer ameaçador.

O olho com raiva enquanto o mesmo ainda ria.

— Qual é rosa? Vai me dizer que o meu colo não é um dos melhores lugares para se dormir? — ele diz erguendo uma sobrancelha e estampando um sorriso radicalmente sexy e convencido no rosto.

Ignoro qualquer resposta que comprove que eu gostei de acordar em seu colo.

— Otário... — me levanto, indo em direção ao banheiro.

Prendo meu cabelo desengrenhado em um coque, pego minha sacola de roupas e ando em direção à cozinha, onde Arthur e Carol estão conversando.

— Dormiu bem? — Carol me pergunta, dando-me um abraço.

— Não. — respondo.

— Traduzindo, foi um dos melhores sonos dela. — Coringa aparece na cozinha, mexendo em seus cabelos bagunçados.

Ele está com uma bermuda preta meio caída, mostrando um pedacinho delicioso de sua cinturinha.

Viro a cabeça fazendo uma careta, para não pensar que dormir em cima daquela tentação foi bom.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora