the party.

9.3K 462 71
                                    

𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Depois de lavar meu cabelo, depilar minhas pernas e fazer uma hidratação facial no rosto, volto para o meu quarto, pronta para minha sessão de indecisões sobre o que vestir

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois de lavar meu cabelo, depilar minhas pernas e fazer uma hidratação facial no rosto, volto para o meu quarto, pronta para minha sessão de indecisões sobre o que vestir.

Não é tão difícil, considerando que, do contrário de muitas garotas, eu não vou semi-nua para uma festa. Mas se vou nesse lugar, que eu esteja pelo menos apresentável, por mais inconveniente que ele seja para mim.

No fim das contas, passo uma saia jeans pelas pernas e um cropped não muito curto preto pela cabeça, me contentando com isso mesmo.

Depois de secar meus cabelos e torná-los levemente ondulados com o aparelho que peguei emprestado de uma das meninas daqui, pego minha bolsa de ombro e espero os pombinhos às nove horas, como o combinado.

Quando o carro de Arthur estaciona na calçada, ando em direção à eles e me sento no banco de trás, abrindo um sorriso falsamente ansioso.

— Eai, ansiosos para estragar minha noite? — pergunto sarcasticamente e os dois dão risada.

— Dramática como de custume né, Babi. — diz Carol, se inclinando para me dar um beijo na bochecha.

— Dramática não, realista.

— Estamos ansiosíssimos. A festa vai ser em uma República que, na realidade, só serve para dar festas e mais parece uma casa noturna. — Arthur diz começando a dirigir.

Estreito os olhos.

— Como assim? Eu concordei em vir com vocês, mas não vou ficar lá até o sol nascer não! — falo.

Hoje pode ser sexta - o dia da semana em que virar a noite é permitido - mas me conhecendo, depois das três já vou estar caindo no sono fácil. E não vou de jeito nenhum dormir lá. Ou melhor, tentar dormir.

— Não sei. Para falar a verdade, vamos só se divertir e vê no que dá. — diz Carolina.

Afundo minhas costas no banco, cruzando os braços e concluindo que eu devia ter pensado melhor antes de me meter nessa grande roubada.

Minutos depois, Arthur estaciona na frente de uma casa que está longe de parecer uma República, e não é nada comparada à minha.

Pelo contrário; a faz parecer medíocre. Enfim, eu e Carol saímos do carro e esperamos Arthur fechar o mesmo.

Antes mesmo de entrar na casa, copos vermelhos e papéis higiênicos estão jogados por toda a parte, indicando que a tal festa começou muito antes de chegarmos. Ruídos de risadas e conversas preenchem o lugar, e já sinto meus pés vibrando no chão pelo estrondo da música alta que toca lá dentro.

Como previsto, quando entramos na casa, o grave de um funk ecoa através das caixas de sons. Arthur e Carolina começam a balancar o corpo de um jeito engraçado, mas a graça logo acaba quando os dois me induzem a fazer a mesma dancinha.

Balanço a cabeça em negação, me recusando a me humilhar pelo jeito desengonçado que danço, mas quando os dois se viram de costas para continuar explorando o lugar, dou uma balançadinha no ritmo da música, incapaz de ficar parada.

A casa está iluminadíssima, com luzes coloridas, brancas e de todos os tipos. Preciso acrescentar que a casa está lotadíssima?

Pela dificuldade que nos movimentamos ao seguir Arthur, acho que não. Mal consigo andar direito, sem esbarrar em alguém. E me pergunto, como essa República acabou se tornando uma boate de estudantes.

A cozinha é o lugar mais vazio - ainda que tenha um fluxo grande de pessoas - e há gente se pegando em cima do balcão e outras revirando o freezer. Arthur pega três copos vermelhos e uma garrafa escrita "corote" em cima do balcão.

Ele coloca um copo na minha frente e sai despejando o líquido vermelho.

— Não, eu já disse que não bebo. — digo, o fazendo revirar os olhos.

— Qual é Babi! Vai, experimenta, você pode gostar. — ele diz.

Maneio a cabeça curiosa para saber o gosto. Afinal, um gole só talvez não me faça mal. Pego o copo enchido até a metade, enquanto os dois me encaram com expectativa.

— Qual é o gosto? — pergunto receosa.

— Se quiser saber, tem que experimentar! — Arthur repete.

Aproximo o copo até o meu nariz, sentindo o cheiro doce com um leve teor alcoólico. Ainda sim, parece agradável. Coloco o mesmo na boca e tomo um leve gole.

Sinto o gosto amargo do álcool queimar minha garganta, mas logo em seguida é tomado por um gostinho bom de morango.

— Hm, é bom. Pode colocar umas pedras de gelo? Não queria tomar esse negócio puro. — falo.

Logo Carol se inclina e abre a porta do freezer, saindo de lá com três cubos de gelo na mão. Vou tomando a bebida de pouco em pouco, enquanto sigo os dois pelo resto da casa.

O próximo lugar é uma sala, onde se encontram diversas pessoas sentadas em tudo quanto é tipo de lugar. Arthur comprimenta uns garotos - que presumo ser seus amigos - batendo na mão deles, e por educação, faço o mesmo.

Cada um deles parecem interessados em saber quem eu sou, considerando que raramente vou em uma festa. Eles parecem bem confortáveis nesse ambiente.

— E essa aí, quem é Crusher? — um deles olha para mim, com um tom de curiosidade. — Prazer, eu sou o Marcos. Mas me chama de Mob, como o resto da galera. — ele diz, lancando-me uma piscadela e o que penso ser um sorriso charmoso.

Abro um sorriso gentil.

— Sou a Babi.

— Deixa de ser interesseiro, Mob! — um garoto entusiasmado vem até mim com um sorriso de orelha à orelha.

Ele pega na minha mão, balançando a mesma para cima e para baixo de um jeito engraçado.

— Babi, o meu nome é Gilson, o mais gato de todos.

— O mais gado você quis dizer né? — corrige Mob, fazendo Gilson virar a cabeça e o olhar friamente.

— Palhaço. — ele murmura. — Então, você é de onde Babi? — ele pergunta, sorrindo simpaticamente.

— Daqui mesmo. Nasci em São Paulo, mas... — antes que eu pudesse terminar, Arthur entra na minha frente.

— Não se mete com esses idiotas não, Babi! — ele repreende mais eles do que à mim.

Dou risada, enquanto Arthur pega os dois pelo braço e esfrega o cabelo de cada um em forma de brincadeira.

— Será que tem alguma coisa para comer? — Carol pergunta.

— Queria mais daquela bebidinha lá... — falo encarando meu copo vazio.

— Ei, Babi! Não era você que não bebia? — ela me dá um tapinha no ombro e ri sarcasticamente.

— Qual é, aquela bebida é praticamente um refrigerante! — falo em minha defesa, o que é mentira, pois sinto um pequeno requisito de álcool envolver meu corpo de pouco em pouco.

— Aquilo se chama corote, e é bom mesmo. Espere só até você experimentar os outros sabores. — ela diz.

Concordo com a idéia. Acho que posso beber um pouco depois das últimas semanas cheias. É como se lá atrás alguém muito esperto soubesse que a partir de um determinado momento da vida, o álcool seria bastante útil.

— Cadê o Coringa, mano? — Arthur resmunga para seus amigos sentados no chão, bebendo e conversando no meio da sala e mantendo Carol em seu colo.

É difícil achar um buraco nos sofás para se sentar, por isso fico em pé.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora