- Lena, vá! Se esconda!
A mulher fala quase sussurrando e com um desespero nos olhos.
Lena corre e se esconde embaixo da cama, se arrasta até chegar na parede e se encolhe no canto. Está escuro, já era tarde e a mãe dela acabara de acorda-la dizendo pra ela se esconder, Lena certamente já sabia o que vinha por aí, então ela tapou os ouvidos com o máximo de força que pôde.
- Aonde você tá, sua vadia?
A voz embriagada do homem contaminou o ambiente, dava pra escutar seus passos vindo em direção ao quarto em que estava.
Lena abre os olhos e vê apenas os pés da mãe saindo do quarto dela, deixando a porta entre aberta. Lágrimas começam a sair de seus olhos e ela volta a fecha-los com força, imaginando que assim faria tudo aquilo desaparecer.
- Era pra você estar lá embaixo me esperando, o que você tá fazendo aqui em cima com essa cara ridícula sua? – Um silencio se instaura por alguns segundos. – Em vagabunda? Não olha com essa sua cara horrorosa pra mim não.
O barulho do primeiro soco ecoou sobre a casa. Ela sabia que a noite ainda seria longa. Lena tapa a boca evitando de chorar alto, tudo que ela queria era que aquilo acabasse.
- Por favor para, por favor não bate na minha mãe.
Lena já estava em pé em frente ao seu quarto, e suplicava aquele homem que com certeza não poderia ser considerado um pai.
- O que você disse?
O homem que agora segura a cabeça da mulher com uma mão, e na outra segura uma garrafa quase vazia de cerveja, vira em direção a Lena, ainda segurando a mais velha pelo cabelo, que agora olha a filha com um desespero claro em seu semblante.
- Por favor.
Ela tenta falar, mas quase não sai som.
Ele derruba a mulher no chão, coloca a garrafa ao lado dela e se agacha em frente a pequenina, logo em seguida pegando-a no colo.
- Não, não, não, NÃO.
Lena grita e se levanta ficando sentada na cama. Ela está completamente suada e tem as mãos na cabeça, lágrimas começam a rolar.
- De novo essa droga de pesadelo. Merda!
Ela se levanta e pega o celular que está ao lado da cama em cima do criado mudo, checando a hora. São 4:00 da manhã, então ela decide já ficar acordada, não queria correr o risco de voltar para o mesmo pesadelo. E com certeza ela adiantaria muito do trabalho se já começasse agora.
Lena toma um banho e volta para sua cama, mas dessa vez, cheia de documentos e com o notebook aberto, começa a trabalhar. Ela iria folgar hoje na empresa, mas nada a impede de adiantar as coisas da sua própria casa.
(...)
- Bom dia dorminhoca.
Alex fala vendo a irmã sair do quarto.
- Bom dia alcoólatra.
- Ah, não, nem vem com essa.
Alex fecha a cara enquanto ouve as gargalhadas da irmã tomar conta do ambiente. A risada de Kara era alta e com certeza contagiante, mas ela não deu o braço a torcer, manteve a cara fechada até a irmã encerrar os risos.
- Pelo visto é bom dia mal-humorada. – Kara fala enquanto senta na mesa colocando café na xicara a sua frente. – Aconteceu alguma coisa Alex?
- Não, nada.
- Você sabe que vou insistir até me falar, não sabe?
Alex desce o olhar colocando a mão sobre as sobrancelhas.
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Memórias - Supercorp
FanfictionEssa é minha primeira fanfic ja escrita, perdão pelos erros e bobagens! *Aqui Kara não é Supergirl* Um pouco antes do Natal, Lena Luthor, uma empresária de sucesso, conhece Kara Danvers, uma professora universitária de inglês. E quando ela achava q...