Capítulo 14

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vieiraarenan: 🙂

Comentários:

marqsdouglas: me pega, negão 😍

marquesya: me apaixonei e você, @juvieiras?

juvieiras: me joga na parede e me chama de lagartixaaaaaa

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- Renan Narrando -

Cheguei em casa já ouvindo minha mãe brigar com o Gabriel, na maioria do tempo ele era tranquilo e não aprontava tanto quanto algumas crianças mas tinha horas que era como se um espírito de perturbação entrasse no corpo dele.

- Já aprontou? - perguntei deixando minha mochila no sofá

- Minha avó tá estressada, brigou só porque eu estava brincando com a Jade - falou me olhando

- Ainda bem que você chegou, eu não dou conta desse menino - minha mãe falou entrando na sala - Essas férias tem que acabar logo

- Vou resolver, mãe - falei dando um beijo na cabeça dela e a mesma foi pro quarto

- Pai - me chamou e eu sentei no sofá de frente pra ele

- Vamos conversar? - perguntei e ele balançou a cabeça

- Vai brigar comigo? - perguntou baixo

- Não, só vamos conversar - falei e cocei a cabeça

- Tá bom - falou me olhando

- A sua avó não tem obrigação de cuidar de você e muito menos aturar suas palhaçadas - falei sério e ele me olhava com atenção - Ela cuida de você pra me ajudar e porque te ama, você já entende que sua avó trabalha muito e que quando tá em casa quer ficar em sossego

- Pai, até quando eu brinco ela reclama as vezes - falou baixo acho que com medo da minha mãe ouvir já que olhou em direção a escada

- Quando eu tô em casa não levo você pra brincar? Não brinco contigo? - perguntei e ele afirmou

- Por ela eu só assistia TV, ela não era assim - falou chateado

- Ela só tá cansada, era assim comigo também - falei rindo fraco - E acho bom você aproveitar pra assistir muito desenho porque daqui a pouco a farra acaba

- Ah não, pai - reclamou e eu ri

- Gabriel, se você aprontar a próxima eu mesmo vou esquentar a sua bunda - falei sério e ele arregalou os olhos já que eu nunca bati nele

- Eu não apronto, pai, pra que bater? - perguntou se levantando - Vou até lá deitar com a vovó

- Vai lá, cara de pau - falei rindo e subi pra tomar um banho e descansar um pouco. Quando deitei tirei uma foto, postei e logo apaguei.

- Alice Narrando -

Não poderia estar mais feliz, o médico me liberou e posso ter minha liberdade de volta, foram só alguns dias e me senti presa em casa. Assim que sai do médico me despedi dos meus pais e fui até a ong.

- Tia Alice - escutei a voz do Gabriel assim que eu entrei

- Ai que saudade - falei sorrindo olhando a ONG e vi o Renan dar aula de luta para as crianças - Não tô mais saci hein

- Já pode até jogar bola - falou e eu ri

- Isso nem se eu tivesse três pernas - falei rindo - Me falta talento

- Eu ia te chamar pra jogar comigo - falou me olhando

- Podemos combinar uma coisa? - perguntei e ele assentiu - Quando você for jogar me avisa que eu vou lá torcer muito

- Tipo aquelas meninas do filme? - indagou curioso

- Tipo isso - falei rindo e quando ele ia falar escutamos um grito

- Amiga - Júlia gritou me abraçando - Saudades

- Também senti saudades - falei abraçando a mesma

- Não inventa de se machucar mais não - falou e eu assenti

- Oi, Alice - me assustei com a voz grossa do Renan

- Oi, Renan - falei sorrindo - Voltei

- As crianças estão animadas pra aula - falou e eu bati palma

- Quando começo? - perguntei animada

- Me espera que quando eu acabar aqui converso contigo - falou e eu assenti

- Sem conversas sérias - minha amiga interrompeu - Tenho babados pra contar

- Ai eu quero - falei e ela me puxou

Fiquei conversando com a Júlia até que ela foi levar o Gabriel na casa da avó dela, que era bisavó dele. Observei a luta e me assustei quando ela entrou com uma menininha.

- Que linda - falei sorrindo encantada - Quem é?

- Essa é a Rebeca - falou sorrindo

- Você é linda, Rebeca - falei e ela sorriu - Ela é filha de quem?

- Uma longa história - falou suspirando - Princesa, vai lá no tio Renan - falou colocando ela no chão que foi correndo

- Me conta - falei me apoiando no balcão

- Ela é filha de uma menina aqui do morro, uma bem destrambelhada por sinal - começou a falar e pelo eu fiquei bem curiosa - Ela andava com traficante, não importava a facção, andava com policial e até com miliciano, pegou barriga e não sabia nem quem era o pai, quando descobriram que ela estava dando pra um policial torturaram e mataram ela

- Que isso - falei assustada

- A avó até tenta cuidar mas não tem saúde e precisa trabalhar, a sorte dela e que cada um daqui ajuda um pouquinho - falou me olhando

- Ela tem quantos anos? - perguntei observando a menina que brincava com o Renan

- Dois aninhos mas é muito espertinha - falou sorrindo

- Muitos querem e não conseguem ter filhos - falei sorrindo fraco

- Isso é, povo não se cuida e quem sofre é os filhos - falou e eu concordei

- Filho é coisa séria - falei e nos aproximamos da menina pra brincar com ela

Meu Ébano Onde histórias criam vida. Descubra agora