- Renan Narrando -
Eu não estava mais aguentando ficar longe da minha loira mas eu sabia esperar, no início eu achei que era exagero mas a Alice tinha razão, eu não estava sendo um bom namorado e eu tenho raiva de mim por isso. Quando chegou na balada eu fiquei doido e quase fui na lua só de entrar na minha loira novamente. Hoje eu estava de plantão e aparentemente era um dia tranquilo.
- Se resolveu com a sua mulher? - Ricardo, meu amigo, perguntou me olhando
- Estamos quase lá - falei sorrindo e percebi a Joyce prestando atenção na conversa
- Tem que voltar logo, não aguento seu mau humor - falou e eu revirei os olhos
- Nem tô assim - falei e ele me olhou debochado
- Não? Você já estava um porre, né? Aí depois do termino então - falou rindo
- Não terminamos - falei bufando e escutei a sirene
- O trabalho nos chama - falou e eu me levantei
- Lá vamos nós - falei e fomos pro caminhão
Depois que recebemos o chamado não demoramos a sair do quartel, não era muito longe mas quando chegamos a casa já estava quase toda consumida pelo fogo.
- Socorro - uma mulher gritou assim que chegamos
- Calma, senhora - um dos meus amigos falou tentando afastar ela da casa e eu percebi o braço dela queimado, a pele estava pendurada e a adrenalina era tanto que nem sentia
- Meus filhos estão lá dentro - falou chorando - Eu tentei chegar no quarto mas não consegui
- Nós vamos resolver - falei me aproximando e passei os comandos
- Chama pela Bárbara, minha filha de 7 anos - falou tentando se controlar - Ela vai responder, eu sei que vai
- Pode deixar - falei me afastando mas a mesma me segurou
- Meu filho, Gabriel o nome dele, ele só tem 3 aninhos - falou desesperada e eu engoli a seco
- Eu vou trazer os dois - falei saindo sem esperar resposta
- Alice Narrando -
Tinha acabado de sair de uma aula e estava sentada conversando com o Igor, quase dormindo sentada de tão cansada que eu estava.
- Tô morrendo de fome - falei comendo um sanduíche
- Esses professores hoje tão que tão - Igor reclamou e eu ri
- Vida de adulto, bebê - falei rindo e bebi um pouco de suco
- Vida triste, melhor época era quando eu dormia no sofá e acordava na cama - falou e eu soltei uma gargalhada
- Isso ainda acontece comigo - falei pensativa
- Tomar no seu cu - antes que eu respondesse meu celular tocou e eu estranhei quando vi que era minha sogra
- Ligação On -
Alice: Sogra? - falei estranhando
Renata: Alice, meu filho ele - falou chorando e eu já me desesperei
Alice: O que aconteceu? - perguntei desesperada e o Igor começou a prestar atenção
Renata: Ele se machucou no serviço, se machucou mesmo - falou tentando se controlar e eu comecei a tremer
- Ligação Off -
- Alice, o que houve? - perguntou e eu comecei a chorar
- O Renan - falei e ele pegou o celular da minha mão e começou a falar
- Vamos pro hospital - falou pegando nossas coisas
- O Gabriel - falei me levantando
- Está com a avó do Renan - explicou e fomos pro estacionamento
- Será que foi grave? - perguntei tentando me controlar
- Se acalma - pediu quando entramos no carro dele
Eu cheguei no hospital uma hora atrás mais ou menos, assim que cheguei encontrei com a minha sogra que estava ao lado do Luís tentando se controlar. O Igor ainda ficou um tempo ali comigo mas precisou ir embora. Quase uma hora sem notícias e isso parece que vai piorando.
- Não é possível, ninguém informa nada - minha sogra falou inconformada
- Calma, querida! Eles esperam até terem o que falar ao certo, pra não ser precipitado - Luís falou calmo
- Gente, o médico - falei me levantando e eles fizeram o mesmo
- Como meu filho está? - minha sogra perguntou rápido
- Ele está estável - falou tranquilizando minha sogra
- Mas - falei olhando pra ele
- Mas ele respirou muita fumaça e não estava conseguindo respirar, aplicamos um sedativo e ele foi entubado - falou sério
- Ele tá entubado? - perguntei sentindo as lágrimas caindo
- Sim, mas amanhã tiraremos o medicamento pra vê como ele reage - falou saindo
- O meu bebê - minha sogra falou abraçando o Luís
- Ele respirou muita fumaça? Como? - falei alto - Ele usa máscara não usa?
- Eu também não entendi, minha filha - falou me abraçando
- Dona Renata - ela me soltou quando escutamos uma voz e era o pessoal do corpo de bombeiros
- O que aconteceu com o meu filho, Ricardo? - perguntou e eu associei o nome ao amigo que o Renan tanto fala
- Ele foi salvar duas crianças - falou baixo
- Por que ele não estava com a máscara? - perguntei interrompendo
- A casa já estava quase consumida pelo fogo, quando chegamos no quarto a menina já estava inconsciente mas eu consegui tira-la a tempo - falou e eu arregalei os olhos - O menino estava muito mal e ele tirou a máscara
- Pra dar pro menino? - perguntei e ele afirmou - O que você foi fazer, Renan - falei baixinho me sentando
- Ele vai ficar bem, ele é forte - Ricardo falou se sentando ao meu lado
- Eu espero mesmo - falei limpando meu rosto
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Meu Ébano
FanfictionAlice é uma carioca de 22 anos que levava uma vida tranquila e sem muitas emoções ao lado da sua família e amigos, mas mudanças acontecem quando decidi fazer um trabalho voluntário.