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alicefhartmann: flagrada em pleno estágio 😜
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- Renan Narrando -
Eu tinha acabado de chegar no hospital com a minha mãe, hoje ela iria começar as sessões de quimio. Da outra vez ela sofreu muito e eu estou pedindo a Deus pra dessa vez ser diferente.
- Mãe, vou ali falar com o seu médico - falei quando colocaram a medicação dela
- Vai lá, meu filho - falou pegando uma revista e eu fui até a sala do dele, bati na porta e ele mandou entrar
- Tem alguns minutos? - perguntei entrando
- Claro - falou e eu me sentei
- Eu gostaria de saber o real estado da minha mãe - falei e ele tirou os óculos - Quando o senhor me deu a notícia eu fiquei muito atordoado e não consegui perguntar as coisas direito
- O caso da sua mãe é bem grave - falou sério
- Tem chances de cura? - perguntei direto
- São quase nulas, Renan - falou e acho que meu coração parou por alguns segundos
- Mas existe uma pequena possibilidade? - perguntei baixo
- Bem pequenas na verdade - falou me olhando
- Então porque o tratamento se pra vocês não adianta mais? Não é pior? Assim ela sofre mais ainda - falei tudo rápido
- Se acalma, meu filho - falou se levantando
- Impossível, doutor - neguei com a cabeça e ele me entregou um copo de água
- Mesmo quando o câncer não tem mais jeito de tão avançado que ele está não podemos sentar e deixar a morte chegar - falou dando uma pausa - É bem pior, é como se o corpo fosse apodrecendo em vida, precisamos do tratamento pra tentar combater a infestação dele
- Basicamente temos que esperar por um milagre? - perguntei tentando entender
- Sim, se você acredita em milagres - falou calmo
- Como vai funcionar o tratamento da minha mãe? - perguntei deixando o copo na mesa e passei a mão no rosto
- Quimioterapia combinado com tratamentos paliativos, tentaremos aumentar a expectativa de vida dela - falou sério
- Aumentar a expectativa de vida - repeti baixo - Seja sincero comigo, doutor
- Filho, tenho mais de 30 anos de profissão e já vi muitas coisas, vi pacientes descobrirem um câncer no início e teoricamente simples e que morreram rapidamente. Já vi pacientes desacreditados viverem 10 anos - falou dando de ombros
- Então é possível - falei e ele ficou quieto
Conversei mais um pouco com ele e voltei pra onde minha mãe estava, me sentei perto dela e fiquei em silêncio.
- Que cara é essa? - perguntou chamando minha atenção
- Nada, mãe - falei negando com a cabeça
- Eu não sou boba, Renan, você foi conversar com o médico e voltou assim - falou e minha vontade era chorar ali - Eu sei minha real situação
- Como? - perguntei e ela apontou com a cabeça pra uma enfermeira - Eu contei pra ela e perguntei minhas reais chances, não são tão animadoras
- Não pensa nisso, mãe - pedi e ela segurou minha mão
- Eu tô triste meu filho mas confio em Deus - falou fazendo carinho na minha mão - E sei que a decisão dele será a melhor pra mim
- Para com isso - falei sério - Vai dar tudo cedo
- Espero que sim - falou e eu beijei a testa dela
- Eu sei que vai - falei baixinho - Posso te pedir uma coisa?
- O que? - perguntou curiosa
- Não desisti - falei baixo - Não se entrega, mãe, eu preciso que você entre comigo no casamento, você precisa mimar outro neto e continuar ficando ao lado da Alice nas discussões
- Não vou - sussurrou e me abraçou, não consegui segurar as lágrimas e funguei
- Alice Narrando -
Se tinha algo que sempre gerava briga entre o Igor e eu são coisas relacionadas a faculdade, enquanto eu cursava Arquitetura e Urbanismo ele estudava para ser Engenheiro Civil, com isso tínhamos um monte de matérias juntos e sempre nos juntávamos para fazer.
- Caralho a porra dessa pilastra não tem como ficar aqui - falou irritado
- Você vai colocar ela aí - bufei - Ela faz parte do meu projeto
- Não sou mágico, fofa - revirou os olhos
- Eu quero a minha pilastra - falei irritada
- Vai tomar no cu, Alice - resmungou e eu bati com o caderno - Filha da puta - passou a mão na cabeça e fez careta
- Você que é - cruzei os braços
- Chega, crianças - minha mãe falou alto e só então me dei conta que ela estava no jardim e segurando uma bandeja - Toda vez que tiverem que trabalhar juntos será essa guerra?
- Ele que começou - falamos juntos e eu dei dedo pra ele
- Não importa quem começou - minha mãe falou simples e se aproximou deixando a bandeja com o lanche na mesa - Relações profissionais são como casamentos, não pode desistir na primeira briga
- Mas ele - comecei a falar porém fui interrompida
- Você que - Igor voltou a falar e eu revirei os olhos
- Chega os dois - minha mãe falou firme e ficamos quietos na hora - Se entendam ou peçam o divórcio em questões profissionais
- Tá bom - resmunguei entediada
- Vou buscar meu neto na escola - avisou - Tratem de se comportarem
- Tchau - acenamos e ela saiu após beijar as nossas bochechas
- E o Renan? - perguntou e eu suspirei
- Só nos falamos mais cedo - falei olhando pra ele - E a menina de Letras?
- Muito cu doce - fez careta - Vou partir pra outra
- Outras - corrigi e ele riu
- Me conhece - falou e eu sorri - Vai sossegar aos 30?
- Sim, senhorita encontrei o amor da minha vida aos 22 anos, temos um filho lindo juntos, com 23 fiquei noiva e com 25 devo estar tendo outro filho - falou e eu acabei rindo da cara que ele fez - Você encontrou o amor da sua vida e a sua felicidade
- E você não encontrou a sua? - perguntei e ele deu de ombros
- Espero que não - falou e eu sabia que ele não estava brincando - Quero curtir a minha vida antes de ter algo realmente sério com alguém
- Está certo - balancei a cabeça
- Sempre - falou óbvio e eu ri
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Meu Ébano
FanfictionAlice é uma carioca de 22 anos que levava uma vida tranquila e sem muitas emoções ao lado da sua família e amigos, mas mudanças acontecem quando decidi fazer um trabalho voluntário.