Capítulo 127

14.9K 840 89
                                    

Tá gostando da história? Comentem ao longo do capítulo, além de motivar e ajudar a autora aqui, consigo saber tudo o que vocês pensam. E sigam o instagram soccerfics.

- Instagram On -

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Instagram On -

alicefhartmann: flagrada em pleno estágio 😜

- Instagram Off -

- Renan Narrando -

Eu tinha acabado de chegar no hospital com a minha mãe, hoje ela iria começar as sessões de quimio. Da outra vez ela sofreu muito e eu estou pedindo a Deus pra dessa vez ser diferente.

- Mãe, vou ali falar com o seu médico - falei quando colocaram a medicação dela

- Vai lá, meu filho - falou pegando uma revista e eu fui até a sala do dele, bati na porta e ele mandou entrar

- Tem alguns minutos? - perguntei entrando

- Claro - falou e eu me sentei

- Eu gostaria de saber o real estado da minha mãe - falei e ele tirou os óculos - Quando o senhor me deu a notícia eu fiquei muito atordoado e não consegui perguntar as coisas direito

- O caso da sua mãe é bem grave - falou sério

- Tem chances de cura? - perguntei direto

- São quase nulas, Renan - falou e acho que meu coração parou por alguns segundos

- Mas existe uma pequena possibilidade? - perguntei baixo

- Bem pequenas na verdade - falou me olhando

- Então porque o tratamento se pra vocês não adianta mais? Não é pior? Assim ela sofre mais ainda - falei tudo rápido

- Se acalma, meu filho - falou se levantando

- Impossível, doutor - neguei com a cabeça e ele me entregou um copo de água

- Mesmo quando o câncer não tem mais jeito de tão avançado que ele está não podemos sentar e deixar a morte chegar - falou dando uma pausa - É bem pior, é como se o corpo fosse apodrecendo em vida, precisamos do tratamento pra tentar combater a infestação dele

- Basicamente temos que esperar por um milagre? - perguntei tentando entender

- Sim, se você acredita em milagres - falou calmo

- Como vai funcionar o tratamento da minha mãe? - perguntei deixando o copo na mesa e passei a mão no rosto

- Quimioterapia combinado com tratamentos paliativos, tentaremos aumentar a expectativa de vida dela - falou sério

- Aumentar a expectativa de vida - repeti baixo - Seja sincero comigo, doutor

- Filho, tenho mais de 30 anos de profissão e já vi muitas coisas, vi pacientes descobrirem um câncer no início e teoricamente simples e que morreram rapidamente. Já vi pacientes desacreditados viverem 10 anos - falou dando de ombros

- Então é possível - falei e ele ficou quieto

Conversei mais um pouco com ele e voltei pra onde minha mãe estava, me sentei perto dela e fiquei em silêncio.

- Que cara é essa? - perguntou chamando minha atenção

- Nada, mãe - falei negando com a cabeça

- Eu não sou boba, Renan, você foi conversar com o médico e voltou assim - falou e minha vontade era chorar ali - Eu sei minha real situação

- Como? - perguntei e ela apontou com a cabeça pra uma enfermeira - Eu contei pra ela e perguntei minhas reais chances, não são tão animadoras

- Não pensa nisso, mãe - pedi e ela segurou minha mão

- Eu tô triste meu filho mas confio em Deus - falou fazendo carinho na minha mão - E sei que a decisão dele será a melhor pra mim

- Para com isso - falei sério - Vai dar tudo cedo

- Espero que sim - falou e eu beijei a testa dela

- Eu sei que vai - falei baixinho - Posso te pedir uma coisa?

- O que? - perguntou curiosa

- Não desisti - falei baixo - Não se entrega, mãe, eu preciso que você entre comigo no casamento, você precisa mimar outro neto e continuar ficando ao lado da Alice nas discussões

- Não vou - sussurrou e me abraçou, não consegui segurar as lágrimas e funguei

- Alice Narrando -

Se tinha algo que sempre gerava briga entre o Igor e eu são coisas relacionadas a faculdade, enquanto eu cursava Arquitetura e Urbanismo ele estudava para ser Engenheiro Civil, com isso tínhamos um monte de matérias juntos e sempre nos juntávamos para fazer.

- Caralho a porra dessa pilastra não tem como ficar aqui - falou irritado

- Você vai colocar ela aí - bufei - Ela faz parte do meu projeto

- Não sou mágico, fofa - revirou os olhos

- Eu quero a minha pilastra - falei irritada

- Vai tomar no cu, Alice - resmungou e eu bati com o caderno - Filha da puta - passou a mão na cabeça e fez careta

- Você que é - cruzei os braços

- Chega, crianças - minha mãe falou alto e só então me dei conta que ela estava no jardim e segurando uma bandeja - Toda vez que tiverem que trabalhar juntos será essa guerra?

- Ele que começou - falamos juntos e eu dei dedo pra ele

- Não importa quem começou - minha mãe falou simples e se aproximou deixando a bandeja com o lanche na mesa - Relações profissionais são como casamentos, não pode desistir na primeira briga

- Mas ele - comecei a falar porém fui interrompida

- Você que - Igor voltou a falar e eu revirei os olhos

- Chega os dois - minha mãe falou firme e ficamos quietos na hora - Se entendam ou peçam o divórcio em questões profissionais

- Tá bom - resmunguei entediada

- Vou buscar meu neto na escola - avisou - Tratem de se comportarem

- Tchau - acenamos e ela saiu após beijar as nossas bochechas

- E o Renan? - perguntou e eu suspirei

- Só nos falamos mais cedo - falei olhando pra ele - E a menina de Letras?

- Muito cu doce - fez careta - Vou partir pra outra

- Outras - corrigi e ele riu

- Me conhece - falou e eu sorri - Vai sossegar aos 30?

- Sim, senhorita encontrei o amor da minha vida aos 22 anos, temos um filho lindo juntos, com 23 fiquei noiva e com 25 devo estar tendo outro filho - falou e eu acabei rindo da cara que ele fez - Você encontrou o amor da sua vida e a sua felicidade

- E você não encontrou a sua? - perguntei e ele deu de ombros

- Espero que não - falou e eu sabia que ele não estava brincando - Quero curtir a minha vida antes de ter algo realmente sério com alguém

- Está certo - balancei a cabeça

- Sempre - falou óbvio e eu ri

Meu Ébano Onde histórias criam vida. Descubra agora