Alice é uma carioca de 22 anos que levava uma vida tranquila e sem muitas emoções ao lado da sua família e amigos, mas mudanças acontecem quando decidi fazer um trabalho voluntário.
Eu estava assustada, muito assustada. Já tinha ouvido falar muitas coisas ruins sobre o câncer e depois de algumas pesquisas me assustei mais ainda com o tratamento. Hoje era o dia que eu começaria a quimioterapia, o Igor até queria ir junto mas hoje teria uma prova na escola e não podia faltar.
- Tô levando uns livros pra você, peguei umas revistas também - minha mãe falou entrando no quarto - Se bem que você tá com o celular
- Mãe, não precisa tudo isso - neguei com a cabeça
- Pra você se distrair, filha - meu pai falou e eu assenti
- Tá nervosa? - minha mãe perguntou preocupada
- Um pouco - falei encostando minha cabeça no vidro. Não demorou muito nós chegamos no hospital, meu pai foi conversar com o médico e minha mãe foi comigo até aonde eu faria a quimioterapia
- Podemos começar? - perguntou uma enfermeira simpática e eu assenti
- Não tem jeito - falei e ela sorriu fraco
- Filha, seu pai me mandou uma mensagem, vou conversar com o médico - falou me olhando
- Tudo bem - falei pegando meu celular
- Se quiser eu fico e mando o médico se ferrar - falou e eu ri
- Vai lá, mãe - falei e ela beijou minha testa saindo
Estava mexendo no celular quando percebi alguém me olhou, quando virei pro lado tinha uma garoto me observando.
- Oi - falei largando o celular
- Oi - falou se ajeitando na poltrona
- Por que você tá aqui? - perguntei curiosa
- Gosto do suquinho que eles servem - brincou e eu ri
- Vou experimentar depois - falei e ele sorriu
- LLA - falou e eu assenti - E você?
- LLA - falei e ele riu
- Coincidência - falou me observando - Primeira quimio?
- Sim - falei e fiquei observando ele - Sua primeira?
- Não - negou com a cabeça
- Você não parece que já fez - falei e realmente era verdade
- Eu fiquei muito mal no início, depois me "curei" mas o câncer voltou - falou fazendo careta - Vamos fazer uma aposta?
- Qual? - perguntei curiosa
- Aposto que você vai colocar tudo pra fora até hoje a noite - falou e eu arregalei os olhos e ele riu - Se eu ganhar você me paga 100 reais
- Fechou - falei concordando - Sou a Alice
- No país das maravilhas? - perguntou e eu fiz careta
- Criativo você - falei negando com a cabeça
- Me chamo Pedro - falou apertando minha mão
Pedro Ferraz Müller, 17 anos, estudante, um rapaz divertido e não se deixa abater com a doença.
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