Capítulo 30

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- Alice Narrando -

- Flashback On -

Realmente estar com aquelas crianças me deixou emocionada e com mais vontade ainda de vencer o câncer. Doeu meu coração vê aqueles anjinhos tão doentes mas só de ver a alegria deles quando entramos foi incrível. Eu super recomendo esse tipo de trabalho.

- Amanhã vou fazer alguns exames - Pedro falou me olhando

- Vai dar tudo certo - falei baixinho e nos sentamos na areia da praia

- Eu espero mesmo - falou me abraçando

- Cadê seu pensamento positivo? - perguntei e ele riu fraco

- Tá guardado pra amanhã - falou beijando meu ombro

- Joga pro universo que ele te devolve - falei e ele sorriu

- Então joguei muitas coisas boas pra ter você comigo - falou olhando nos meus olhos

- Não me faz chorar - pedi e ele riu

- Boba - falou me beijando

Acordei de madrugada me sentindo muito mal, super enjoada e quando vi estava vomitando sangue. Apertei um botão no meu quarto que apitava no quarto dos meus pais e me abaixei vomitando de novo.

- Filha - minha mãe entrou correndo no quarto - Pega o carro, Maurício - gritou pegando uma toalha

- Eu não quero ir pro hospital - falei com dificuldade e vomitei de novo - Vão me furar toda

- Tem que ir, meu amor - falou e eu comecei a chorar. Estava quase perdendo os sentidos quando meu pai entrou no quarto me pegando no colo

Como eu imaginava me furaram várias vezes, muitos exames e decidiram me internar. Me deram um sedativo e quando eu estava quase acordando me assustei levemente com a voz do meu pai.

- Eu tô perdendo a minha filha - gritou no corredor pro meu médico - E vocês não tão fazendo nada pra curarem ela

- Amor, tenta se acalmar - minha mãe pediu chorando

- É impossível, Catarina - negou chorando - Se fosse possível eu queria estar deitado no lugar dela, como eu queria que Deus transferisse esse mal pra mim

- Senhor, estamos fazendo o possível - o médico tentou falar o mais tranquilo possível

- Pra que médicos tão caros? Tratamentos que custam um absurdo? Remédios tão caros? Pra que? - meu pai perguntou chorando - O que adianta meu dinheiro? O que adianta eu pagar tudo isso e está perdendo minha princesinha?

- Maurício, por favor - minha mãe falou chorando mais alto e acho que meus batimentos aumentaram, a enfermeira entrou correndo no quarto

- Se acalma, querida - a enfermeira falou mexendo nos aparelhos e o médico entrou com os meus pais

Aquela foi a primeira vez que eu tive uma crise tão forte, aquela foi a primeira vez que eu vi meu pai desesperado e perdido. Ver o quanto meus pais estavam desesperados me machucou.

Depois da crise que eu tive precisei ficar algumas semanas no hospital, até eu estabilizar e poder voltar pra quimioterapia. Meus pais, o Pedro e o Igor só saiam do meu lado quando eram obrigados

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