- Renan Narrando -
A festa do Gabriel foi maravilhosa e ele enlouqueceu em todos os detalhes, cantamos o parabéns há 1 hora e agora estavam só a nossa família, era engraçado o jeito que a família da Alice se dava com a minha, as duas famílias de mundos opostos mas se derem tão bem.
- Eles bebem muito - Douglas falou rindo - Depois os favelados que são pinguços - brincou e eu ri
- Alemãs - Júlia falou óbvia - E vão com calma nessa cerveja que é mais forte
- Meu sogro que gosta dela - falei bebendo - Ele acha as cervejas brasileiras aguadas e fracas
- Perto dessa é mesmo - Yasmin concordou
- Nunca vi tanta gente loira junto - Douglas falou me fazendo rir
- Parece que saíram de um catálogo de moda, né? Eu não vi uma pessoa feia - Marina falou e o Douglas olhou feio pra ela
- Tá querendo me chamar de feio? - perguntou e a Yasmin soltou uma gargalhada
- Eu disse isso, meu preto? - falou roubando um selinho dele
- Ele é doente, cunhada - Yasmin falou bebendo
- Sério - Douglas falou e eu olhei pra ele - Tirando a gente tem alguém pobre aqui?
- Muito difícil - falei e percebi a Alice se aproximar
- Gabriel virou o mascote dos meus amigos - falou sorrindo e se sentou no meu colo
- Amigos de infância? - perguntei e ela assentiu beijando meu rosto
- Loira - Douglas chamou e eu neguei com a cabeça imaginando a pergunta - Tem alguém pobre no meio da sua família ou amigos? Tirando a gente
- Como assim? - perguntou confusa e eu ri fraco
- Segundo o meu professor pra ser taxado de rico a pessoa tem que poder parar de trabalhar pra sempre
e o padrão não diminuir - Marina comentou - E em alguns casos aumentar- Entendi - balançou a cabeça - Seguindo essa visão então todos estão muito bem
- Traduzindo: Só a gente fudido - falei rindo
- Deve ser muito bom ter grana assim - Douglas riu baixo e eu bebi um pouco
- É normal - Alice falou e nós rimos
- O seu normal - falei óbvio e ela me olhou na hora e eu acho que procurava algum sinal de deboche ou algo do tipo - Eu acho engraçado como são mundos completamente diferentes
- São realidades diferentes - pontuou - Mas acho que o que conta é a criação, sabe? Sempre tive uma vida muito boa porém meus pais me deram senso, não é por isso que tenho que me achar ou ser babaca com os outros
- Exatamente - Marina concordou - Tem gente que não tem nada mas é tão desumilde que chega dar dó
- Se acham e não tem porra nenhuma - completei e ela assentiu - Olha só - chamei a atenção deles - A vó está há umas duas horas conversando com a dona Beatrice - me referi a avó da Alice
- Großvater - Alice corrigiu e acabou rindo
- Nunca que eu vou conseguir falar isso - falei rindo
- Ela disse que é pra você chamar ela assim - falou e neguei rindo
- Ela tem que aceitar que é dona Beatrice ou vó, sem chances deu conseguir falar isso - falei óbvio
- O Gabriel está quase lá - provocou e eu revirou os olhos
- Pelo menos ele - falei e ela me deu um selinho, eu até ia tentar roubar um beijo porém ela se afastou rindo
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Meu Ébano
FanfictionAlice é uma carioca de 22 anos que levava uma vida tranquila e sem muitas emoções ao lado da sua família e amigos, mas mudanças acontecem quando decidi fazer um trabalho voluntário.