Capítulo 108

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- Alice Narrando -

Alguns dias se passaram e o Gabriel melhorou, agora eu estava ajeitando as últimas coisas do aniversário dele. Hoje saí com alguns amigos mas tinha ficado de dormir no Renan, seu Manuel me levou até a casa dele e encontrei o mesmo no portão com o Douglas, a Júlia e a Yasmin.

- Se divertiu? - Renan perguntou assim que eu me sentei ao lado dele

- Demais, amor - falei e dei um selinho demorado nele

- O que aconteceu com a Vitória? Todo mundo pedindo oração pra ela - Douglas falou mexendo no celular

- Quem é Vitória? - perguntei curiosa

- Ela mora lá na rua de casa, foi fazer um aborto e pegou uma infecção - Júlia falou explicando

- Bem feito, quis matar uma criança - Douglas falou e eu neguei com a cabeça

- Ela retirou um feto - falei e ele me olhou incrédulo - Apenas isso

- Você concorda com isso? Por que eu acho - ele estava falando mas eu interrompi

- Me desculpa mas você não tem que achar nada, ninguém tem nada a ver com o útero alheio - falei e o Renan fez carinho na minha perna - Ninguém gosta de fazer aborto, não é como se fosse um rooftop de aborto, se ela tomou essa decisão é um por motivo muito forte

- Eu sou contra essas coisas, vai totalmente contra a minha religião - Yasmin falou opinando

- Ter filho sem estar casado também é contra sua religião e você teve - Renan falou dando de ombros e a Júlia riu

- Isso não é questão de religião - Júlia falou simples - Ou pelo menos não deveria ser

- Isso não é uma questão religiosa, as pessoas confundem muito - falei e ela concordou - É uma questão de saúde pública. O aborto tá aí e qualquer um tem acesso, só que apenas mulheres pobres e pretas morrem fazendo, é só pesquisar e se informar

- Aí vai ser legal transar a rodo, engravidar e fazer aborto - Douglas falou ironizando

- Todos os países que legalizaram a porcentagem de aborto diminuiu absurdamente - falei e deitei a cabeça no ombro do Renan

- A verdade é que não tem como criticar quem faz, ninguém sabe a realidade daquela pessoa, ninguém vive na casa de ninguém - Renan falou e eu brinquei com os dedos dele

- Isso é verdade, cada um tem a sua vida - Douglas concordou pensativo

- Aproveita que vocês gostam dessas coisas e pede pro deus de vocês ajudarem a tal Vitória, na visão religiosa o que ela fez pode até não ser o certo mas desejar o mal pra ela também não deve ser certo - falei pegando meu celular quando o mesmo apitou - Vamos entrar?

- Quer fazer um neném? - Renan perguntou e eles riram

- Quero tomar um banho mesmo - falei rindo

- E eu vou encontrar minha morena - Douglas se levantando

- Eu vou sair com meu boy - Júlia falou animada

- E eu vou assistir desenhos com o meu filho - Yasmin falou fazendo careta

- Um bom programa - Renan falou rindo

- Renan Narrando -

Hoje eu fui na rua resolver algumas coisas com o Douglas e quando estava quase indo embora ele me arrastou até a farmácia.

- Não gosto dessa porra - falou mexendo no celular

- Que foi? - perguntei olhando pra ele

- Sempre pergunto se vão precisar de algo da rua, nunca precisam mas depois ficam me perturbando - falou olhando as prateleiras

- Vou levar isso aqui - falei interessado mexendo em um pacote de camisinha

- Tá traindo a loira? - perguntou sério me olhando

- Claro que não - falei como se fosse óbvio

- E tá comprando isso porquê? - perguntou desconfiado

- A Alice as vezes precisar dar um tempo do remédio ou se rolar de transarmos "na rua" tenho que está preparado - falei explicando

- Leva essa aqui que é boa e mais em conta - falou mostrando

- Não, a Alice tem alergia ao látex - falei e ele pegou uma tinta pra cabelo - E esse é fininho, sensação pele na pele

- Vou levar pra experimentar - falou pegando um pacote

Depois que pagamos as coisas fomos pra casa, assim que eu cheguei vi o Gabriel sentado no chão, estava pintando alguma coisa.

- Pai - se levantou e me abraçou

- Muito tempo fora, né? - falei abraçando ele

- Trouxe o que pra mim? - perguntou olhando as sacolas e eu ri

- Nada - falei deixando as coisas no sofá

- Nada? - perguntou triste

- Talvez tenha comprado um certo casaco aí - falei como se não fosse nada

- Cadê? - perguntou rápido

- Procura aí - falei e ele começou a mexer nas bolsas - Que desenhos são esses?

- Minha mãe fez pra eu pintar - explicou sem me olhar - Era o que eu queria

- Seu pai é foda - falei me sentando e ele sorriu

- O meu pai é fo - estava falando mas minha mãe entrou na sala interrompendo

- Seu pai é o que, Gabriel? - minha mãe perguntou

- Meu pai é demais - se corrigiu rápido e eu ri

- Ensina coisa errada pro menino, peste - falou me batendo com o pano

- Meu filho, minhas regras - falei debochando

- E eu tô morta, né? Antes de você ser pai dele é meu filho, bato nos dois - falou fazendo a gente rir

- Bate não, vó - Gabriel falou abraçando ela - Você me ama

- Preto safado da vovó - falou sorrindo

Meu Ébano Onde histórias criam vida. Descubra agora