2- Milk-shake no chão

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Julie Baker

Acordei com um barulho vindo do meu closet. Levantei da cama, andando até o mesmo, onde vi minha mãe jogando minhas coisas no chão enquanto mexia nas minhas roupas.

- Não tem droga aí - avisei esfregando os olhos pra me acostumar com a claridade do dia.

Ela virou pra me encarar com os olhos arregalados.

- Droga?? - questinou com os olhos arregalados - Eu tô procurando minha saia branca que vc pegou e depois socou no cu, porque eu não acho ela em lugar nenhum! - exclamou voltando a atenção as minhas roupas.

- Ela tá na máquina de lavar - digo, caminhando até o banheiro - Você nem usa aquela saia.

Coloquei pasta de dente na minha escova, observando pelo espelho minha mãe vim em minha direção com a saia na mão.

- Achei! - sorriu feliz - Vou usar ela no meu encontro com o Bob amanhã.

Cospi a pasta na pia - me virando pra encarar minha mãe.

- É o cara que consertou o banheiro? - perguntei.

- Não,  aquele era o Henry. E a gente só dormiu uma vez juntos. - explicou - O Bob é diretor.

- De cinemas? - perguntei animada.

- De escola - respondeu minha mãe e eu voltei a encarar minha cara feia no espelho, frustrada - Ahh, qual é garota? Cuida da sua vida amorosa que eu cuido da minha.

- Vida sexual né - segurei o riso.

- O quê?

- Você não se apaixona mãe,  você só transa. Eu só nasci porque vc tava bêbada demais pra mandar meu pai  empacotar o pau dele - lembrei e ele riu jogando uma peça de roupa na minha cara.

- Não me arrependo, até porque, quem é que ia ser minha escrava pessoal? - brincou e eu revirei os olhos rindo.

Depois de tomar um banho, saí do banheiro e vesti uma calça marrom  (cor de bosta) com uma blusa branca de manga cumprida.

Desci as escadas vendo o Gabriel jogado no sofá enquanto mexia distraidamente no celular dele. Que virou pra me encarar assim que eu joguei uma almofada na cara dele.

- Você é insuportável - insultou ele se levantando preguiçoso do sofá.

Dei de ombros.

- Obrigado fã,  quer um autógrafo?

(...)

Depois do Gabriel estacionar o carro na porta da escola - quase passando por cima de três bicicletas - a gente desce do carro.

O sol da manhã está fraco, e reflete na ponta do meu cabelo curto deixando o mesmo com um tom mais claro.

Atravesso o campus da escola até entrar na mesma, que cheirava a alvejante e desinfetante. Era o primeiro de aula e todo mundo parecia tão acabado quando eu.

De longe, vejo Ana com um sorriso enorme no rosto se aproximando. Chegando perto o suficiente para que eu ouvisse os pingentes coloridos de sua mochila ecoaram pelo corredor.

- Oi - ela sorriu me puxando pro abraço mais demorado da minha vida - O Yuri tá chegando,  ele só deu uma passadinha no banheiro.

Assinto, retribuindo o abraço do jeito mais carinhoso de afeto que consigo forçar.

Logo vimos Yuri chegar por trás da gente, com seu cabelo com luzes inconfundível.

- Puta que pariu, por que você não me disse que o seu irmão tinha ficado um puta de um gostoso nessas férias ? - perguntou Yuri colocando a mão na cintura.

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