48- Chupão!?

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Julie Baker

Terça-feira.

Desço as escadas pra tomar café com as pernas doendo - depois de ter passado a noite de ontem correndo atrás do Gabriel, enquanto segurava minha casa da Polly pra tacar na cabeça dele.

Pra tudo tem uma explicação!

Na verdade, ontem meus pais tiveram a péssima ideia de jogarmos UNO em família. E acontece que o filhote de urubu do Gabriel rouba igual um Meliante de quadrilha.

Eu dei incontáveis tapas nele ontem quando eu tive a péssima experiência de encontrar as cartas do jogo escondidas na bunda dele. Na bunda!

E depois de muitos roubos, pra ferrar com tudo, ele jogou um 4+ em mim, então não deu pra perdoar aquela peste, e eu segui ele pela casa querendo tacar a casa da Polly na fuça dele - cheia de ódio - , enquanto o Siririco miava igual um vagabundo atrás da gente.

Sem falar no meu pai e na minha mãe que não paravam de se atacar também. - Tenho uma leve impressão que minha mãe está prestes a socar a cara dele.

Todos muito unidos por aqui.

Já hoje, me sento na mesa e encontro meu pai na mesma.

- Oi, Juju. - ele sorri pra mim, colocando um pedaço de bolo na boca.

- Bom dia. - me sento perto dele.

Pego as torradas e meu iogurte de banana em cima da mesa e começo a comer.

Eu nem gosto desse Iorgute, mas vou comer só pro Gabriel ver e ficar com ódio.

Meu pai solta uma rizada nasal.

- Que foi, Bolsominion? - implico.

- Brincadeira tem hora, não chinga seu pai assim. - ele coloca a mão no peito.

- Então o que é? - pergunto.

- Liam Brown. - ele responde, dando mais uma mordida no bolo dele.

Como ele sabe o sobrenome do Liam?

E por que ele escolheu o assunto da manhã: Liam? Ele tá apaixonado por ele secretamente!?

Sobre a pensão ele não fala...

Apenas dou de ombros e o incentivo pra que ele continue.

- Você sempre se divertia mais quando estava com ele. - ele diz, encarando a mesa.

Franzo a testa.

- Você só me viu com ele um vez, pai.

Ele nega tão lentamente com a cabeça que quase não consigo perceber.

- Ele é uma boa pessoa. Só falta achar isso dele mesmo... - ele fala baixo - Você está ajudando filha, e fico muito feliz que esteja ajudando.

- Ajudando em quê? - pergunto - Como assim, ele não se acha uma boa pessoa? Do que você ta falando!? - pergunto, totalmente confusa.

Mordo um pedaço da minha torrada e cuspo a mesma em minha mão quando percebo que ela está literalmente torrada.

- Bem que ele disse... - ele sussura.

Agora estou irritada.

- Dá pra me explicar essa merda de uma vez!? - pergunto, apertando minha unha contra a palma de minha mão, nervosa.

Ele olha pra minha mão.

- Não foi nada que você fez. - ele explica e eu desenterro minhas unhas da minha pele.

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