4 - filho do picaldo.

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Julie Baker

- Você não serve nem pra fazer um miojo - insultei o Gabriel indginada, observando o miojo torrado na panela.

Minha mãe estava em um de seus encontros, e deixou a gente em casa sozinhos - olha que absurdo, tipo, somos quase maior de idade mas ninguém em sã consciência deixa eu e o Gabriel sozinhos em casa.

- Ainda dá pra comer - disse meu irmão fazendo um careta enquanto encarava o miojo.

Também dá pra ter uma intoxicação alimentar.

Tinha fumaça por toda a cozinha, com um cheiro nada agradável no ar.

- Eu vou sair e comprar alguma coisa - decidi pegando o dinheiro de emergência em cima da geladeira - fica aí com seu miojo carbonizado.

Abri a porta e fechei logo em seguida, mas escutei alguém correndo atrás dela e logo Gabriel abriu a porta com aquela cara de bunda dele, me encarando.

- Eu vou com você - ele disse.

- Não vai não.

- Eu posso ser o péssimo cozinheiro aqui, mas é você quem não sabe dirigir - exclamou ele fingindo jogar o cabelo imaginário dele pra trás. Suspirei irritada e ele sorriu satisfeito por saber que estava certo.

- Fica me humilhando aí que quando eu tirar minha carteira de habilitação, a primeira coisa que eu vou fazer é te atropelar com meu carro.

Ele arregalou os olhos assustado e levantou as mãos em rendimento. Então andamos até o carro, e Gabriel ligou o mesmo.

- E é por isso que você nunca vai tirar uma habilitação - sussurrou Gabriel.

(...)

Depois de chegarmos em uma Hamburgueria, eu  pedi dois hambúrgueres pra viagem. E quando virei pra ir embora avistei Eduardo. Simplesmente meu ex namorado que sumiu por meses depois de terminar comigo por mensagem.

Ele é bonitinho até,  mas é um completo babaca com todo mundo. Você não consegue manter uma conversa com esse cara sem ter a vontade de meter um soco na cara dele.

Ele abriu um sorriso sedutor quando me viu e veio em minha direção enquanto segurava uma sacola na mão.

- Tudo bem Ju? - perguntou com a maior cara de pau do mundo.

Porque convenhamos né - o pau mesmo é minúsculo.

Do tamanho da minha vontade de viver (brincadeiras a parte)

- Tava tudo ótimo até eu te ver. O que você quer hein? Projeto de maconheiro - insultei sem nem me dar o trabalho de olhar pra cara dele.

- É assim que você vai me tratar agora? - ele perguntou parecendo indignado.

- Ah, desculpa se eu não tô sendo um doce de pessoa com você, depois de você ter simplesmente sumido da minha vida e me feito de idiota - me irritei.

Me virei pra encarar Eduardo,  que tinha a sobrancelha franzida.

Aquele rosto no qual um dia eu amei, e hoje,  no qual eu quero quebrar.

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