Fazendo História

5- Nariz mestruado

Julie Baker

Assenti vendo ele se afastar enquanto ia em direção a porta.

- Posso te ensinar a tocar flauta depois - ele disse e deu uma piscadela antes de sair pela porta.

Solteiro uma pequena rizada nasal e murmurei um "idiota". Quando ouvi um chiado agudo e irritante vindo do meu lado.

- Ele é um gato né? - era Yuri.

- Ele nem é tão bonito assim - dei de ombros

- É sim, e também é muito simpático com você - ele exclamou - porque convenhamos né amiga, você é fudidadente chata.

- Vai se fuder.

- Tô brincando,  você sabe que é minha chatinha né? - ele tentou me dengar e eu ri.

(...)

Aula de Educação física.

Eu tô jogada igual uma barata amassada do chão da quadra, olhando fixamente pro teto e querendo morrer.

Eu acabei de levar uma bolada na cara e tá tudo girando. Depois que eu senti que podia me levantar, eu saí do chão ainda vendo estrelas.

Hoje tá incrivelmente quente, parece que o dia tá 50 graus a baixo do inferno.

- Seu imbecil,  arrombado, filho do capeta - apontei o dedo na cara do Caique, no caso o garoto que me deu a bolada na fuça - eu vou enfiar esse bola no meio do seu..

- Julie! - exclamou o professor - é melhor não terminar essa frase.

Passei a mão no rosto,  irritada e pronta pra começar a chingar o professor também,  quando eu senti um líquido escorrer do meu nariz; passei o dedo e logo vi o sangue.

- Tá vendo aí seu puto! - exclamei - se eu  morrer, eu vou voltar pra te assombrar.

Caique arregalou os olhos e colocou a mão na boca pra esconder um rizada escrota dele, e o professor me mandou ir na enfermaria pra ver se meu nariz tinha quebrado.

Coloquei a mão no nariz e fui andando pelo corredor vazio da escola até chegar na porta da enfermaria. Bati e ninguém abriu, então comecei a bater umas duzentas vezes e depois de ninguém aparecer,  deduzi que não tinha ninguém lá.

- Caramba, se tiver alguém aí dentro eu vou processar essa escola! Eu tô morrendo aqui - exclamei me encostando na porta.

- Julie? - ouvi alguém perguntar e virei a cabeça encontrando Liam - o que aconteceu com sua cara? Você tá bem?

- Ahh eu tô ótima,  foi só meu nariz que mestruou - sorri forçado.

- Você quer alguma coisa? - ele perguntou,  obviamente ignorando o meu comentário anterior.

Ele continua com as mesmas roupas de hoje de manhã ; uma calça de moletom - não sei como não tá morrendo de calor - com uma blusa branca larga, e os milhares de anéis espalhados pelos dedos.

- Não, mas obrigado - falei - eu vou esperar alguém chegar aqui.

-  Eu posso pegar a chave da enfermaria na diretoria se você quiser - Liam disse - não vai ter gente tão cedo aí.

Assenti e Liam saiu pra ir buscar a chave. O sangue do meu nariz já tava ficando seco e o lado direito do meu rosto ainda ardia um pouco.

Liam demorou uns 15 minutos pra chegar com a chave, e depois de abrir a enfermaria pra mim ele não foi embora como eu achei que fosse.