14- Patati de Chernobyl

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Julie Baker

-Aqui é escuro né!? - pergunto nervosa.

- Eu estranharia se fosse claro, o objetivo é justamente dar medo - Liam explica.

- Ah sim, o objetivo é me fazer morrer de infarte - falo.

Liam dá passos a frente e eu apenas o sigo, colada em suas costas.

Se vim algum monstro pra cima de mim, eu ofereço o Liam em troca da minha vida e tá tudo certo.

Aqui tem cheiro de fumaça artificial e tem um barulho de balanço ecoando no silêncio da sala escura.

Esse caralho de balanço só serve de parquinho pro capeta.

Vejo uma cordinha logo a nossa frente e me aproximo dela.

- Não puxa - Liam alerta.

- Por que?

- Estamos em uma sala escura com nada além de uma cordinha pendurada no teto - vejo o reflexo de sua cabeça balançando - e tenho uma leve impressão de que ela não tá aí atoa.

Puxo a cordinha e uma luz se acende, nos dando a visão de vário espelhos, muito e muito espelhos.

- Caralho eu já vi essa desgraça em um filme de terror - sussurro olhando pra meu próprio reflexo nos milhares de espelhos.

- Eu avisei - Liam sussura também.

- Quer um Spoiler do que acontece no final do filme? - pergunto e ele assente - eles morrem, todos eles.

- Não brinca - ele arregala os olhos.

- É sério!

- Não, não isso - Liam me encara - O Patati Patatá versão quinto dos infernos tá atrás de você.

(...)

- PALHAÇO VAGABUNDO DO CAPETA, SAI DAQUI ! - berro, correndo pelo corredor de espelhos.

A rizada aguda do filho da puta ecoa atrás de mim e eu me escondo atrás de um dos espelhos.

O puto do Liam se escondeu em outro lugar e me abandonou aqui com esse capiroto de cara pintada.

Meu coração desparar no peito do tanto que eu corri e eu sinto o suor escorrendo pela lateral da minha cabeça .

Nunca mais volto na porra desse brinquedo, acho que já soltei todos os agudos da Ariana Grande só nesses trinta minutos.

Por todos os lugares que eu ando aqui dentro, vejo meu reflexo e o de qualquer um que estiver por perto, e fica quase impossível saber em qual lugar a pessoa estar : é apavorante!

Mais uma rodada de fumaça passa pela sala e eu saio de trás do espelho e começo a caminhar devagar pela corredor.

Logo no fim, vejo o vulto de Liam correndo do palhaço. Depois ele volta e vem em minha direção.

- ISSO AQUI NÃO É DE DEUS! - ele grita começando a puxar meu braço e correr junto comigo - É UMA HORA DE PURA TORTURA, NÃO ACREDITO QUE PAGURI POR ISSO.

Agora, corremos os dois pelo corredor enquanto um palhaço com sangue falso na roupa nos segue.

Ele se agacha e eu vou junto.

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