8- Mendinga alcoólatra

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Julie Baker

-Meu deus, eu não vou conseguir fazer isso! - exclamo com as mão apoiadas na bicicleta - me diz que eu tava drogada quando eu aceitei andar de bicicleta de madrugada com você.


Estávamos em uma rua totalmente vazia, e tinha um capacete na minha cabeça, porque eu achei que seria necessário pra minha sobrevivência.
Já Liam disse que não precisava, e que eu tava parecendo um astronauta com esse capacete gigante do tio dele - obviamente, mandei ele tomar no cu.

- Você não tava drogada, só um pouco bêbada mesmo - Liam diz mudando as marchas da bicicleta - e isso é até bom. Quando estamos bêbados a gente fica com mais coragem.

- Ok então - suspiro - mas se eu acordar com um dedo faltando amanhã, eu vou te agredir com esse capacete.

Ele arregala os olhos de leve enquanto ri, e me pego fitando seu rosto. Tem alguma fios de seu cabelo caídos na frente de seu rosto, no seu pescoço se encontra uma correntinha de prata e também tem um brinco em uma única orelha dele.

Ele levanta o rosto e me pega olhando pra ele. Desvio o olhar rápido e ele solta uma rizada nasal.

- Eu sei que sou incrivelmente atraente, mas não tente me seduzir - Liam fala - seu amigo já roubou meu coração.

Eu rio e balanço a cabeça de um lado pro outro.

- Idiota - murmuro.

- Terminei - ele solta a bicicleta - já pode andar.

Me ajeito no assento da bicicleta e olho pra rua vazia a nossa frente. Mas Liam se posiciona em mimha frente e estende as mãos e tira o capacete da minha cabeça.

- Acredite, você não vai precisar disso. Eu não vou deixar você cair- ele diz - não confia em mim não?

- Não - digo simples.

- Foi o que eu imaginei.

Ele coloca o capacete na calçada e se vira pra mim colocando as mãos no bolso da calça.

Esperando.

Então eu começo a pedalar, bem devagar, e minhas mãos vão de um lado pro outro - incapazes de deixar a bicicleta reta.

(...)

- VOCÊ DISSE QUE NÃO IA ME DEIXAR CAIR! - exclamo no chão. Igual uma lagartixa atropelada.

- EU TENTEI IMPEDIR E VOCÊ PASSOU POR CIMA DO MEU PÉ! - ele exclama.

me levanto do chão e bato a terra do meu vestido já imundo. Tô parecendo uma mendinga.

Até que eu fui bem, depois de me desequilibrar umas duzentas vezes e culpar a bebida .

Respiro afegante, cansada.

- Quer tentar de novo? Você tá indo bem - diz Liam.

- Bem mal né - digo. Sinto meu estômago roncar - tô com fome.

- Pensei que você já tivesse comido muita terra aí do chão - diz Liam debochando.

- Vai se ferrar!

- Brincadeira, fofa - ele levanta as mão - vem, vamos comer alguma coisa, eu pago.

- Óbvio que você paga - digo revirando os olhos e ele ri baixinho assentindo .

Começo a empurrar a bicicleta pela rua até chegar na casa de Liam, e paro na garagem colocando ela em um canto, depois coloco o capacete de moto no chão e saio.

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