89- Morrer não seria tão ruim

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Liam Brown

Não consigo manter minha respiração calma. Não consigo fazer minhas mãos pararem de tremer. Não consigo impedir que lágrimas encham meus olhos de dor. Não consigo acalmar meu coração batenfo freneticamente dentro do meu peito.


Sou uma pessoa horrível.

" UM MENTIROSO "

Coloco as duas mãos na cabeça e ando pela rua escura e fria torcendo pra que ninguém me veja assim. Sinto vergonha de mim mesmo nesse momento; não por como estou, por quem eu sou.

" VOCÊ É IGUAL SEU PAI! "

Ela está certa, completamente certa, e dói demais admitir essa verdade cortante.

Não queria que fosse assim, não queria fazer ela chorar daquele jeito. Não queria ter empurrado ela.

Sou um monstro.

Não quero ter que ir meu amor...

Você não sabe o quanto eu queria ficar com você...

Me perdoe, querida.

Acho que sou destinado a viver assim, destinado a ser o brinquedo de montar do meu pai. Ele me quebra e eu torço pra ser consertado ou ir pro lixo.

Sinto tanta dor por ela...

Queria voltar, me ajoelhar e pedir seu perdão. Queria muito dizer que não pretendo ir embora, que ela é a mulher da minha vida pra minha vida.

Mas se fizer isso vão machucar ela.
E eu prefiro morrer do que ver Julie passando por tudo àquilo. E eu prefiro morrer do que deixar ela tão mal igual eu à deixei agora.

" Um mentiroso! "

Em minha mente e em meu coração eu vejo meu futuro tão deprimente, e vejo Julie se fechando pro amor de novo- vendo ele como um mostro de novo.

Sei que Julie tem dificuldades em se relacionar romanticamente. Tive uma longa conversa com Gabriel sobre isso.

Sei do medo que ela tem de se apagar. Sei o medo que ela tem de estragar relações.
Julie é muito insegura com seus sentimentos. Eu à ignorei já sabendo como isso à deixaria, já sabendo que a cabeça dela ia ficar uma confusão.

Recebi todos os alertas possíveis de seu irmão de como cuidar daquela garota incrível, mas fiz uma coisa terrível no final.

Mas prefiro que Julie esteja com ódio de mim do que nas mãos dos amigos drogados do meu pai.

Não suportaria perder mais uma pessoa. Julie não, ela eu nunca suportaria.

Ela não queria que eu fosse. E eu disse que ia, mesmo que meu coração desejasse ficar...

E isso foi a pior dor que já senti.

Mas se salvá-la me custará Perdê-la, então ficarei sem Julie.

(...)

O vento frio sopra em meu rosto - balançando meus cabelos desgrenhados no ar - e eu encolho os ombros com um arrepio de frio.

Empurro o portão sem ânimo nenhum e o fecho logo atrás de mim. Caminho pelo jardim e entro em casa com a consciência super pesada.

Vou até a cozinha, pego uma garrafa de água e bebo pra tentar ajudar na minha garganta seca.

Mais lágrimas enchem meus olhos e eu passo a mão no mesmo rápido.

Me sinto tão mal...

Deixo a jarra de qualquer jeito, jogada em cima do balcão e começo a andar em direção à saída da cozinha.

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