67- Eu vou fazer você confessar

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Julie Baker

Dou um tapa no peito dele e ele segura meus pulsos com força.

- Tá louco, porra!?

- Ah, eu tô, você nem imagina o quanto... - ele murmura, me apertando contra o armário.

Olho bem pra cara de merda dele e noto um olho roxo e outros machucados superficiais espalhados por sua pele parda.

- E eu pensando que não tinha como você ficar mais feio. - faço careta, olhando pro roxo em sua testa.

- Você não me provoca, Julie. - ele diz com ódio - Eu poderia muito bem acabar com você agora.

- Você não parece estar em condições pra fazer algo comigo nesse momento, e eu não tenho medo de você! - cuspo as palavras em seu rosto com puro deboche.

Ele solta um suspiro irritado e eu sinto cada vez mais a pressão da minha cabeça contra o armário de metal.

- Você achou que contaria pro seu namoradinho de merda o que aconteceu na sala, ele ia me bater e ia ficar tudo certo!? - ele solta uma rizada nasal.

Mexo o nariz.

- Eu não falei nada, seu maluco. - murmuro, tentando controlar a aflição em minha voz.

Ele segura meus braços contra o armário frio, leva a boca até meu ouvido e sussurra:

- Para de mentir, gatinha, você acha que eu não te conheço!? - ele vira a cabeça o
pra mim, tentando manter contato visual.

Viro o rosto pro lado, me recusando a olhá-lo.

- Me solta.

- Fica quieta. - ele aproxima a cabeça de mim e eu prendo a respiração - Ele tá muito ocupado pra vir te ajudar agora né!? Você não consegue se defender sozinha? - ele força uma voz manhosa contra meu rosto.

Engulo em seco.

- Você não vai dizer nada? - ele ri.

- Vai. tomar. no. cu. - falo pausadamente contra seu rosto, antes de acertá-lo com o joelho bem no meio de suas pernas.

Abro um sorriso, orgulhosa de mim mesma quando ouço ele gemer de dor no chão.

- Sua vagabunda... - ele levanta do chão com dificuldade e vem até mim.

Ele puxa meu corpo rápido e me joga de volta contra o armário - fazendo minha cabeça bater contra o mesmo.

Solto um suspiro dolorido, tentando me levantar com dificuldade.

Caique agarra meu braço.

- Você vem comigo... - ele diz com ódio.

Sinto desespero tomando de conta de mim, enquanto eu olho apavorada pra ele.

Um voz o enterrompe.

- Quantas surras eu vou ter que te dar até você entender que eu quero você longe dela!? - a voz de Liam soa grossa no corredor escuro adiante.

Sinto um alívio tão grande nesse momento que poderia até casar com o Liam.

Caique solta meu braço e eu passo a mão no lugar em que ele apertava.

Liam olha pra mim apenas para se certificar de que eu estou bem, antes de lançar um olhar furioso para Caique.

- Vou te dar três segundos pra sumir da minha frente, e é bom você não estar aqui quando eu terminar de contar. - Liam diz, dando passos lentos para frente - Eu não tô afim de bater em ninguém agora, então, - ele estala a língua - se eu te pegar, é pra matar. - Suas mãos estão enfiadas nos bolsos de sua calça.

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