32- Fotografia

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Julie Baker

Só percebo que chegamos à casa de Liam quando sinto ele balançar meu braço de leve.

Mas o socão que eu vou dar na cara dele por ele ter me acordado não vai ser nada de leve.

- Senhorita - ele me chama.

Abro os olhos e vejo que estamos na garagem dentro de sua casa.

- Isso é sequestro. Eu quero ir pra casa - murmuro, coçando o braço com a unha.

- Não tinha ninguém na sua casa. - ele explica, enquanto leva um braço meu para cima de seu ombro - Você está com sono e dormiu bem pouco, mas eu preciso de você de pé.

Será que ele não percebe que eu estou morrendo de ressaca? Essa peste quer levar um tiro ou o que?!

Sorte dele de eu estar exausta demais pra enfiar o dedo no olho dele.

- E eu preciso de uma cama - digo, sentindo ele me ajudar a sair do carro. Piso os pés no piso frio e começo a andar enquanto Liam me guia em direção à uma porta grande de vidro.

Meu salto sumiu, meu vestido deve tá enfiado no cu da Dilma e minhas presilhas de cabelos também sumiram, - igual meu brilho quando o Liam se recusou a tirar a camisa na praia.

- Imagina eu que dormi no chão - ele fala baixinho, o que é totalmente inútil já que estamos literalmente colados um no outro.

Dou uma encarada bem rápida nele, com ódio.

Ele apenas abre a porta com uma mão e nós entramos na casa.

Aqui é enorme - um pouco maior do que minha casa -, e tem quadros feitos à mão espalhados pelas paredes cinzas. A sala de estar é bem iluminada, por causa das grandes janelas de vidro que ocupam as paredes.

Me solto de Liam e começo a subir as escadas, que me levam até um corredor. Liam toma direção - indo na frente até chegar em uma porta branca.

Ele abre a porta e eu entro no quarto me deparando com paredes brancas e um cheiro masculino instalado no ar - o cheiro de Liam.

- Você, pode ir tomar banho se quiser. - diz Liam, enquanto fechava as cortinde seu quarto - que nos dava a vista de uma piscina enorme nos fundos - Eu vou usar o outro banheiro. Pode ficar à vontade.

Como se eu não fosse ficar à vontade. Já tô quase pra me deitar na cama dele, ligar o ar e bater uma siririca aqui.

- Eu não tenho roupa - aviso - tipo, nada.

- Eu sei. - ele fala - Vou providenciar isso pra você.

Assinto, sem ter outra opção e começo a me aproximar do que eu espero que seja o banheiro e entro dentro do cômodo.

Vários cremes e perfumes masculinos estão espalhados por uma pequena mármore, fixada na parede do banheiro. Vejo também um secador e um perfume de bebê, azul.

Esse menino é mas cheiroso do que eu.

Tiro o roupão que a gente roubou sem querer do hotel e coloco em cima da pia. Depois, olho pra minha cara e quase grito de susto. Meu cabelo e meu corpo inteiro tem terra - tipo, todas as partes do meu corpo.

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