Quarto Capitolo

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Hericco Santinelle

Agora

Depois daquele dia, de muitas discussão e choro, finalmente conseguimos nos resolver, mesmo aos trancos e barrancos que é esse nosso relacionamento, também tirei tudo que me afligia naquele dia, nós dois fomos muito felizes nesses anos de casamento, as vezes até consigo me esquecer de como começamos, e penso que isso é apenas um conto de fadas.

Claro que há problemas em nossa vida, como o tapa na cara que recebemos a sei a anos atras, foi mais do que só isso, foi uma aflição naquele momento, mas as vezes ainda sinto um pouco de mágoa de Luccas por todos aqueles anos.

Olho para o mesmo que estava me observando com um grande sorriso nos lábios.

- Acho que precisamos de terapia de casal - digo olhando para ele sorrindo

- Por quê? - ele pergunta me olhando curioso e preocupado ao mesmo tempo, o que me fez sorrir para ele brevemente.

- Acho que ainda tenho um pouco de mágoa de você - digo finalmente depois de um tempo olhando para ele.

- Esperava que dissesse isso - disse sorrindo para mim - só não esperava que esperasse nove anos para admitir esse fato para si mesmo – completou me olhando calmamente.

- Sabia que eu pediria uma terapia de casal? - pergunto olhando para ele surpreso.

- Eu magoei você mais do que eu posso pôr em palavras Hericco - disse ele finalmente me olhando - uma hora ou outra teríamos que ter terapia de casal, só... Eu só achei estranho você demorar tanto.

- Quase me magoou - digo sorrindo para ele.

Nesses anos de casamento, eu fui muito feliz com Luccas, mas aquele dia ainda me assombra, acho que sempre vai me assombrar.

Eu ainda me lembro daquela conversa horrível, que tive que ter com ele no momento em que Pietro saiu do quarto do hospital, uma coisa que me fez passar anos pensando em tudo o que aconteceu, acho que ele está certo, demorei para admitir que precisávamos disso.

Cinco Anos Atras

Assim que recupero a consciência olho em volta e vejo que estou em um quarto de hospital.

Eu me lembro de passar mal, do sangue e depois da escuridão tomando conta da minha consciência, antes disso tinha uma dor absurda envolvida nisso.

- Senhor Santinelle - disse o médico, doutor Mattia D'Luca, um médico que acompanhou a gravidez de Pietro e de Benjamin - está se sentindo bem?

- Nada além de um desconforto no abdômen - respondo olhando para ele confuso - pode me dizer o que houve? - perguntei não entendendo nada.

- O senhor teve um aborto senhor Santinelle - meus olhos se focam nele e não sai nada por alguns segundos.

- Como? - pergunto em um fio de voz que ainda me resta.

- Foi encontrado requisitos de um remédio de aborto - disse ele me olhando - o aborto e legalizado na Itália senhor Santinelle, seria mais seguro o senhor procurar um médico se queria realizar o aborto - disse ele me olhando sério.

- Mas eu não tomei nenhum remédio para realizar um aborto - disse baixinho, e logo depois finalmente olho para ele - eu estava gravido?

- Não sabia? - ele pergunta confuso me olhando - o senhor estava de dois meses e meio.

- Não - digo começando a entrar em completa negação, meus olhos se enchem de lagrimas que logo começam a se derramar - como?

- Os resquícios encontrados no seu sistema são de um pilula abortiva muito forte, uma única capsula fez você abortar - disse ele - eu vejo que não tomou, então alguém te deu ela.

- Não quero que conte para o meu marido - digo depois de um tempo - eu só quero ficar sozinho.

__________*__________

Assim que Pietro sai do quarto, fico perdido em meus pensamentos e principalmente em como eu vou olhar nos olhos de Luccas e contar isso, como será que ele vai reagir a essa notícia?

- Oi - disse Luccas parado na porta me olhando preocupado.

- Oi - respondo olhando para ele.

O olhar de meu marido estava demonstrando completamente sua preocupação enquanto me olhava.

- Agora você vai me contar o que aconteceu? - ele perguntou se sentando no meu lado na cama de hospital.

- Eu tive um aborto - digo de uma vez - um aborto induzido por medicação.

Olho para Luccas, vejo os lindos olhos azuis dele arregalados, Luccas para pôr uns segundos antes de finalmente me olhar no fundo dos meus olhos.

- Oque? - perguntou ele completamente atordoado com o que eu acabei de dizer.

- Ontem eu fui dormir com dor de cabeça - digo finalmente olhando nos seus olhos - se lembra? - ele apenas assente - quando acordei ainda estava com dor de cabeça, e como tinha um remido idêntico a aspirina ao lado da cama e você não estava pensei que tinha deixado para mim e tomei - contato com os olhos cheios de lagrimas - depois disso as dores começaram, e vimos parar aqui.

Luccas me olha um tempo, antes de se deitar ao meu lado e me abraçar.

- Eu só tenho 30% de chance de engravidar novamente Luccas - digo depois de um tempo.

- Está tudo bem - disse ele beijando meus cabelos - nós vamos conseguir meu amor, se não for amanhã vai ser depois, ou se não for depois, nos ainda vamos ter nosso preciso e aguardado bebê.

Agora

Olhando para trás eu ainda me sinto triste, e com raiva pensando em quem foi o figlio di una puttina quem me tirou meu precioso bebê de mim.

Claro que sabemos que foram os franceses, mas pela lei italiano não podemos fazer nada, e isso me mata todos os dias, pensar sobre esse assunto ainda me causa dor, mesmo com todo o acompanhamento psicológico que Luccas quase me força a ter.

Claro que eu e Luccas tentamos, nós tentando nos últimos seis anos ter outro bebê, porém, infelizmente nunca conseguimos. Luccas nunca me deixou desanimar, mas as vezes vendo Pietro junto com Samuel e Giovanni eu realmente sinto muito ciúmes, muito ciúmes, mas sempre me bato mentalmente por sentir ciúmes do meu melhor amigo e dos seus filhos, que são crianças adoráveis.

Outra coisa que vem me preocupando e o sequestro de Soren, eu já falei que odeio a máfia francesa ao limite, eles sequestraram meu afilhado antes que eu o conhecesse, eles provavelmente foram os respondíveis pela perda do meu primeiro filho.

- Chegamos amor - disse Luccas me tirando dos meus pensamentos.

Olho pela janela e não reconheço o lugar onde estamos.

- Via me falar onde estamos? - pergunto olhando para ele sorrindo.

- Venha - disse ele me estendendo a mão.

Luccas me dá um casaco mais quente para sair do avião. Assim que saímos vejo, como sempre, uma pista muito bonita, só que o aeroporto parecia mais um shopping de tão grande.

- Japão? - pergunto olhando para ele.

- No - respondeu o mesmo sorrindo para mim - Estamos em Oslo, a capital da Noruega – disse sorrindo grandemente para mim.

- Sério? - pergunto sorrindo para ele.

- Sabia que você queria a algum tempo conhecer a Noruega - disse me dando um beijo castro nos lábios.

- Já falei que te amo? - pergunto colocando os braços sobre o seu pescoço e dando outro beijo nele

- Falar você já falou - disse ele sorrindo - mas não me importo que você fale de novo.

- Idiota - digo sorrindo grandemente para ele - eu te amo.

- Eu também te amo. 

Luccas Santinelle (Spin-off da Trilogia Meu Criminoso)Onde histórias criam vida. Descubra agora